Hoje celebra-se o dia de todas as religiões. Divididas nas diversas doutrinas, todas as religiões têm em comum a farsa, a paranóia e a mentira. Nenhum outro dia do ano seria mais apropriado para celebrar o dia de todas as religiões que o primeiro de Abril, o Dia das Mentiras.
É neste dia que, com brincadeiras mais ou menos inocentes, se tentam enganar familiares, amigos, colegas e vizinhos, num espírito de brincadeira em que o fair-play de todos é condição essencial. É urgente perceber que tudo em que se baseiam as diversas religiões são farsas para as quais a sociedade civil tem tido um fair-play imensurável porque, convenhamos, a religião faz constantemente anti-jogo ao querer impor as suas regras a todos os outros.
Assim, desejo-vos a todos um feliz Dia de Todas as Religiões.
(Nota: Em dia de Benfica-Porto impunha-se esta linguagem futebolística. Pela minha parte, à hora do jogo estarei a ver os Robinsons em 3D, o que será muito mais divertido)
(Diário Ateísta/Penso, logo, sou ateu)
Enorme cartaz que inunda a cidade de Aix-en-Provence. Imagem enviada pelo leitor ECD.
A generalização do divórcio
O gráfico seguinte evidencia que o divórcio, que era praticamente inexistente antes do 25 de Abril, se tornou rapidamente comum.
Nos anos anteriores ao 25 de Abril, o divórcio civil estava vedado aos portugueses casados pela ICAR (embora a anulação canónica do casamento existisse, era raríssima). Um dos maiores movimentos cívicos do período revolucionário pedia justamente a legalização do divórcio, pelas leis do Estado, para os casados pela ICAR. Liderado por Salgado Zenha, esse movimento originou um protocolo adicional à Concordata com a Santa Sé, que foi assinado em Fevereiro de 1975.
Se até 1974 havia aproximadamente um divórcio (ou menos ainda) para cada cem casamentos, após 1975 a proporção cresce rapidamente para cinco divórcios por cada cem casamentos (em 1976), e nove por cem (em 1977). De um total de 777 divórcios em 1974, passa-se para 7773 em 1977, o que se deve a situações de separação conjugal de facto que não estavam legalmente resolvidas. O atraso das leis do Estado clerical e autoritário na adaptação à sociedade ficou claro.
Uma nova alteração legal, em 2001, agilizou o divórcio. Novamente, um grande número de situações pendentes fez subir o número de divórcios, de 19044 em 2001, para 27960 em 2002 (em proporção, passou-se de 33 divórcios por cada 100 casamentos, para 50 divórcios por cada 100 casamentos). No ano seguinte, a proporção de divórcios desceu, para seguidamente voltar a subir. Em 2005, houve 47 divórcios por cada 100 casamentos.
Segundo o catecismo católico romano, «o sacramento do Matrimónio gera entre os cônjuges um vínculo perpétuo» (ponto 346); e segundo a própria Bíblia, «o que Deus uniu não o separe o homem». O comportamento dos portugueses mostra que esta doutrina, longe de estar generalizadamente aceite, é rejeitada. Mesmo entre os católicos, e nos anos mais recentes (2002, 2003, 2004 e 2005), tem havido, para cada 100 casamentos católicos celebrados, entre 47 e 52 casamentos católicos dissolvidos por divórcio (o que fica muito próximo da média nacional que se vê no gráfico). Portanto, os católicos, à semelhança dos outros portugueses, não parecem encarar o casamento como indissolúvel ou perpétuo, mas sim como um contrato civil revogável.
[Diário Ateísta/Esquerda Republicana]
Refiro-me, claro, ao Cristo de chocolate! Esta doce escultura de 1,80m esteve para ser apresentada ao público numa galeria de arte em Nova Iorque mas, face à revolta e apelo ao boicote levado a cabo pela The Catholic League for Religious and Civil Rights, foi retirada da exposição.
A escultura imaginativamente intitulada “My Sweet Lord”, de Cosimo Cavallaro, procura, assim, um novo local para ser apresentada ao público em geral. Matthew Semler, director artístico da exposição, diz não terem ficado claras a razões dos protestos: o facto de ser de chocolate, o facto de estar nu ou o facto do chocolate ser preto.
Esta noticia fez-me recordar das caricaturas de Maomé e de toda a polémica gerada à pouco mais de um ano.Vá lá, os protestos não envolveram o incendiar de bandeiras nem o vandalização de embaixadas.
Algumas perguntas surgem-me, assim de repente:
O que é que a cera ou o barro têm de mais nobre que o chocolate e em que é que esta escultura difere das outras em relação aquela máxima “não idolatrarás”?
Ficando a escultura à mercê de uma católica perversa (que as há, felizmente) onde daria ela a primeira dentada?
(Diário Ateísta/Penso, logo, sou ateu)

Vamos entrar naquela semana em que, no final, se celebra nada mais, nada menos, que o maior embuste da civilização ocidental. Convém, portanto, estar atento.
É a semana em que nos querem fazer crer que um pai sacrificou o seu próprio filho para provar que ele era mesmo o progenitor; que o corpo do filho desapareceu três dias depois porque o pai assim quis; enfim, que o filho fugiu do sepulcro todo nu, uma vez que as roupas com que foi coberto depois de morto estão em exposição em Turim!
Cá por casa, morreu ontem um dos mandarins que as minhas filhas teimam em ter engaiolados. Tive pena que não aguentasse mais uma semana; daríamos apenas por falta dele na gaiola e teríamos a certeza que apenas optara por gozar a Primavera ao ar livre!
(Diário Ateísta/Penso, logo, sou ateu)
O Diário de uns ateus é o blogue de uma comunidade de ateus e ateias portugueses fundadores da Associação Ateísta Portuguesa. O primeiro domínio foi o ateismo.net, que deu origem ao Diário Ateísta, um dos primeiros blogues portugueses. Hoje, este é um espaço de divulgação de opinião e comentário pessoal daqueles que aqui colaboram. Todos os textos publicados neste espaço são da exclusiva responsabilidade dos autores e não representam necessariamente as posições da Associação Ateísta Portuguesa.