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Autor: José Moreira

20 de Fevereiro, 2012 José Moreira

Um sorriso…

De vez em quando, para contrariar a crise, e não obstante a corrupção que grassa no Vaticano, excelso poço de virtudes,  sabe bem verificar que, numa atitude sem precedentes, também Deus decretou a…. austeridade.

Em espanhol.

15 de Fevereiro, 2012 José Moreira

Estamos tramados…

Governo prepara encurtamento da Páscoa:

Jesus  Cristo morre crucificado e ressuscita no mesmo dia

Depois de ter acabado com o Corpo de Deus, 15 de Agosto, 5 de Outubro, 1 de Dezembro e de não ter dado tolerância de ponto aos funcionários públicos no Carnaval, Passos Coelho prepara uma pequena alteração ao ano litúrgico, nomeadamente a Semana Santa, de forma a obter uma versão da Páscoa mais adaptada a um país que quer ser mais competitivo.

“A Última Ceia a uma quinta-feira é coisa de garoto mimado e irresponsável que chula os pais e o Estado. Acabou-se a Sexta-Feira Santa e a Última Ceia passa a lanche ajantarado no sábado até às 23 horas, no máximo. Domingo de Páscoa passa a ser o dia do julgamento, paixão, crucificação, morte, sepultura e ressurreição. Também Jesus Cristo tem de deixar de ser piegas!”, revelou Passos Coelho.

4 de Fevereiro, 2012 José Moreira

Ele ‘grama’ a gente…

Ontem, um canal de televisão transmitia uma reportagem sobre o voluntariado em pediatria oncológica. Porque o assunto me toca pessoalmente, não deixei de assistir. Não deixei de assistir ao sofrimento das crianças, demasiado novas e inocentes para usufruírem do maravilhoso “livre-arbítrio” que, misericordiosamente, Deus nos concedeu.

Na verdade nós, adultos, podemos, perfeita e livremente, contribuir para a existência de cancro; seja fumando, seja bebendo, seja fazendo ambas as coisas e outras mais. Mas as crianças, Senhor?

Não pude evitar de me perguntar: que raio de Deus é este, cheio de amor e bondade, que permite que crianças sofram daquela maneira, ao ponto de, muitas delas, chegarem a adultos – as que chegam – sem terem tido tempo de viver a infância na sua maravilhosa plenitude?

Já sei, já conheço a cassete: Deus não intervém nas coisas terrenas.  Não sei se algum crente me vai responder dessa forma;    e é bom que não o faça, para não me obrigar a perguntar: “Então, temos de concluir que os milagres apregoados pela ICAR são fraudes?”  Nada que não se saiba, naturalmente, mas convém, sempre, lembrar. Porque Deus deu-nos o livre arbítrio, seja lá isso o que for. Ai sim? E o que é que as crianças têm a ver com o livre-arbítrio? Porque as crianças pagam pelos erros dos pais. Pois… até aí já eu tinha percebido, já vem desde o Génesis. Mas para um deus de amor e bondade, não está nada mal, não senhores. Aliás, apetece perguntar: para que serve um deus que não intervém, que não olha pelos seus filhos, que não os protege? Em qualquer país civilizado, pouco civilizado que seja, um pai ou uma mãe que não proteja os seus filhos é punido social e/ou criminalmente.  Um dia, na Dinamarca que, na minha óptica, pertence ao grupo dos países civilizados, vi que uma criança fazia um berreiro desalmado e atirava-se para o chão, porque não lhe apetecia acompanhar o pai. Uma birra das antigas e que eu pensava terem caído em desuso. Um companheiro de viagem comentou, com um o guia, que em Portugal aquela cena já teria sido resolvida com dois açoites bem assentes no rabo do puto malcriado. “Nem pensar!” respondeu-lhe o guia; “O pai não está disposto a ter chatices com polícia e tribunal”.

Pois… Perante a reportagem de ontem, apetece-me perguntar: Se Jeová existisse, não seria uma boa altura para uma queixa formal ao Ministério Público?

O que vale, é que o gajo não existe…

 

Em simultâneo no “À Moda do Porto“.

29 de Janeiro, 2012 José Moreira

As pombas do papa

Ao que parece, duas pombas brancas, “símbolo da paz”, recusaram-se a levantar voo da janela onde Ratzinger perorava, como de costume. As pombas iriam encerrar, simbolicamente, o “mês da paz”, que é o mês de Janeiro. É, também, o mês de os gatos tentarem a procriação, para quem não saiba.

As pombas, ao recusar o “take-off”, mostraram mais inteligência e sentido da realidade do que o patético papa. “Mês da paz”? Paz, onde? Provavelmente no Afeganistão… Talvez no Iraque… Etc. E se as pombas levantassem voo, já haveria paz? Como? Já sabemos que as pombas são aves terríveis, capazes, até, de engravidar mulheres; mas duvido que façam falir as fábricas de armamento.

Espera aí, o rapaz referiu-se à paz “no mundo”. Deve ter copiado a expressão de um livro que diz que Satanás mostrou “todos os reinos do mundo”. Assim, já se compreende: para Ratzinger, o “mundo” resume-se à Praça de S. Pedro.

26 de Janeiro, 2012 José Moreira

“Deus ama-nos”

Uma das frases mais recorrentemente lidas e/ou ouvidas, é esta: “Deus ama-nos” ou, em alternativa, “Jesus ama-nos” – o que vem a ser a mesma coisa, como se sabe.
Em qualquer dos casos, é mentira. Vamos por partes.
Em primeiro lugar, acho que é suprema arrogância afirmar “Deus ama-nos” como se as pessoas que o afirmam conhecessem os sentimentos de Jeová. Suponho que só a A. Solnado é que pode fazer tal afirmação, já que parece que toma o pequeno-almoço todos os dias com Jesus que, como toda a gente sabe, é tão deus como o outro.
Depois, o deus oficial desta parte do mundo é aquele que vem referido na Bíblia. Não há outro como, aliás, ele próprio determina no artº 1º da Lei Mosaica: “Não terás outros deuses diante de mim” o que me parece absurdo, porque se ele é único, como é que poderia, o povão, ter outros deuses? Será que ele queria dizer “Não inventarás outros deuses além de mim”?
Adiante, e continuemos na hipótese, meramente académica e estupidamente absurda, de esse deus existir. Esse, ou outro qualquer; aliás, sem essa hipótese este artigo não faria qualquer sentido.
O deus da bíblia ama um único povo: o povo hebraico. Os hebreus são, ainda de acordo com a bíblia, o “povo eleito”, a quem Jeová prometeu uma terra que, por isso mesmo, passou a chamar-se Terra Prometida. Prometeu mas não cumpriu, como bom político que é.  Os outros, os não judeus,são gentios, criaturas de segunda, a quem os judeus podiam matar livremente, e escravizar. Daí que faça todo o sentido o mandamento “Não matarás”. “Não matarás”… outro judeu, porque os outros, os gentios, podes matar à vontade. Aliás, a Bíblia descreve, com mórbidos pormenores, várias cenas dessas matanças.
Daí que me cause perplexidade a adoração que os gentios – os não judeus – manifestam por um deus que, explicitamente, os despreza. Um deus descrito num livro redigido por judeus e para os judeus.

24 de Janeiro, 2012 José Moreira

O mamarracho e o navio

(…ou será “O mamarracho do navio”?).

Segundo a comunicação social, sempre lesta a difundir notícias importantes deste teor, dentro do navio “Costa Concordia”, naufragado há dias, foi encontrada e recuperada uma boneca representando a dita virgem Maria. Logo a ICAR, pela voz dos seus altifalantes, veio a terreiro afirmar, “urbi et orbi”, que o boneco era uma cópia do original, o qual, original, se encontra na capela das ditas aparições. Não foi dito se a cópia está, ou não, conforme o original, e se, em caso afirmativo, essa conformidade foi, ou não, certificada. Mas isso agora não interessa, como diria uma outra “virgem”. Interessa é que, para confirmar não se sabe bem o quê, a padralhada veio berrar que a boneca tinha sido comprada em Fátima.

Fico sem saber o que pretendem os funcionários da ICAR provar com tanta berraria e publicidade. Quanto a mim, deviam calar-se muito caladinhos e, caso perguntados, deveriam responder que a boneca, que foi capaz de desviar uma bala que, como se sabe, viaja a uma velocidade incrível, mas não conseguiu desviar um navio de cruzeiro que, na circunstância, não excederia os miseráveis 20 nós, dizia eu que, caso perguntados, deveriam afirmar que não senhores, aquela boneca só podia ter sido comprada numa qualquer loja dos chineses, porque se fosse de origem certificada, como é o caso de Fátima, o navio nem uma equimose ou uma leve beliscadura sofreria.

Uma coisa tenho de reconhecer, por muito que me custe: a boneca não se afogou. Pelo contrário, está viva e sã e devidamente exposta – desejo eu – numa igreja. O que me leva a sugerir ao Ratzinger  que aproveite. Não terá, por acaso, algum “santo” em lista de espera? Poderiam, perfeitamente, atribuir-lhe este “milagre”. Olhem que não é todos os dias que aparece uma boneca de Fátima dentro de um navio de cruzeiro – eu, pelo menos, nunca vi nenhuma – e se salva de morrer afogada.

E não levo nada pela sugestão.

 

Em simultâneo no “À Moda do Porto

9 de Janeiro, 2012 José Moreira

A Igreja em crise?

…Ou serão, apenas, algumas igrejas?

A sério, eu sempre pensei que as igrejas nunca fossem atingidas pela crise, porque o “patrão” sabe (devia saber) gerir o negócio.

Pelos vistos, enganei-me

7 de Janeiro, 2012 José Moreira

O regresso dos efes

A pulga atrás da orelha comecei eu a sentir quando tudo quando era comunicação social desatou a proclamar a elevação do Fado a património da humanidade. Tá bem, prontes. Antes isso do que evidentemente.

Dias depois, o Futebol fazia a sua entrada em cena. De manhã, à tarde, à noite e sempre que desse jeito, o mundo ficava a saber que Eusébio tinha dado entrada no hospital. E a coisa prolongou-se, com o regresso a casa e o regresso ao hospital. Estimei as melhoras e adormeci, pensando que…

Pensei mal. O terceiro efe, que se encontrava alerta mas encoberto, fez a sua entrada em pleno com os pescadores de Vila do Conde, milagrosamente salvos por “nossa senhora”.  Ainda não sei o que andaram por lá a fazer a Marinha e a Força Aérea – se a memória não me atraiçoa, mas isso nem vem ao caso.

As pessoas têm direito às fés respectivas, e cada uma é livre de acreditar no que quiser. Se os pescadores acham que foi a senhora de Fátima, e não outra qualquer, que os salvou, estão no seu mais sagrado direito, embora não haja evidências de que não tenha sido, por exemplo, a senhora da Conceição ou, até, o S. Pedro que, como toda a gente sabe, é o protector dos pescadores, actividade que desenvolve em perfeita parceria com o respectivo Sindicato. Estão, também, no direito de acreditar que foi mais fácil, para a “nossa” senhora, salvá-los do que evitar o afundamento do barco. E que, ao salvá-los in extremis quando podia tê-lo feito logo no primeiro momento,  mais não quis do que pô-los à prova – como é apanágio de tudo quanto é divindade, não esquecendo que essa coisa de pôr as pessoas à prova nem sequer é original, uma vez que há notícia de  tentativas com Adão e Abraão, pelo menos. Todas estas crendices são legítimas, como legítima é a peregrinação que os pescadores vão fazer ao terceiro efe. Como dizem os franceses, chaqun sabe de si. Mas já duvido é do direito de as televisões todas, durante a última semana, nos terem andado a atazanar a vista e os ouvidos com a notícia da bendita peregrinação. Com tanta gente a peregrinar, por que razão hão-de, os pescadores, ter o direito a notícia destacada? Por que razão insistem em obscurecer as mentes? Para que não nos lembremos dos escândalos ao nível da política e do governo? Para que nos esqueçamos das maçonarias encobertas e dos fretes jurídico-financeiros?

Ou é o regresso ao passado, agora sem máscara?

Já agora: quantas horas vamos ter, em directo, a peregrinação?

 

Em simultâneo no “À Moda do Porto

6 de Janeiro, 2012 José Moreira

Imagine…

… que não havia religiões.

Dá a impressão de que, na Nigéria, alguém percebeu mal a evangelização.  Ao que parece, um tal JC terá dito “Amai-vos uns aos outros”, mas alguém percebeu “Matai-vos uns aos outros”.

Não há ninguém para os esclarecer?