Farinha do mesmo saco: mais um caso de blasfémia!
Os organizadores de uma exposição de arte no Museu Sakharov intitulada «Cuidado! Religião» foram condenados por blasfémia por um tribunal de Moscovo.
A exibição de Janeiro de 2003 tinha sido condenada pela Igreja Ortodoxa Russa e vandalizada por seis fundamentalistas ortodoxos que destruíram as obras de arte em exposição e que não foram julgados por este acto de vandalismo.
As peças que tanto indignaram a hierarquia da Igreja Ortodoxa que considerou criminosa a exposição acrescentando que «encoraja o extremismo e a intolerância» são simplesmente um ícone com um buraco onde os visitantes podiam inserir as respectivas caras, um logótipo com uma garrafa de Coca-Cola ao lado de uma efígie do mítico fundador da seita com os dizeres «Isto é o meu sangue» e a escultura de uma Igreja feita de garrafas de vodka.
Claro que a vandalização do museu que honra um dos mais conhecidos defensores dos direitos humanos na era soviética não mereceu tais epítetos, não sendo nem criminosa nem extremista ou intolerante, mesmo quando o mural em honra de Sakharov foi conspurcado com slogans obscenos e anti-semitas.
Mistifica-me que os crentes não se apercebam do absurdo que é acusar outrem de intolerância por não consentir na sua verdade absoluta, totalitária e intolerante! Ou seja, considerarem que quem não acredita na religião deles e o manifesta é intolerante! e que a sua religião que é por definição intolerante para quem não crê (como o comprovam estes casos de blasfémia) é o expoente máximo da tolerância!