Loading
6 de Abril, 2007 jvasco

Ateísmo na Blogosfera

  1. «Mas comparem as duas Páscoas. Numa Deus comete atrocidades, por culpa Dele o Faraó não pode libertar os Judeus, e no fim mata os filhos inocentes de uma data de gente. Na outra os homens cometem atrocidades, Deus é um primogénito inocente, e por culpa dos homens é torturado e morto na cruz. Em ambas mata-se carneiros.

    Parecem contraditórias, mas une-as algo profundo, algo que define a religião Judaico-Cristã. O Amor. Não parece amor, mas o Amor Divino não é como o amor humano. O Amor que chacinou os primogénitos do Egipto não foi o amor dos namorados. O Amor que condena ao inferno quem não acreditar em torturar inocentes para redimir os culpados não é o amor que os pais sentem pelos filhos.»Páscoas Felizes», no Que Treta!)

  2. «Concordo que conhecimento e fé são distintos, mas não que se complementem. O bife e as batatas fritas complementam-se. Ou a flauta e o violino, ou as calças e a camisola. A fé e o conhecimento são o gato e o rato. Ou se separam, ou há chatice. Tanto uma como outro pretende legitimar que se aceite algo como verdade, mas muitas vezes indicam precisamente o contrário. O conhecimento diz que num sistema que não troca energia com o exterior a entropia não diminui. A fé diz que há um deus que, se quiser, faz com que a entropia diminua num sistema isolado. Isto não é complementaridade. É contradição. Ou se rejeita o conhecimento acreditando que isto é possível, ou se rejeita a fé como uma hipótese refutada. Este é apenas um exemplo entre muitos. Em geral, ou se tem fé, ou se compreende. Não há complementaridade. Quem tem o bife, quer batatas, mas ninguém precisa de ter fé naquilo que já compreende…» («Fé e Conhecimento», no Que Treta!)
  3. «Os piedosos irmãos Kaczynski decidiram promover um discurso abertamente anti-semita, ao mesmo tempo que planeiam «proibir» a homossexualidade e impedir os homossexuais de trabalhar na função pública (tendo mesmo já começado pelo ensino)[…]

    Ainda no âmbito da sua «Revolução Moral», os católicos gémeos anunciaram que o divórcio será terminantemente proibido e será novamente equacionada toda a legislação que possa conduzir à igualdade entre o homem e a mulher.[…]

    Finalmente, e como se não bastasse, e ao mesmo tempo que se tornou obrigatório o ensino da religião católica em todas as escolas do país, foi decidido que nas aulas de ciências, e a par do evolucionismo, fosse ensinado também o «criacionismo», proclamado como um teoria científica perfeitamente válida.» («Dois Conceitos Inseparáveis», no Random Precision)

5 de Abril, 2007 Ricardo Alves

ARL no Rádio Clube Português

Hoje, às 17 horas e 30 minutos, uma delegação da ARL estará no Rádio Clube Português para uma entrevista de trinta minutos.

As frequências locais do RCP podem ser consultadas aqui. É também possível ouvir a emissão na internete.

5 de Abril, 2007 Ricardo Alves

A secularização da sociedade portuguesa(5): a idade da razão

A idade da razão

O gráfico seguinte mostra a evolução da percentagem de alunos inscritos em Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC) entre o 5º e o 12º anos de escolaridade (os dados referem-se ao ano lectivo de 2004/2005).
Fica claro que, à medida que os jovens se emancipam da tutela dos encarregados de educação, aumenta a percentagem de alunos que não querem ter aulas sobre religião. No 5º ano de escolaridade, 71% do total de alunos frequenta EMRC. No 12º ano, restam apenas 6%. A maior queda dá-se entre o 9º e o 10º anos, por uma razão óbvia: a partir dos 16 anos, a escolha de frequentar aulas de religião passa a ser dos alunos. Enquanto no 9º ano, quando a escolha de frequentar EMRC ainda é dos pais, a percentagem de alunos inscritos em EMRC é de 39%, essa percentagem cai para 15% no 10º ano, quando a escolha passa a ser dos alunos.

Às portas da universidade, 94% dos alunos não querem estudar «Religião e Moral Católica». É uma percentagem esmagadora, que demonstra que as famílias católicas têm dificuldade em transmitir a sua religião aos filhos, que parecem mais interessados na sociedade secularizada que os rodeia.

[Diário Ateísta/Esquerda Republicana]
5 de Abril, 2007 Carlos Esperança

A agonia da fé aumenta a raiva do Vaticano

A mitologia cristã vive, há dois mil anos, da liturgia e dos embustes. Nos produtos mais refinados da mitologia constam a virgindade de Maria e a Ressurreição do patrão.

Pio IX, um déspota cheio de ódio e de fé, digeriu mal a perda do poder temporal e criou dois dogmas, para compensar. Colocou um hímen na vagina da Virgem e atribuiu-se o dom da infalibilidade. A síntese do seu pensamento está na frase: «O catolicismo é incompatível com a democracia» – ideia que a história confirma e os sucessores honram.

De todos os déspotas que usaram a tiara, Pio IX foi, nos últimos duzentos anos, o mais violento e amoral. O rapto de uma criança judia, seguido de baptismo e de catequização, criou um padre católico perante o desespero dos pais que o perderam. Pio IX foi o Papa mais anti-semita dos últimos dois séculos, Pio XII incluído.

Agora que B16 chegou ao trono que a tradição atribui ao apóstolo Pedro, complica-se a vida para o último ditador europeu. A democracia é o inimigo que não pode afrontar por palavras. A laicidade é o calcanhar de Aquiles da vocação totalitária do Vaticano, mas o Papa não desiste de a combater e de aliciar outros dignitários das religiões concorrentes.

A possibilidade remota de ter sido encontrado o túmulo do improvável Jesus põe B16 em estado de choque. Não que ele estivesse convencido de que o patrão emigrasse em corpo para as paragens celestiais, mas era o truque que Maomé e Buda não fizeram.

B16 conseguiu que várias sucursais do Vaticano tivessem proibido o documentário produzido por James Cameron – «O Túmulo Perdido de Jesus» -, mas o mundo tem espaços de liberdade e o filme faz o seu percurso. O que irrita o celibatário do Vaticano é a possibilidade de o patrão ter tido filhos, uma heresia que podia pôr as beatas a pensar como seria doce afagar-lhe o corpo e mordiscar-lhe as orelhas.

Assim, o perigoso ditador procura minar as democracias e fazer regredir a humanidade. O perigo que representa o velho déspota é objecto de uma excelente análise neste artigo do jornal francês «Le Monde». Grande lucidez e terrível premonição.

4 de Abril, 2007 Carlos Esperança

O Opus Dei fez uma OPA amigável ao Vaticano

*
O Papa Bento XVI convidou hoje os jovens «a servir a Cristo e ao próximo», citando como exemplo as palavras e doutrinas do São Josemaría Escrivá de Balaguer, o fundador do grupo Opus Dei, durante a audiência pública.
*
Comentário: De facto, o abominável santo serviu a ditadura espanhola de Franco com devoção. Os mortos e exilados contam-se por 1 milhão de vítimas.
4 de Abril, 2007 Ricardo Alves

A secularização da sociedade portuguesa(4): o decréscimo da prática católica

O decréscimo da prática católica

O gráfico seguinte mostra a evolução do número de católicos praticantes (distinguindo os comungantes) nos anos posteriores ao 25 de Abril. Os números resultam de «contagens de cabeças» efectuadas nas missas, pelos próprios sacerdotes católicos, em 1977, 1991 e 2001. Sendo dados da própria ICAR, que terá interesse em inflacionar os números, estes devem ser tomados como máximos absolutos para os números de católicos praticantes e/ou comungantes.O facto mais saliente que se pode deduzir dos dados apresentados é que o número de católicos praticantes diminuiu de mais de meio milhão entre 1977 e 2001 (passou de 2,44 milhões para 1,93 milhões). No mesmo período, a população portuguesa aumentou, e portanto a queda é mais impressionante em percentagem: enquanto, em 1977, a ICAR reclamava que 26% da população estava na igreja ao domingo, o número reclamado em 1991 corresponde a 23% da população, e em 2001 a 19%.

O número de católicos comungantes aumenta 400 mil entre 1977 e 1991, e diminui 50 mil entre 1991 e 2001 (o que significa que, entre os católicos praticantes, os comungantes passam de 29% do total para 50%, e depois para 55% do total de praticantes). Neste período, as mulheres passam de 61% a 64% dos católicos praticantes.

Pode concluir-se que, de acordo com dados da própria ICAR, a prática religiosa regular estará em decréscimo, e menos do que um em cada cinco portugueses terão prática religiosa semanal.

[Diário Ateísta/Esquerda Republicana]
4 de Abril, 2007 Carlos Esperança

Anti-semitismo em França

O anti-semitismo é uma forma de racismo, intolerável como qualquer outra, mas mais execrável por juntar ao ódio étnico a perseguição religiosa.

A Europa que assistiu ao extermínio de 6 milhões de judeus não pode ser complacente para com os semeadores do ódio e da morte. Perante a profanação de cemitérios, é de mau gosto trazer à colação o problema do sionismo quando é exclusivamente o anti-semitismo que está em causa.

São velhas as raízes desse sentimento cobarde que se compreendem à luz do tempo e da história como fazendo parte do Novo Testamento e do Corão. Não se admitem, hoje, as manifestações de um ódio que manchou o cristianismo com as suas fogueiras e infecta o Islão com a obsessão de destruir o Estado de Israel.

Não falemos agora de sionismo – repito -, execremos o ódio que nasce no coração dos crentes de religiões concorrentes e se manifesta em actos sórdidos indignos do género humano.

É, aliás, tempo de deixar de ser frouxo na condenação do Estado Iraniano quando se é hostil na condenação de Israel. Entre um Estado confessional que respeita a democracia e um Estado teocrático que só respeita o Corão, na interpretação dos exegetas locais, é altura de ser intransigente para quem transporta o ódio até ao silêncio dos cemitérios.

DA/Ponte Europa