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Dia: 4 de Julho, 2018

4 de Julho, 2018 Vítor Julião

A alma existe?

 
O monoteísmo diz que só o Sapiens tem uma alma imortal. O corpo pode morrer mas a alma segue o seu caminho para a salvação ou perdição, mas os porcos ou outros animais já não têm alma, logo não há lugar para eles nestes teatros circenses.
 
Só que, as descobertas científicas contradizem inequivocamente este mito monoteísta. Elas confirmam com exatidão os monoteístas quando eles dizem que os animais não tem alma, mas contradizem os mesmos crentes quando eles afirmam que o Homem tem alma. Os cientistas submeteram o Homo sapiens a dezenas de milhares de testes bizarros e observaram cada recanto do coração e cada fenda do cérebro, e nada! Absolutamente nada de alma.
 
“Ah, mas se não descobriram a alma, é porque esses tipos de bata branca que se acham muito inteligentes, não procuraram bem!”, balirá um crente certamente.
 
O problema para os crentes é que as ciências da vida duvidam que a alma exista, não apenas por não existir qualquer prova ou evidência da sua existência, mas também porque a ideia de alma vai contradizer os mais elementares princípios da evolução.
 
E é essa contradição, a principal causa de ódio desmedido e estúpido que os crentes monoteístas desvairados, alimentam pela Teoria da evolução.
4 de Julho, 2018 Carlos Esperança

4 de julho – As datas, as comemorações, a toponímia e a santidade

Quando em 2 de julho de 1776 o Segundo Congresso Continental aprovou a resolução da independência dos Estados Unidos do domínio britânico, procedeu à elaboração de um documento legal, que seria revisto, aprovado e publicado em 4 de julho, data que foi consagrada pelo Congresso como a da Declaração da Independência. É o feriado que celebra a Independência do poderoso país.

Para mágoa dos devotos da Rainha Santa Isabel, de Coimbra, os maçons que estiveram na origem da independência e na elaboração da Constituição laica dos EUA, fugidos às perseguições das guerras religiosas da Europa, ignoravam o milagre das rosas obrado pela rainha que falecera nesse dia, já em 1336, e deu origem ao atual feriado municipal. Aliás, não eram muito dados a preocupações metafísicas.

Isabel de Aragão, canonizada em 1625, por milagre igual ao da tia húngara, igualmente nobre e santa, foi canonizada 90 anos depois, e não teve pressagiado o nascimento nem tão vasto currículo milagreiro, a levitação incluída, a mais de um metro do chão, quando contemplava o Santíssimo Sacramento, absorta em êxtase contemplativo.

A tia, segundo a guia que esmiuçou os milagres obrados, junto ao túmulo de Budapeste, desolou turistas de Coimbra, com um deles a sussurrar que era cópia. À rainha húngara, S. João Batista levava-lhe pessoalmente a comunhão e numerosas vezes a visitaram o próprio J. Cristo e a Virgem Maria, a consolarem-na em seus padecimentos. Dias antes da morte, Nossa Senhora surgiu-lhe cercada de anjos e prometeu-lhe o céu, e à D. Isabel de Aragão nem pelas infidelidades de D. Dinis a confortaram. Nunca esquecerei o esgar de raiva dos meus acompanhantes, dois eram do Opus Dei, desolados, com medo de que algum incréu visse no milagre da santa coimbrã um truque herdado da família.

Quem venera a Rainha Santa, de Coimbra, é o ex-edil Carlos Encarnação que retirou o nome ‘Europa’ à mais bela ponte sobre o Mondego e o erradicou das placas toponímicas para o dar à Rainha. Na beata devoção, ofendeu a encantadora filha de Agenor, rei da Fenícia, que Zeus, pai dos deuses, disfarçado de touro, raptou, para amá-la em Creta. Preteriu a amada de Zeus, perante o qual todos os deuses permaneciam de pé, pela santa que obrou um milagre plagiado. Heródoto foi o primeiro historiador a chamar Europa a todo o continente, no séc. V a.C., e o devoto ex-edil de Coimbra foi o algoz da musa dos poetas da Grécia Antiga, substituindo-a pela rainha que reincidiu no milagre das rosas.

A Europa ficou na História da mitologia pela paixão de Zeus e a Rainha Santa na placa da Ponte Europa, como segunda escolha, por desvairada demagogia de um autarca que usou o cargo para cuidar da alma.

O 4 de julho traz à memória a independência dos EUA, o falecimento da Rainha Santa e a decisão do medíocre edil que preferiu a santa autóctone à deusa que teve três filhos de Zeus, pai dos deuses, na mitológica odisseia erótica vivida em Creta.

A provinciana decisão do autarca ainda permanece nas tabuletas que indicam a Ponte Europa e a santa continua a ser pretexto para o feriado municipal e as festividades pias.