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Preso por defender a liberdade de pensamento

O Supremo Tribunal de Teerão decidiu que Sayyed Hashem Aghajari continuará na prisão pelo crime de blasfémia, mas reduziu a sua pena a cinco anos de prisão. Deve notar-se que este professor de História iraniano fora condenado à morte por, durante um discurso público, se ter afirmado favorável a um «Islão reformado», moderno, em que os muçulmanos não seguissem os líderes religiosos «cegamente» e «como macacos», e em que cada um pudesse encontrar a sua própria interpretação dos textos «sagrados». Em suma, foi condenado por defender a liberdade de pensamento.

Embora Aghajari não se tenha afirmado ateu, o seu discurso de Junho de 2001 fora suficiente para que um juiz de província o condenasse à morte por apostasia em Novembro de 2002. Aghajari tem portanto estado preso desde 8 de Agosto de 2001, por vezes em regime de isolamento, e sob ameaça de execução. A sua pena foi agora reduzida a cinco anos de prisão (dois dos quais de pena suspensa). O advogado de Aghajari espera conseguir ainda mais uma redução da pena, após novo apelo. O caso Aghajari tem causado protestos consideráveis entre os estudantes iranianos reformistas. 




A liberdade de expressão é um direito humano fundamental, e inclui a possibilidade de criticar as religiões, até mesmo de as ridicularizar. Na privacidade dos nossos pensamentos, somos sempre livres. É na consciência dos indivíduos que os dogmas religiosos caem sempre pela primeira vez. Poder exprimir o nosso pensamento é um direito político, que os clericais sempre tentaram limitar, através de leis contra a blasfémia, e em nome de interditos religiosos por eles definidos.

As democracias afirmaram-se, na Europa, contra as igrejas. Os países muçulmanos necessitam de uma laicização radical e urgente. Homens como Aghajari são indispensáveis.