Uma das reuniões anuais da Igreja da Suécia
| BOB STRONG/REUTERS
À semelhança do que tem feito a Associação Ateísta Portuguesa também em Espanha numerosos cidadãos renunciam à religião em que os batizaram, neste caso a Igreja católica.
Portugal privilegia a religião e discrimina, através da sua exclusão, os ateístas, os humanistas e os livres-pensadores, conclui um relatório internacional que analisa os direitos dos grupos não religiosos em 198 países e foi divulgado terça-feira online.
Por: AFP – Agence France-Presse
O subdiretor do Instituto de Obras Religiosas (IOR), o banco do Vaticano, foi demitido – anunciou a Santa Sé nesta quinta-feira (30), uma decisão tomada após atritos internos acerca de uma reforma financeira da entidade.
Arábia Saudita – O príncipe herdeiro expurga príncipes concorrentes e recebe apoio do Ocidente para preparar a invasão do Irão xiita. Não há terrorismo xiita há mais de uma década, e o sunita é financiado pelos sauditas que – diz-se –, querem agora acalmar a fé.
Estado Islâmico – A expulsão do território onde estava instalado não o erradicou. O EI sobrevive no coração de sunitas fanáticos, com cumplicidades financeiras que permitem sustentar o terrorismo global e as madrassas e mesquitas que lhes prometem o Paraíso.
Egito – A violência do ataque a uma mesquita na região do Sinai-Norte fez mais de 300 mortos e de 100 feridos. É preciso muita fé para tamanho ódio, o prazer de matar quem crê no mesmo Deus, com uma liturgia não homologada (heresia) pelos assassinos.
Irão – Como país islâmico, o sexo é proibido antes do casamento, e o álcool sempre. Os jovens ricos arriscam a vida e desafiam o clero, em orgias de sexo e álcool. Era aliciante ver as hormonas e o vício a sobreporem-se à virtude e a derrotarem o desvario da fé.
Pensava que os milagres, cientificamente comprovados no laboratório do Vaticano, num mínimo de dois, eram provas académicas de acesso à santidade, alinhadas com o mundo profano, onde o primeiro milagre equivaleria ao mestrado e o segundo ao doutoramento.
Pensava ainda, que a canonização, sem numerus clausus, atribuiria o alvará para novos milagres, sendo os dois primeiros as provas de exame no apertado filtro da canonização que, com o defunto ausente, fariam da Sagrada Congregação para as Causas dos Santos, a Sala dos Capelos da Universidade de Coimbra, com o pseudónimo de Prefeitura.
Compreende-se que os santos precisem de provas para poderem continuar no ramo dos milagres, sendo os primeiros obrados à experiência e os seguintes já com provimento definitivo. Isso justificaria as alegadas exigências postas na comprovação científica dos prodígios pela Congregação oficial para evitar uma exclusão do Livro dos Santos, como sucedeu a S. Guinefort que, apesar de mártir, foi exonerado quando se descobriu que era um cão, e o templo, em sua honra, foi mandado arrasar pelo Papa de turno.
Um santo, depois do alvará de canonização, tem direito a biografia no Livro dos Santos, acompanhada da oração dedicada ao mesmo, de uma imagem clássica e do patronato e dia consagrado dento do culto católico. Não admira, pois, a exigência de três médicos que confirmem os milagres e a dificuldade acrescida dos defuntos em obrarem milagres de jeito, depois da evolução farmacológica e dos avanços médicos.
Exceto na oncologia, os milagres andam agora pelas varizes, furúnculos, queimaduras, moléstias da pele e, às vezes, pela fisiatria. Acontecem sempre na área da medicina e nunca na economia, física ou matemática, isto é, a santidade está confinada a medicinas alternativas.
Mas o que surpreende é a inércia dos santos reconhecidos e o frenesim dos candidatos. Nuno Álvares Pereira, depois da brilhante cura do olho esquerdo de D. Guilhermina de Jesus, queimado com salpicos de óleo fervente de fritar peixe, e logo canonizado, nunca mais curou um simples furúnculo, hemorroides ou uma fratura do colo do fémur, o mesmo acontecendo com os milhares de canonizados dos três últimos pontificados.
A canonização, se o negócio da santidade perdurar, deixará de ser um alvará para obrar milagres e passará a mero pergaminho de jubilação, com a assinatura papal e o lacre do Vaticano, para gáudio dos devotos do país de origem.
Os pobrezinhos a almoçar com o Papa com brutos telemóveis e que custam centenas de Euro.
Ou o Papa enganou-se de sítio ou a classificação dos pobrezinhos foi feita sem critério se é que há pobres na Itália.
Bem, pensando melhor, podem ter reunido de acordo com uma das bem-aventuranças:
Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus. (Mt 5.3.)
Uma das reuniões anuais da Igreja da Suécia
| BOB STRONG/REUTERS
Esta medida entrará em vigor no feriado religioso de Pentecostes, dia 20 de maio
A Igreja da Suécia quer que o clero utilize uma linguagem mais neutra para se referir a “Deus”, medida que faz parte da versão atualizada de um manual de 31 anos que dita o funcionamento dos serviços religiosos no que toca à linguagem, liturgia, hinos e outros aspetos. Utilizar a expressão “o senhor”, por exemplo, é desaconselhado.
Porque contraria a doutrina sobre a criação do mundo, compreende-se a dificuldade das religiões em aceitarem a teoria da evolução das espécies, mas as evidências acabaram por convencer os mais empedernidos teólogos, apesar de delirantes explicações achadas.
No entanto, há clérigos tão refratários à ciência que, quando ouvem falar dela, lembram o general fascista Millán-Astray, a puxar da pistola ao ouvir falar de inteligência. Tais clérigos são um bom indício para perpetuar dúvidas sobre a evolução.
O padre António, da Ruvina, pároco da Miuzela do Coa, em meados do século passado, advertia as mulheres para não se sentarem nos burros como os homens. A misoginia era atributo pio, mas a posição de cavalgar os asnos era delírio eclesiástico. A mulher, nem a andar de burro podia abrir as pernas. Soube, depois, que outros clérigos, com idêntica mentalidade, se opunham à equitação feminina.
Na Arábia Saudita, onde as mulheres, após a última Guerra do Golfo, ousaram conduzir automóveis, foram vergastadas em público, para satisfação do misericordioso Profeta e salvaguarda da tradição do tempo em que o camelo era o último modelo de veículo.
Quando se pensava que a imaginação do clero, na demente misoginia e horror ao prazer, não podia criar novos interditos, aparece um pastor da Igreja evangélica de um país letino-americano a avisar as devotas contra o uso da bicicleta, por ameaça à virgindade.
Não é a demência de um pastor que inquieta, é a capacidade de persuasão do fanatismo e a facilidade de difundir preconceitos e interditos contra as mulheres.
O protestantismo evangélico está politicamente organizado, e dispõe de uma bancada de 126 deputados no Parlamento brasileiro. É uma preocupação mais, para a democracia.
Quanto mais imbecil e cruel for uma crença, mais sedutora se torna e mais crentes atrai. O pastor não é um idiota isolado, é uma metáfora da estupidez pia. Se mandar rezar para que chova ou faça sol, não lhe faltarão devotos a cair de joelhos e a orar.
Estado laico ou protetorado do Vaticano?
Dados do relatório da Inspeção-Geral de Finanças, divulgado em 2016, e noticiado pelo semanário Expresso, em 23-12-2016.
«No biénio 2013/2014, o Estado concedeu 63 milhões de euros de benefícios fiscais aos colégios, que se somaram aos 388 milhões de euros que receberam em apoios diretos. A denúncia é da Inspeção-Geral de Finanças que critica a falta de controlo do Estado sobre um total de 451 milhões transferidos para os colégios.
Segundo o Correio da Manhã, a auditoria da IGF detetou falhas no controlo do destino dado ao dinheiro dos contribuintes. “Os documentos de prestação de contas” dos colégios “carecem de procedimentos de controlo pela Direção-Geral da Administração Escolar”, revela o relatório.
A maioria dos colégios “não publicita os apoios públicos que recebe” afirma a IGF acrescentando que “alguns dos maiores beneficiários de contratos de associação não cumprem o dever de divulgação das mensalidades praticadas nem a autorização de funcionamento do estabelecimento.” Também nos contratos simples a auditoria verificou “insuficiência na confirmação da situação socioeconómica do agregado familiar de alunos candidatos a apoios” a quem o Estado financia a frequência no colégio.»
O Diário de uns ateus é o blogue de uma comunidade de ateus e ateias portugueses fundadores da Associação Ateísta Portuguesa. O primeiro domínio foi o ateismo.net, que deu origem ao Diário Ateísta, um dos primeiros blogues portugueses. Hoje, este é um espaço de divulgação de opinião e comentário pessoal daqueles que aqui colaboram. Todos os textos publicados neste espaço são da exclusiva responsabilidade dos autores e não representam necessariamente as posições da Associação Ateísta Portuguesa.