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Categoria: Não categorizado

4 de Abril, 2007 Carlos Esperança

O Opus Dei fez uma OPA amigável ao Vaticano

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O Papa Bento XVI convidou hoje os jovens «a servir a Cristo e ao próximo», citando como exemplo as palavras e doutrinas do São Josemaría Escrivá de Balaguer, o fundador do grupo Opus Dei, durante a audiência pública.
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Comentário: De facto, o abominável santo serviu a ditadura espanhola de Franco com devoção. Os mortos e exilados contam-se por 1 milhão de vítimas.
4 de Abril, 2007 Ricardo Alves

A secularização da sociedade portuguesa(4): o decréscimo da prática católica

O decréscimo da prática católica

O gráfico seguinte mostra a evolução do número de católicos praticantes (distinguindo os comungantes) nos anos posteriores ao 25 de Abril. Os números resultam de «contagens de cabeças» efectuadas nas missas, pelos próprios sacerdotes católicos, em 1977, 1991 e 2001. Sendo dados da própria ICAR, que terá interesse em inflacionar os números, estes devem ser tomados como máximos absolutos para os números de católicos praticantes e/ou comungantes.O facto mais saliente que se pode deduzir dos dados apresentados é que o número de católicos praticantes diminuiu de mais de meio milhão entre 1977 e 2001 (passou de 2,44 milhões para 1,93 milhões). No mesmo período, a população portuguesa aumentou, e portanto a queda é mais impressionante em percentagem: enquanto, em 1977, a ICAR reclamava que 26% da população estava na igreja ao domingo, o número reclamado em 1991 corresponde a 23% da população, e em 2001 a 19%.

O número de católicos comungantes aumenta 400 mil entre 1977 e 1991, e diminui 50 mil entre 1991 e 2001 (o que significa que, entre os católicos praticantes, os comungantes passam de 29% do total para 50%, e depois para 55% do total de praticantes). Neste período, as mulheres passam de 61% a 64% dos católicos praticantes.

Pode concluir-se que, de acordo com dados da própria ICAR, a prática religiosa regular estará em decréscimo, e menos do que um em cada cinco portugueses terão prática religiosa semanal.

[Diário Ateísta/Esquerda Republicana]
4 de Abril, 2007 Carlos Esperança

Anti-semitismo em França

O anti-semitismo é uma forma de racismo, intolerável como qualquer outra, mas mais execrável por juntar ao ódio étnico a perseguição religiosa.

A Europa que assistiu ao extermínio de 6 milhões de judeus não pode ser complacente para com os semeadores do ódio e da morte. Perante a profanação de cemitérios, é de mau gosto trazer à colação o problema do sionismo quando é exclusivamente o anti-semitismo que está em causa.

São velhas as raízes desse sentimento cobarde que se compreendem à luz do tempo e da história como fazendo parte do Novo Testamento e do Corão. Não se admitem, hoje, as manifestações de um ódio que manchou o cristianismo com as suas fogueiras e infecta o Islão com a obsessão de destruir o Estado de Israel.

Não falemos agora de sionismo – repito -, execremos o ódio que nasce no coração dos crentes de religiões concorrentes e se manifesta em actos sórdidos indignos do género humano.

É, aliás, tempo de deixar de ser frouxo na condenação do Estado Iraniano quando se é hostil na condenação de Israel. Entre um Estado confessional que respeita a democracia e um Estado teocrático que só respeita o Corão, na interpretação dos exegetas locais, é altura de ser intransigente para quem transporta o ódio até ao silêncio dos cemitérios.

DA/Ponte Europa

3 de Abril, 2007 Ricardo Alves

A secularização da sociedade portuguesa(3): os nascimentos fora do casamento

Os nascimentos fora do casamento
O gráfico seguinte mostra como, a partir do 25 de Abril, aumentou significativamente a percentagem de crianças que nascem de pais que não estão casados.

Enquanto, até 1974, apenas 7%-8% das crianças nasciam de pais que não estavam casados, a partir de 1979 essa percentagem começa a subir rapidamente, chegando aos 10% em 1982, ultrapassando os 20% em 1998, e atingindo os 31% em 2005. Nos anos mais recentes, o crescimento tem sido cada vez mais acentuado.

Deve acrescentar-se que a esmagadora maioria dos nascimentos fora do casamento resultam de pais que vivem juntos. Tomando como referência o ano de 2005, 71% dos nados-vivos nasceram de pais casados, 25% de pais juntos (mas não casados) e 6% de pais que não coabitavam. Pode portanto concluir-se que mais do que um em cada quatro dos jovens casais que têm filhos vivem em união de facto.

O catecismo da ICAR só concebe os filhos como existindo dentro do matrimónio. Como se pode ver neste particular (e como acontece também no casamento civil e no divórcio) a sociedade portuguesa afasta-se cada vez mais do modelo de família católico. Não porque alguém force os cidadãos a repudiarem tal modelo de família, mas sim em resultado de escolhas individuais inteiramente legítimas e espontâneas.
[Diário Ateísta/Esquerda Republicana]
3 de Abril, 2007 Carlos Esperança

Ontem houve festa no Vaticano

Ontem aconteceu um verdadeiro carnaval da fé no Vaticano. Bambolearam as sotainas, abanaram-se as mitras, arejaram-se os báculos e agitaram-se os hissopes que estavam de molho nas caldeirinhas da água benta. Apenas com 1 dia de atraso sobre o dia das mentiras.

Uma legião de calaceiros cantava hossanas e desforrava-se em latim das orações que JP2 precisava para ser beato. O cadáver, certamente indiferente, repousava no túmulo enquanto, à sua custa, uma freira exibia a cura da doença de Parkinson.

«Eu estava doente e agora estou curada» – dizia a freira em quem JP2 obrou o milagre que aprendeu em morto. Quem pode duvidar da santidade do rústico Papa polaco que acreditava em Deus e julgava que o 3.º segredo de Fátima lhe era destinado?

A ICAR dedica-se ao ramo dos milagres no campo da saúde quando a sua experiência é bem maior no domínio dos negócios, da política e da repressão. B16, um homem com experiência da vida, presidiu à missa – uma distracção obrigatória para os devotos – e refugiou-se nos aposentos com vergonha de tanta superstição e do histerismo de polacos que queriam levar já um certificado de canonização.

Os milagres são hoje o mais rendoso negócio da Igreja católica mas não tarda que venha pedir perdão pelas pessoas a quem enganou e pelo óbolo que extorquiu aos desgraçados crédulos que julgam que os milagres caem do céu e que uma freira é para levar a sério.

Todos os dias, milhões de pessoas dizem: «Eu estava doente e agora estou curada», sem necessidade de falcatruas, sem encenações obscenas, histerismos colectivos e cadáveres apodrecidos. Basta um antibiótico ou uma aspirina.

Se fosse verdadeiro o milagre, havia de perguntar-se por que razão os hospitais estão cheios e JP2 só se lembrou da freira. Já em vida, era mais conhecido pelos espectáculos que animava do que por razões de justiça. Os milagres deviam ser suspensos por uma providência cautelar para evitar que os simples fiquem mais tolos à espera do Céu.

2 de Abril, 2007 dsottomaior

Que Jesus proteja o nosso… dinheiro?

Pouco tempo atrás relatei aqui o lançamento uma iniciativa de retirada de símbolos religiosos de repartições públicas, que contrariam a Constituição Federal brasileira em diversos aspectos importantes.

Agora descobri neste post do Orkut (de uma comunidade dedicada a lutar contra o preconceito que sofrem os ateus) que um corajoso cidadão pediu a certa agência bancária do interior de São Paulo que retirasse o crucifixo nela afixado. Mas deixemos que ele mesmo relate o seu feito:

O Banco Real (ABN Amro Bank) atendeu no último dia 28 de março de 2007 a solicitação de processo interno iniciada por mim (Gabriel Gonzales), que questiona a presença de Crucifixos nas agências do banco. O Banco Real é uma empresa privada que possui inúmeros clientes, não só católicos, mas ateus, evangélicos, espíritas, judeus, islamicos, enfim de todos os credos,que efetuam os mesmos pagamentos de taxas, iguais à qualquer cliente católico, e a presença de tal símbolo fere a liberdade de expressão religiosa ou de ausência dela. Devido a tal, a superintendência do Banco determinou que os crucifixos das agências 0432 e 1299 respectivamente nas cidades de Araraquara e Presidente Prudente (ambas no Estado de São Paulo) sejam removidos imediatamente.
Como tal, fica arquivada a decisão como exemplo para todas as agências da rede, sendo necessária a constatação da presença do símbolo para ser determinada a retirada de tal. Em outras palavras, é necessário que denunciem o número da agência do banco Real que possui o crucifixo para que seja indicada a remoção.
Denuncie a agência da sua cidade pelo telefone 0800 7072399
Segundo frase do próprio banco: “Banco Real, repeitando a liberdade de culto e religião na teoria e também na prática!”

Vejo como um grande avanço na liberdade de expresão no Brasil tal prática do banco, já que nem os órgãos públicos respeitam a determinação da constituição federal de 1988 que caracteriza o Brasil como estado Laico.
Uma vitória para nós ateus!!!
Abraço a todos
Gabriel Gonzales

Essa ação estabelece um precedente importante de respeito para com todos aqueles que não são católicos. É importante notar que o banco tem toda liberdade de afixar os símbolos que deseje, e que o autor da ação reconhece isso plenamente. Mas também reconhece seu direito de sentir-se incomodado e de reclamar à instituição. É o jogo democrático de pressões e interesses perfeitamente legais e legítimos. E neste caso, felizmente, prevaleceu a neutralidade ao invés do arrogante proselitismo. Cabe a nós agora elogiar o senhor Gonzales, enviar os merecidos cumprimentos ao banco (por telefone, pelo atendimento online ao vivo ou pela página de emails) e apontar aos demais bancos e estabelecimentos comerciais o que a concorrência está fazendo.

Iniciativas desse tipo são da maior importância para estabelecer uma cidadania verdadeira e ampla, varrer do mapa a presunção de universalidade de um credo em relação ao qual os descrentes são duas vezes mais numerosos que seus fiéis, estabelecer a força e o valor da descrença, e estimular ações semelhantes. A Gabriel Gonzales meus parabéns e muito obrigado.

2 de Abril, 2007 Carlos Esperança

João Paulo II continua morto

Há dois anos faleceu um dos Papas mais obsoletos da era moderna. Mesmo para Papa católico era excessivamente reaccionário e dementemente supersticioso. Graças à morte oportuna de João Paulo I e à alegada luz dos cardeais cujo combustível é o Espírito Santo, um cardeal polaco com excelentes relações com o Opus Dei e os EUA, chegou a Papa.

Como é costume no bairro do Vaticano puseram o xerife a render e a fazer proselitismo ao domicílio. Parecia que ganhava a vida ao quilómetro, ou melhor, à milha. Percorreu o mundo em encenações litúrgicas, seguido de uma multidão de fotógrafos, operadores de imagem e jornalistas.

O boato sobre a sua bondade e a inegável imagem de quem acreditava em Deus fizeram do perseguidor de teólogos e de defensores do Vaticano II uma das maiores vedetas do planeta.

A doença de Parkinson atingiu-o e foi penoso ver a ICAR a explorar o sofrimento, a ostentar a decrepitude, a mostrar a baba, numa atitude desesperada de o exibir a morrer em directo, para provocar a comoção e arregimentar crentes. Falhou o truque e ficou a imagem de impiedade dos cardeais da Cúria, indiferentes ao sofrimento, interessados na exploração dos negócios da fé.

Hoje, dois anos depois, começa a comédia dos milagres e o processo de canonização do cadáver. Metem-se empenhos para dispensar os prazos canónicos, abolir o interstício de beato e fazer do falecido autocrata um santo que promova as missas e orações onde a devota Polónia passa o tempo.

JP2 não era pior do que Escrivá, não era menos amigo dos ditadores do que o fundador do Opus Dei, e, até, acreditava em Deus. Bastam estas características para fazer santo o defunto.

Depressa que o negócio está à espera.