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  • 6 de Outubro, 2010
  • Por Carlos Esperança
  • Vaticano

Papisa Joana – Filme em exibição

Por

C S F

Na Idade Média de 855 a 858 reinou uma mulher como papa, a papisa Joana!

Dizem que em 855 a papisa Joana ascendeu ao papado ocultando o seu género com êxito, tendo reinado 2 anos.

Deu à luz uma criança durante uma procissão em Roma. Junto a uma ponte a papisa sentiu-se mal e, perante o espanto de todos, saiu das suas vestes um bebé!

Este acontecimento levou à sua deposição.

Esta papisa era bastante admirada e, por isso, foi colocada na ponte uma sua figura como papa com um bebé ao colo.

Uma papa posterior, a pretexto da renovação urbanística de Roma, retirou a estátua.

O Vaticano também teve o cuidado de eliminar a papisa da lista de papas ocultando a existência da papisa! Assim o papa João XXIII deveria ter sido João XXIV.

Além disso, mandou construir cadeiras com um buraco no tampo, para prevenir novos casos.

A partir dessa época, todos os papas são submetidos após a sua eleição à prova de terem órgãos sexuais masculinos, realizada pelo cardeal mais velho, que a faz, perante todos os outros cardeais, no meio das vestes papais e por baixo do tampo de uma destas cadeiras, com os genitais do eleito passados pelo buraco do tampo. Consta que hoje existem ainda no Vaticano, pelo menos, duas dessas cadeiras.

Esta história apareceu pela primeira vez em forma literária no século XIII.

No século XVII  a papisa ainda era recordada com admiração pela população de Roma.

As provas históricas destes factos são escassas.

Está a passar um filme sobre o acontecimento (cinema Alvaláxia, escassas sessões e curto tempo de exibição).

Apesar dos meios empenhados na sua realização o filme é uma ficção com larga imaginação e pouco rigor histórico.

Pretende ser um panfleto contra a forma como as mulheres foram tratadas na História.

Acaba por ser uma história imaginada onde toda a história da mulher papa é contada como uma história mágica em que as pessoas medievais pensam muitas vezes como hoje se faz.

No fim aparece uma figura totalmente imaginada, um alto dignitário do Vaticano (cardeal), afinal também uma mulher que discretamente viveu a história de Joana e que afirma no filme, nas suas vestes medievais e durante a época, que é ela a responsável por se ter preservado a memória de Joana…

Tudo parece um sonho mau feminista que afirma que os homens humanistas e a luta das mulheres medievais permitiram a ascensão de Joana.

Enfim…