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Dia: 30 de Agosto, 2019

30 de Agosto, 2019 Carlos Esperança

A Igreja católica e os nossos impostos

No caso dos colégios, os clérigos querem que a caixa das esmolas regresse com o óbolo dos impostos de todos os portugueses, independentemente do credo ou ausência dele de cada contribuinte.

No caso do IMI, não se contentam com a isenção dos templos, sacristias e terrenos pios (os santuários), querem que os edifícios onde moram, os colégios onde ensinam e todos os outros em que exercem atividades lucrativas fiquem isentos.

No fundo, não se consideram cidadãos portugueses, julgam-se súbditos do Vaticano e esperam pagar com indulgências e ave-marias o que a concorrência paga em euros.

Os privilégios concedidos por um Estado débil, a pensar nos votos dos devotos, não são perpétuos, embora o direito canónico os equipare a sacramentos, sobretudo quando não distinguem entre as isenções que, bem ou mal, foram concedidas e as que pretendem acrescentar.

A isenção de qualquer imposto ou contribuição geral, regional ou local, segundo o artº. 26 – 2 b) da Concordata, incide sobre “As instalações de apoio direto e exclusivo às atividades com fins religiosos”. A igreja reivindica a isenção para armazéns onde guarda os andores e os prédios que servem de apoio às paróquias, escolas, seminários e jardins paroquiais.

A gula só é pecado no mundo profano e tem aí quem lhe alimente a sofreguidão pia.