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Dia: 5 de Março, 2004

5 de Março, 2004 Carlos Esperança

A árvore genealógica do Sr. Duarte Pio

O Diário de Notícias tem um suplemento à sexta-feira com o nome de Dna. É pena não estar disponível na NET, para tornar acessível a entrevista de três páginas que o Sr. Duarte Pio de Bragança lhe concedeu. Vem no n.º 379, de hoje.

Tem pérolas que não deviam ficar apenas reservadas aos leitores da edição impressa e aos vassalos que certamente as apreciam.

O Sr. Duarte Pio é, segundo crê, descendente dos reis de Portugal. Curiosamente do pior ramo. Mas melhor do que falar do miguelismo caceteiro é pôr o Sr. Duarte em discurso directo:

– «Nem se pode dizer que o 25 de Abril ou o 5 de Outubro tenham valido a pena.»

– «E nessa altura aconteceu algo muito emocionante. Eu sabia que o meu pai estava doente, que estava mal, mas não pensava que fosse realmente tão grave e fui passar esse Natal com os timorenses que se reuniram no Jamor. Houve festa e uma dança com espadas. Durante a dança, quebrou-se uma das espadas e os chefes ficaram com um ar muito comprometido, fez-se silêncio, parou tudo, parou a festa. Eu não percebia o que se passava, até que alguém me explicou que quando se quebra uma espada durante aquela dança significa que vai morrer um rei. Foi exactamente na hora em que morreu o meu pai.»

– «Nos países árabes, sou recebido não só como português, mas como descendente do profeta Maomé. Sim. Porque a rainha Santa Isabel é descendente do profeta Maomé. Depois casou com o rei de Aragão. (…) Por outro lado, quando estou com os meus amigos judeus, explico-lhes que através de D. Afonso Henriques também sou descendente de David…»

– «…embora(…)quando eu disse que tinha sido um prejuízo enorme para a cultura portuguesa que Saramago tivesse sido distinguido com o prémio Nobel, tenham feito uma campanha hostil contra mim.» [ referindo-se ao seu boneco da Contra-Informação].

5 de Março, 2004 Mariana de Oliveira

Chegou o carteiro

Ontem, quando abri o correio electrónico, até me assustei! Vejam só o que anda a circular pela rede.

5 de Março, 2004 André Esteves

O kitsch religioso da semana


«E eis que o Cristo eléctrico nos olha das profundezas …»

É sempre interessante, ver o mundo pelos olhos dos outros, as culturas dão subtilmente pesos diferentes às mesmas coisas…
Reparem no cristo.. Apesar dos esforços do artista chinês de fazer um ocidental, subsistem traços orientais na imagem humana. Cristo é o espelho racial por natureza.

Não sei porquê, mas as luzes a piscar, na visão original, lembraram-me a cena de um banquete chinês, com um porco à Pequim, com exactamente o mesmo tipo de lâmpadas enfiadas no nariz e uma fieira multicôr, à volta do animal. Provavelmente foram demasiados anos a comungar a ceia…

“Tomai.. Comei… Este é o meu corpo.” – e agora, explorem a nossa própria truncagem cultural:

Imaginem uma versão chinesa da ceia…

(Não imaginaram arroz no lugar do pão, pois não? É que os chineses não comem pão… )