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Dia: 23 de Fevereiro, 2015

23 de Fevereiro, 2015 Carlos Esperança

TRANSUBSTANCIAÇÃO

Por

João Pedro Moura

A transubstanciação é a conversão do pão, a hóstia, no “corpo de Cristo”, e o vinho, no “sangue de Cristo”. É o momento fundamental da Eucaristia, um dos 7 sacramentos da Igreja católica, e a cerimónia mais tresloucada que eu conheço da mesma igreja…

É um momento de “magia” católica e, decididamente, uma das cerimónias mais desconcertantes e desconchavadas que a dita igreja ostenta e tenta fazer crer, fundamentada em João 6, 51-56:

https://www.bibliaonline.com.br/acf/jo/6…

Então, o quesito surge, imperativamente:

– Como é que a Igreja sustenta tão desvairada e falsa conversão, em que uma rodela de pão ázimo, vulgo “hóstia”, é promovida a “corpo do Senhor”, e uns decilitros de vinho vulgar, promovidos a “sangue do Senhor”???!!!

Como é possível uma entidade, e nem que fosse um só diletante qualquer, proferir, oficialmente, tão tresloucada afirmação.

Mas que corpo e que sangue???!!!

Não há ninguém dentro da Igreja, que aborde, seriamente, tão sublime despautério???!!!

O ato de comer o “corpo” duma pessoa tem nome e é feio…ilegal e criminoso. Uma coisa monstruosa!…

O ato de beber o sangue doutra pessoa também tem nome… e é ilegal e criminoso. Monstruoso!

Mas a Igreja católica continua a sustentar o desvairamento de que, duranta a cerimónia da Eucaristia, o pão e o vinho, consagrados pelo padre, se convertem em “corpo” e “sangue” da personagem bíblica Cristo… e o padre come e bebe tais coisas, logo a seguir…

É fácil: o padre levanta a taça e a hóstia e… já está… milagre feito…

A seguir, dá-se de comer e beber aos néscios, canibalescos e vampirescos, que fazem fila glutona para o efeito…

Gente perigosa e sumamente cretina…

O que vale é que é a brincar…mas disfarçados de seriedade…

 

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23 de Fevereiro, 2015 Carlos Esperança

Petição ACABAR COM ABORTO GRATUITO

Para: Governo e Assembleia da República

Chegou-me hoje, em correio eletrónico, o convite para assinar uma petição para acabar com o aborto gratuito, uma solicitação ao destinatário errado. Logo me veio à memória a minha vizinha, D. Efigénia, amiga da missa e da hóstia, que adoeceu com o resultado do último referendo sobre a IVG.

No período que precedeu o Referendo da IVG papou a missa diária, deixou queimar o arroz três vezes, vazou-lhe a sopa outras tantas e incendiou-se-lhe o fogão quando se distraiu a rezar a salve-rainha. Até o bolo de chocolate que fizera para o filho, que vinha de fim-de-semana, se esturrou quando rezava o terço no oratório do quarto.

A D. Efigénia dizia-me que era uma pena eu não ir à missa, tão boa pessoa, até rezava pela minha conversão e não se desencorajava de ver-me subir as escadas da igreja da paróquia, entregue a uns frades depois de começarem a escassear os padres seculares.

A D. Efigénia nunca pensou perder o Referendo, era pela vida, sabia que a Senhora de Fátima andava a desfazer-se em lágrimas de sangue, estranha hemorragia ocular de uma imagem pia, e que não permitiria que as forças do mal vencessem.

Aliás, ela bem sabia como os portugueses são atreitos ao medo do Inferno, embora este tivesse sido abolido, e como sentem a falta das cantorias e do padre no funeral. Sorria feliz com o Cânone 1331 que excomungaria os que votassem SIM no Referendo: «não poderiam casar, batizar-se nem ter um funeral religioso».

Julgava a boa da D. Efigénia que o medo era suficiente para dar a vitória à Senhora de Fátima, ao seu amado filho, ao pai do Céu e a todos os que se preocupam com pecados.

Quando soube que 2.338.053 eleitores desprezaram as orações, missas, novenas, terços e outros pios demonífugos, deu em cismar que Deus não existia, a senhora de Fátima era uma invenção, os anjos não voavam e os padres eram funcionários de uma empresa cujos produtos não têm certificado de garantia nem prazo de validade.

A D. Efigénia ainda se benze mas julga que alguns defensores do Não são proprietários de clínicas clandestinas e que a despenalização do aborto lhes prejudicou o negócio.

Entre a salvação da alma e a reflexão, a D. Efigénia ainda hoje hesita e se aflige, adoece e cisma, e nunca mais rezou um pai-nosso. Tem muitos na conta e não resultaram, até se convenceu de que o aborto não é sacramento e pode ser feito sem a ajuda eclesiástica.

Se esta petição lhe chegar, não sei como reagirá, oito anos após a última deceção. Com a saúde precária e a fé abalada, temo pelo seu futuro mas estou em crer que o remetente me confundiu com a D. Efigénia e me mandou a petição que lhe era destinada.