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Proibir o Corão?

O holandês Geert Wilders diz que quer proibir o Corão. O que ele quer é atenção, mas a ideia é péssima. Não se deve proibir o Corão: deve-se criticá-lo, refutá-lo e ridicularizá-lo. Não se proíbe ninguém de ser muçulmano (ou católico, ou cientologista), numa sociedade em que se pode explicar-lhe que «Deus» é uma fantasia intelectual, que os sacerdotes enganam as pessoas e que a religião organizada é uma aldrabice massificada.

O populista holandês diz ainda que o Corão «é fascista e semelhante ao Mein Kampf». É verdade. E outro tanto pode ser dito sobre a Bíblia. Mas o Corão não se proíbe, como também não se proíbe a Bíblia ou o Mein Kampf. As apologias da violência, da discriminação, da instauração de regimes opressivos, como as defesas da escravatura e da opressão das mulheres que estes livros contém, são genuínas e inspiraram alguns dos piores regimes que a humanidade conheceu. Mas privar-nos de as ler seria tirar-nos as armas com que nos poderemos defender. E perder a liberdade de expressão que tanto gozo nos dá exercer.
[Esquerda Republicana/Diário Ateísta]