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Ateísmo na Blogosfera

  1. «Nada pode garantir isso. Durante mais de mil e quinhentos anos julgava-se que sim. A autoridade determinava a verdade. A Bíblia, Aristóteles, o Papa, os doutores da Igreja. Para saber alguma coisa consultava-se a autoridade. Uma vez que a autoridade desse a verdade última podia-se deduzir consequências com a lógica aristotélica, mas observações eram só a título de exemplo e de pouca importância. Aristóteles disse que as mulheres eram seres inferiores e tinham menos dentes. Se ele disse, era verdade. Ir contar só baralhava e era perda de tempo.[…]

    A maior descoberta foi que o mundo que nos rodeia tem muito mais informação que o umbigo. Mesmo que seja o umbigo de um santo ou de um filósofo. Mas alguns ainda insistem nesta treta da verdade última e na teologia como forma complementar de compreender. Não é. Usar a vassoura ao contrário não é uma forma complementar de varrer. É asneira. O cabo não varre nada e as cerdas só espalham pó. Derivar o conhecimento da autoridade é fazer as coisas ao contrário. É o conhecimento que obtemos por observação que nos dá autoridade para dizer o que é e o que não é.

    Mas têm razão numa coisa. A ciência nunca dará a sensação de termos a verdade última. Essa sensação só vem da ignorância.»(«Ao contrário.», no Que Treta!)

  2. «Na Ciência incentiva-se que os erros sejam criticados e corrigidos, ao invés de colocar a poeira debaixo do tapete. Na Ciência não existem livros sagrados nem sacerdotes do conhecimento que definem leis inquestionáveis.
    A imaginação tem possibilidades ilimitadas. O método científico é aberto a essas possibilidades, mas selecciona as mais aptas que sobrevivem com o tempo pela poda da dúvida. Podem chamar fé a isso, mas se a vossa fé não é assim, então não é a mesma. Usar a mesma palavra para duas coisas diferentes não as torna iguais.
    É verdade que a Ciência é limitada. É por isso mesmo que é útil. Não tem respostas para tudo, mas reconhecemos os méritos pelos resultados. Para as crenças merecerem o mesmo respeito, devia-se exigir o mesmo. Quanto a isso, há uma constante decepção na ilimitada estupidez dos dogmas, também chamados de Verdade
    Ciência e dogma», no Crer para Ver)
  3. «Só que as semelhanças com a reacções às caricaturas de Maomé não se ficam por aqui: como as religiões são mesmo todas iguais, também os jovens membros do «Muthiko Alaiak» tiveram de tomar medidas não só para proteger o cartaz até à hora do desfile, mas tiveram inclusivamente de contratar seguranças pessoais, ante a persistência das ameaças de que têm sido alvo por parte de muitos fervorosos e piedosos católicos que têm formas mais peculiares de manifestar a sua indignação e de amar o próximo como a si mesmos.»(«O Falangista», no Random Precision)