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Categoria: Arte e cultura

11 de Outubro, 2011 Raul Pereira

Se fosse hoje, Terry Jones não se atreveria…

Terry Jones, um dos membros do grupo Monty Python, criadores do belíssimo filme Life of Brian, de 1979, afirmou ontem ao The Guardian que, se fosse hoje, não realizaria o filme, devido ao ressurgimento do fenómeno religioso: «Ao tempo, a religião parecia posta de lado e era como se estivéssemos a pontapear um burro morto. Agora voltou para se vingar, e nós pensaríamos duas vezes antes de o fazer.»

Quem ainda não viu o filme, deve vê-lo. Mais informações no IMDB.

13 de Setembro, 2011 Raul Pereira

Ensinar a magia da realidade

O novo livro para crianças de Richard Dawkins, The Magic of Reality: How We Know What’s Really True, fala sobre os Pastorinhos de Fátima.
Faço um apelo à Casa das Letras para que o disponibilize rapidamente na nossa língua, pois vou querer oferecê-lo a todos os infantes que me são próximos.

(se tiver problemas em ver o vídeo, carregue aqui.)
6 de Setembro, 2011 Raul Pereira

A propósito das 7 Maravilhas da Gastronomia

Comentário de um amigo:

A proliferação de infames ateístas e suas sinistras organizações é preocupante, mas acabo de descobrir o golpe de misericórdia do mundo moderno contra os sagrados valores do cristianismo: a Bertrand anuncia para breve um livro intitulado Cozinha conventual com a Bimby

5 de Setembro, 2011 Raul Pereira

Dois livros proibidos

Duas críticas publicadas por José Carlos Fernandes, na Time Out Lisboa, a propósito de dois livros que andam (infelizmente) nas bocas do mundo, na televisão e nas linhas da imprensa e da Internet. Agradeço ao autor a permissão para publicá-las aqui.

 

Benjamin Wiker

Dez Livros que Estragaram o Mundo (10 Books That Screwed Up the World), 2011, Alêtheia (* mauzito)

São 15 e não dez, pois há “mais cinco que também não ajudaram nada”, e vão de O Príncipe (1513), de Maquiavel, a A Mística Feminina (1963), de Betty Friedan, passando por escritos de Descartes, Rousseau, Hobbes, J.S. Mill, Marx, Nietzsche, Lenin e Freud. Quase todos têm fraquezas, alguns (como Mein Kampf) são execráveis, mas poucos merecem ser alvo de simplificações grosseiras, leituras superficiais e citações fora de contexto, de forma a demonstrar, num exercício de panfletarismo sectário e desonestidade intelectual, que as ideias nele veiculadas são a raiz de todos os males do mundo – entre os quais estão o aborto, a homossexualidade, o sexo sem intuito reprodutivo e sem a benção do casamento e a emancipação da mulher.

O que estes livros têm em comum é serem obra de “ateus, e os ateus não gostam de coisas espirituais, porque as consideram enfadonhas” e são criaturas amorais, pois “quando se retira Deus do quadro, deixa de haver limites para o mal”. Do pai de Mill diz-se que estava “persuadido de que o destino e a felicidade dos seres humanos dependiam exclusivamente do esforço dos homens. Era um homem muito perigoso”. Quanto o marxismo, se este “permite demonstrar alguma coisa […] é que a doutrina cristã do pecado é uma doutrina verdadeira”. Já Darwin é um precursor de Hitler e só falta dizer que foi ele que planeou Auschwitz-Birkenau.

Um desses perigosos celerados que não crê no pecado original nem na imaculada concepção de Maria objectará que faltam na lista dois dos livros mais letais de sempre: a Bíblia e o Corão.

[publicado na Time Out Lisboa de 31.08.11]

 

 

Burpo, Todd & Lynn Vincent

O Céu Existe Mesmo (Heaven is for real), 2010, Lua de Papel (+ Infame)

Primeiro as boas notícias: o céu existe mesmo. A Colton Burpo, de quatro anos, filho de um pastor evangélico no Nebraska, estando à beira da morte, foi-lhe concedido visitá-lo e voltar.

Má notícia nº1: o céu de Colton corresponde ao imaginário de um miúdo submetido a doutrinação religiosa maciça desde que nasceu: Jesus tem trono, coroa e um cavalo arco-íris e ajuda as crianças a fazer os trabalhos de casa, reencontramos familiares falecidos, toda a gente tem asas, as portões do paraíso estão cravejados de pérolas, os anjos têm halo na cabeça e usam espadas com que combatem Satanás. Se o Paraíso for mesmo assim, embora as minhas probabilidades de a ele aceder fossem já escassas (demasiada masturbação na adolescência) vou tratar de roubar algumas caixas de esmolas de igrejas – mais vale não arriscar.

Má notícia nº2: 99% do livro é excipiente – vidinha de família numa parvónia do Midwest – e as visões celestiais de Colton cabem numa página.

Má notícia nº3: na redacção do livro, Todd, pai de Colton, teve o auxílio de Lynn Vincent, que possui sólida experiência em mistificações: é autora de Going Rogue, uma biografia glorificada da inefável Sarah Palin.

Má notícia nº4: esta pieguice vendeu dois milhões de exemplares em seis meses e está traduzida em 27 países (oh, por isto, qualquer escritor estaria disposto a morrer clinicamente por uns minutos).

Má notícia nº5: é o meu primeiro encontro com um livro conforme ao português de cafre instituído pelo Acordo Ortográfico, a cujos obreiros desejo que passem a eternidade no céu de Burpo.

[publicado na Time Out Lisboa de 03.08.11]

25 de Julho, 2011 Carlos Esperança

Novo livro

Dados sobre a pouco recomendável Opus Dei

16 de Setembro, 2010 Ricardo Alves

Woody Allen

  • «Para mim (…) não há diferença real entre uma vidente ou um bolinho da sorte chinês e qualquer uma das religiões organizadas. É tudo igualmente válido ou inválido, na realidade. E igualmente útil.» (Woody Allen, 14/9/2010)
15 de Setembro, 2010 Fernandes

Santos Papas

São mais de 300 páginas com centenas de histórias pouco santas sobre a vida sexual dos Papas da Igreja Católica. O livro do jornalista peruano Eric Frattini, recém-chegado às livrarias portuguesas e editado pela Bertrand, percorre, ao longo dos séculos, a intimidade secreta de papas e antipapas, mas não pretende causar “escândalo”. Apenas “promover uma reflexão sobre a necessária reforma da Igreja ao longo dos tempos”.

Alguns morreram assassinados pelos maridos das amantes em pleno acto sexual. Outros foram depostos do cargo, julgados pelas suas bizarrias sexuais e banidos da história da Igreja. Outros morreram com sífilis, como o Papa Júlio II, eleito em 1503, que ficou na história por ter inventado o primeiro bordel gay de que há memória.

Nos conventos rezava-se para que morresse. João XII era bissexual e obrigava jovens a ter sexo à frente de toda a gente. Gozava ao ver cães e burros atacar jovens prostitutas. Organizou um bordel e cometeu incesto com a meia-irmã de 14 anos. Raptava peregrinas no caminho para lugares sagrados e ordenou um bispo num estábulo. Quando um cardeal o recriminou, mandou-o castrar. Um grupo de prelados italianos, alemães e franceses julgaram-no por sodomia com a própria mãe e por ter um pacto com o diabo para ser seu representante na Terra. Foi considerado culpado de incesto e adultério e deposto do cargo, em 964. Foi assassinado – esfaqueado e à martelada – em pleno acto sexual pelo marido de uma das suas várias amantes.

* Ler aqui.

29 de Julho, 2010 Ricardo Alves

O jogo «Fátima»

Está na internet o jogo «Fátima». O objectivo é guardar o número máximo de ovelhinhas, mas há que ter cuidado com as «aparições» da «Senhora de Fátima», que pode distrair os jogadores obrigando-os a rezar.

Divertimento aconselhado a católicos e ateus.

8 de Julho, 2010 Ricardo Alves

«Mamas sim, anticlericalismo não!»

Parece que o «atrevimento» da Playboy não pode incluir brincadeiras com Cristo: a Playboy decidiu fechar a edição portuguesa depois da homenagem a Saramago com modelos semi-nuas a contracenarem com Cristo.

É triste verificar que a censura vem de onde menos se espera, até de uma revista que alargou os limites do que era publicável e que, também por isso, fez nome em todo o mundo.

Os editores da Playboy portuguesa têm toda a minha solidariedade.