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Dia: 7 de Novembro, 2010

7 de Novembro, 2010 Carlos Esperança

Há quem duvide da farsa?

Vaticano beatifica religiosa austríaca

A religiosa nasceu na Áustria, mas fez um milagre aqui no Brasil.

(…)
O médico que atendeu seu Onorino relatou por escrito o que viu: as orações, a recuperação dele. Nos últimos 20 anos, documentos como este foram reunidos e encaminhados ao vaticano. Em março, o papa Bento XVI reconheceu oficialmente o milagre e aceitou o processo de beatificação. O primeiro passo para que Bárbara Maix se torne santa.

7 de Novembro, 2010 Ricardo Alves

Se Ratzinger fosse apenas um líder religioso

O problema que Ratzinger gera em cada visita que efectua é amplificado pela sua dupla qualidade de líder religioso e chefe de Estado, e pela sua recusa em separar as duas condições. Em Espanha, foi recebido no aeroporto pelo filho e pela nora do rei, apesar de a visita, supostamente, ter apenas «carácter pastoral» (e não ser uma visita de Estado). E quando partir terá a presença do Primeiro Ministro espanhol no aeroporto.

Em Portugal, sendo uma «visita de Estado», foi recebido no aeroporto pelo Presidente.

Se o Vaticano não fosse reconhecido como «Estado» (e há boas razões para que não o seja), os seus pronunciamentos não seriam tão amplificados pela relevância de alguém que não seria necessariamente recebido pelas mais altas autoridades do Estado. Uma igreja não necessita de ser um Estado, e o problema político que Ratzinger representa seria assim limitado.

Persistiria o problema gerado por os Papas não conseguirem circunscrever-se a «assuntos espirituais», e insistirem em pronunciar-se sobre leis que são feitas para cidadãos, e sobre comportamentos sociais que não se enquadram nos parâmetros do catolicismo.

Se a sobrevivência da «Monarquia Católica do Vaticano» é um problema de laicidade que só estará resolvido quando a ICAR deixar de se arrogar privilégios estatais, a verdade é que só nesse dia poderemos então ter um verdadeiro diálogo, porque mais justo e menos desigual, sobre as ideias que o senhor Ratzinger tem do casamento, da IVG, ou do papel da mulher na sociedade. E aí o problema será outro: o catolicismo não ser uma mera doutrina espiritual, mas também uma doutrina social e política.

[Diário Ateísta/Esquerda Republicana]

7 de Novembro, 2010 Carlos Esperança

A visita do Papa a Santiago de Compostela

Os beatos investiram em ave-marias, os restaurantes avançaram com vitualhas, as lojas encheram-se de recordações e os franquistas exultaram com a desforra anunciada contra a democracia, mas B16 não é uma estrela pop e o ex-prefeito do Santo-Ofício carrega o peso de um papa anacrónico, zangado com a modernidade.

As tiradas contra o ateísmo e a laicidade fazem exultar os nostálgicos da ditadura, os devotos dos santos por atacado e os peregrinos profissionais, mas deixam desolados os donos das barracas de lembranças a quem os autarcas tinham prometido uma enchente de 200 mil católicos sequiosos de bênçãos e recordações.

De 1.200 autocarros esperados só chegaram 300 e a devoção definha quando a multidão se reduz aos incondicionais e se vêem abandonados pelo seu deus num encontro com o alegado representante.

Nem o dinheiro e a força do Opus Dei foram capazes de dar à visita aquela histeria que contagia e converte os incréus. Há quem pense que os escândalos possam prejudicar a popularidade do Papa, esquecendo que os escândalos nunca foram relevantes em dois mil anos de existência.

A razão do fracasso encontra-se  na monotonia das missas, na repetição da coreografia e na insistência nos milagres que ninguém leva a sério. Um Papa que se apoia no Opus Dei, nos Legionários de Cristo e nos fascistas de monsenhor Lefebvre arrisca-se a ficar a pregar para os empregados da ICAR e para os indefectíveis de todos os papas.