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Mês: Fevereiro 2006

25 de Fevereiro, 2006 Palmira Silva

Um juíz muito católico

No passado dia 3 de Fevereiro, Rachel Bevilacqua, um membro activo do grupo satírico religioso/artístico intitulado The Church of the Subgenius, onde é conhecida como a Reverendo Maria Madalena, foi privada da custódia do seu filho, Kohl Jary, por um juíz de New York, após este ter apreciado as fotografias apresentadas pelo pai da criança, que retratavam Bevilacqua num festival Subgenius, o festival blasfemo X-Day (a que o filho não assistiu).

O juíz, um mui devoto católico, ficou completamente enfurecido quando viu as fotografias da Maria Madalena na paródia encenada sobre o filme de Mel Gibson «A paixão de Cristo» -especialmente a foto em que Jesus [Steve Bevilacqua] usa maquilhagem de palhaço e um crucifixo com um sinal de dólar em vez de uma figura pendurada e é espancado por uma multidão de SubGenii, incluindo uma mulher em topless com um «dildo». Igualmente ofensiva foi considerada a foto em que Rachel aparece com uma cabeça de cabra e especialmente ofensiva a resposta de Rachel à pergunta porquê uma cabra; Rachel respondeu que achava a palavra cabra divertida.

O juíz Punch perdeu completamente a compostura e começou a gritar com Rachel Bevilacqua, chamando-a uma «pervertida», «doente mental», «mentirosa» e participante em orgias. O juíz ordenou que Rachel não poderia ter algum contacto com o filho, nem mesmo por escrito, uma vez que as fotografias eram prova suficiente de «doença mental severa». Ou seja, o devoto juíz condenou a mãe por blasfémia!

Este incidente, em que uma mãe é privada de qualquer contacto com o seu filho devido às suas convicções (ou falta delas) religiosas, não é um caso isolado. O ano passado um juíz de Marion County, Indiana, na sentença de divórcio de um casal proibiu que os pais (ambos Wiccans) permitissem qualquer contacto do filho, que frequenta uma escola católica, com a sua religião. A sentença foi posteriormente revogada com o auxílio da ACLU, (American Civil Liberties Union), uma organização que luta pela defesa dos direitos consagrados dos americanos, com especial ênfase nos últimos tempos na defesa da liberdade religiosa (que inclui para a ACLU a liberdade de não professar alguma religião), o que lhe tem merecido epítetos de anti-cristianismo por parte dos claramente «perseguidos» e «discriminados» cristãos americanos!

Ambos os casos indicam o que alguns juízes cristãos americanos pensam sobre liberdade religiosa… Não parece implausível pensar que mais crianças sejam retiradas aos pais por juízes que se sentem ofendidos nas suas crenças cristãs pelas crenças, comportamentos ou palavras blasfemas dos pais dessas crianças! Esperemos que no caso de Rachel e em eventuais outros a ACLU consiga combater as tendências totalitárias do cristianismo!

25 de Fevereiro, 2006 Palmira Silva

Casamentos humanistas

Desde Junho último, data em que se celebrou na Escócia o primeiro casamento humanista legalmente reconhecido, cada vez mais casais britânicos optam por este tipo de cerimónia. De facto, embora oficialmente apenas na Escócia estas cerimónias sejam legais, a par das cerimónias religiosas, a procura de serviços humanistas em ocasiões em que as igrejas tinham o monopólio tem crescido exponencialmente nos últimos anos.

Muitos casais, como Colin Arnott e Trisha Rankin, optam por um casamento humanista em alternativa à cerimónia civil, que consideram impessoal e burocrática uma vez que, não tendo convicções religiosas, consideram hipócrita um serviço religioso.

O humanismo, com o seu ênfase em valores morais e éticos de facto, sem qualquer «revelação» subjacente, é a escolha óbvia para aqueles que sem convicções religiosas pretendam celebrar acontecimentos importante da sua vida, de forma pessoal e personalizada, sem as banalidades hipócritas e anacrónicas e sem nada a ver com os celebrantes enunciadas por um qualquer padre.

O facto de cada vez mais jovens optarem por um casamento humanista, tornando-se automaticamente membros da sociedade humanista, é um excelente indício e uma esperança para o futuro. Espero que esta possibilidade de cerimónias humanistas, casamentos, funerais e, quiçá, celebrações de nascimento, seja rapidamente alargado a toda a comunidade europeia. As minhas filhas (e eu) pessoalmente adorariam celebrar os respectivos casamentos e o nascimento da nova geração de uma forma consentânea com os seus valores!

24 de Fevereiro, 2006 Palmira Silva

Guerras da religião em escalada

Depois do ataque bombista que destruiu a cúpula da mesquita de al-Askari, um dos locais mais sagrados dos shiitas, o Iraque está mergulhado no que ameaça ser uma guerra civil entre shiitas e sunitas.

Também da Nigéria chegam notícias pouco auspiciosas de confrontos religiosos entre muçulmanos e cristãos, que, se não forem controlados, podem evoluir para uma guerra civil.

Como já tinha referido, desde 2000 a Nigéria tem sido palco de violentas confrontações entre muçulmanos e católicos que causaram milhares de mortes e de refugiados. Desde 2001, quando os mais violentos confrontos se verificaram, o norte da Nigéria, em que muitos estado adoptaram a Sharia em 2000 e onde se verifica um programa agressivo para forçar a lei islâmica (wahhabita) a todos os habitantes, tem assistido uma escalada de tensão entre religiões, que culminou no fim de semana passado em manifestações anti-cristãs que causaram a morte a cerca de 50 cristãos, incluindo dois padres, e resultaram na destruição de igrejas, casas e lojas pertencentes a cristãos.

A Associação Cristã da Nigéria (CAN) avisou há uns dias que os cristãos poderiam retaliar do sucedido, tendo o seu dirigente máximo, o arcebispo Peter Akinola, relembrado «Podemos nesta altura recordar aos nossos irmãos muçulmanos que eles não detêm o monopólio da violência nesta nação».

E de facto a violência da retaliação cristã abateu-se sobre os muçulmanos residentes no sul da Nigéria, onde são maioritários os cristãos, nos últimos dias. Multidões de cristãos em fúria assassinaram e queimaram mesquitas um pouco por todo o Sul do país. Na cidade de Onitsha cerca de 80 pessoas foram assassinadas e um bairro muçulmano com cerca de 100 casas foi completamente arrasado.

Nesta cidade, Ifeanyi Ese, um cristão de 34 anos, afirmou sobre os restos do que fora uma mesquita: «Nós não queremos mais estas mesquitas. Estas pessoas têm causado problemas em todo o mundo porque não têm medo de Deus». E escreveu no que restava de uma parede da mesquita «Maomé é um homem mas Jesus é divino».

Como o Diário Ateísta vem há muito escrevendo as guerras da religião, não guerras de civilizações, são a ameaça anacrónica da modernidade. E, como também escrevemos, todos os fundamentalismos são iguais; não há fundamentalismos bons e fundamentalismos maus. A reacção ao fundamentalismo islâmico não pode ser, como muitos advogam, o fundamentalismo cristão. Apenas na laicidade reside a esperança de paz neste mundo conturbado violentamente por guerras de religiões.

24 de Fevereiro, 2006 fburnay

Delírios Astrais (II)

Aos olhos de muitos, as rigorosas regras da Astrologia têm um aspecto sério, científico. Este é o primeiro erro ao avaliar a qualidade científica de uma dada prática. A seriedade laboratorial e o respeito pelas normas de trabalho são obviamente parte do trabalho científico. Mas isso não é tudo. É que as regras da Astrologia são perfeitamente arbitrárias. E porquê?

Por várias razões. Só é possível calcular o mapa astrológico de alguém que tenha nascido à superfície da Terra. Para quem nasceu, hipoteticamente, em Vénus, com período de rotação contrário ao da Terra, qual será o seu ascendente? O que dizer então de quem nasce a orbitar Aldebarã, uma estrela da constelação zodiacal do Touro? Para essa pessoa o seu signo será sempre Escorpião, já que é a constelação oposta ao Sol? Poderá eventualmente argumentar-se que uma possível projecção topográfica na superfície da Terra daria as coordenadas correctas. Nesse caso a necessidade de saber exactamente a posição geográfica desvanecer-se-ia! Seja como for, o que dizer então de quem nasça no centro da Terra? Será uma singularidade astrológica? Entrando mais em detalhe, já que a Astrologia permite calcular mapas de quaisquer eventos, qual é o mapa astrológico da formação do Universo? E o do Sistema Solar? E quem viaja a velocidades suficientemente grandes (só para contrariar a noção clássica de simultaneidade) necessitará de uma correcção relativista?
Se tivermos ainda em conta a precessão dos equinócios (a trajectória elíptica da Terra em torno do Sol roda em relação ao fundo de estrelas) então as coisas complicam-se ainda mais. Na Antiguidade o Sol não passava nas mesmas constelações que passa hoje na mesma altura do ano e hoje em dia os signos estão todos desfasados.

E o que dizer de Urano, Neptuno e Plutão, que só foram descobertos em 1781, 1846 e 1930 respectivamente? Se a distância de um astro não é relevante, isso significa que todos os mapas astrológicos feitos antes destas descobertas estão errados?

Todas estas questões algo pueris partem de um detalhe muito simples. A Astrologia baseia-se numa hipótese de geocentricidade absoluta e de um Universo imutável. A invariabilidade da esfera celeste é imprescindível. Daqui a poucos milhares de anos a estrela polar não estará mais no Pólo Norte mas um pouco ao lado. As constelações desvanecer-se-ão. O próprio Sol não é eterno. Os antigos não sabiam disso. Hoje em dia como pode uma pessoa continuar a acreditar piamente neste tipo de previsões?

Há quem argumente que a Astrologia não é mais que uma compilação de sabedoria antiga, uma mnemónica mística. Mas já entre os antigos havia sábios que não iam nas cantigas dos astrólogos. O próprio Kepler, teorizador da Astrologia que teve de sobreviver parte da sua vida à sua custa, considerava-a um assunto «oco e estúpido». É que na Antiguidade já havia charlatanice. Este tipo de intrujice é naturalmente mais fértil num clima de ignorância e credulidade.

A Astrologia é uma farsa. Pode ser interessante conhecer as suas origens, a sua mitologia. Fora isso é uma disciplina estéril e supersticiosa. Mas a charlatanice continua e o grave disto tudo é haver quem a leve a sério.

Publicado em simultâneo no Banqueiro Anarquista

24 de Fevereiro, 2006 fburnay

Delírios Astrais (I)

A Astrologia é uma arte divinatória que consiste em interpretar o céu pressupondo que existe um paralelismo entre a vida terrena e as posições dos corpos celestes. Os astrólogos dizem-se capazes de aconselhar quem os procura baseando-se para isso em medições astronómicas e a alguns cálculos astrológicos. Há variadíssimos tipos de astrologia desde a babilónica, grega, medieval ou moderna à chinesa, tibetana ou cabalística. Haverá certamente semelhanças e diferenças entre elas mas todas se unem na crença de que os céus são um espelho da vida dos homens.

O interesse na observação astronómica na Antiguidade confunde-se entre a ciência observacional no estudo dos astros, o dividendo tecnológico para navegação e orientação em viagem e a previsão do futuro. Quando Kepler se tornou Matemático Imperial da corte de Rudolfo II em 1601 o cargo de Astrólogo Imperial estava implícito.

A influência dos astros está longe de ter comprovação experimental. No passado, fenómenos e termos estranhos à maioria das pessoas como a gravidade ou o electromagnetismo (o magnetismo animal de Mesmer adoptado por Allan Kardec, por exemplo) eram indicados com estando na origem da ligação aos corpos celestes. Hoje em dia poucos astrólogos defendem essa hipótese já que as distâncias da Terra aos planetas mencionados em Astrologia tornam irrisórias quaisquer influências nesses termos. O que se afirma é que a posição dos astros na esfera celeste pela altura do nascimento de uma pessoa (ou da altura em que ocorre determinado evento) é que é determinante para a análise astrológica.

Em alternativa a questionar a fantasmagórica influência que os astros supostamente têm sobre as pessoas ou a sua taxa de sucesso bem embaraçosa (e segura por arames com argumentos ad hoc), um outro tipo de exercício, bem mais simples, permite recusar qualquer pretensão de seriedade que a Astrologia (ou os astrólogos) tenha.


A eclíptica e os signos zodiacais, a Levante

A astrologia horoscópica que está na base da astrologia moderna, popular na cultura ocidental, baseia-se no cálculo do signo e do ascendente de uma pessoa. O percurso aparente do Sol na esfera celeste, ao longo do ano, define uma linha chamada eclíptica. As constelações no fundo dessa linha definem os 12 signos. O signo solar de uma pessoa depende da sua data de nascimento. Corresponde à constelação que a posição do Sol tem como fundo no momento em que essa pessoa nasce. O ascendente (em grego, horoskopos) calcula-se tendo em conta a data, hora e local geográfico de nascimento da pessoa – a constelação zodiacal que nasce no horizonte, a Este, determina-o. A partir daí, alegadamente, é possível prever os traços de personalidade e aconselhar o interessado quanto às decisões a tomar no futuro.

23 de Fevereiro, 2006 Palmira Silva

Bloody Mary

Com a guerra dos cartoons aparentemente em fase de rescaldo seria interessante saber qual a reacção de alguns dos que tão indignadamente verberaram contra o ataque à liberdade de expressão se as televisões nacionais decidissem passar o episódio da série satírica South Park intitulado «Bloody Mary».

Nomeadamente aqueles que Fernanda Câncio num artigo imperdível no Diário de Notícias de 18 de Fevereiro, indica que «confundem os sentimentos religiosos de uma alegada maioria dos portugueses com uma identidade religiosa do Estado» e dos quais suspeita «até que (…) uma caricatura mais picante da mãe de Jesus desencadearia bastos autos-de-fé discursivos e exacerbados protestos de ultraje – pelo que o problema, para o CDS e para os como o CDS, estará em achar que o Maomé ‘deles’ não chega aos calcanhares da ‘nossa’ Virgem Maria».

O episódio em causa, cuja repetição foi censurada por grupo católicos americanos, que protestaram veementemente a sua primeira emissão, que juntando injúria à já abominável blasfémia, foi para o ar a 7 de Dezembro último, e exigiram um pedido de desculpas formal da Viacom, a empresa mãe da Comedy Central, a todos os católicos americanos (soa familiar?). Exigiram igualmente que o episódio fosse permanentemente retirado e que não fosse disponibilizado em DVD. Reinvidicações que conseguiram mas… o episódio está disponível para download para todos os que o desejarem (recomendo, o episódio é de facto um dos melhores da série).

O episódio envolve uma estátua da Virgem Maria, que, miraculosamente sangra … do recto. O «rebanho» congrega em torno da estátua para ser curado pelo sangue milagroso e o fenómeno toma tais proporções que Bento XVI é chamado a investigar o milagre. Este depois de descobrir que a estátua de facto está menstruada afirma «Uma miúda sangrando da vagina não é um milagre. As miúdas sangram sempre da vagina». O papa e os bispos são então agraciados com um duche inesperado com origem na estátua.

Entretanto na Nova Zelândia uma estação de TV transmitiu ontem o referido episódio, não obstante as ameaças de boicote da Igreja Católica a todos os canais da CanWest TV Works e aos produtos neles anunciados. De facto, sete bispos locais assinaram uma carta, lida durante a missa de domingo, exortando o «rebanho» a mostrar desta forma a sua indignação contra o que considera quebrar todos os padrões de decência e bom gosto.

Tal como Rick Friesen, o director de programação do canal, acho que «Existem muito mais problemas no mundo com que a Igreja Católica e outras religiões se deveriam preocupar e não com uma comédia satírica de meia-hora. É apenas televisão. Não é de facto nada de mais».

E sempre têm mais opções que as que foram oferecidas a todos os portugueses não católicos e sem TV por cabo no domingo passado: podem mudar de canal e não ver o programa que consideram ofensivo.

23 de Fevereiro, 2006 Ricardo Alves

O extravagante mundo das religiões

  1. A comunidade tribal de Naulu (no interior da ilha indonésia de Seram) pratica a decapitação ritual como forma de afastar a má sorte. Uma parte deste grupo de 900 pessoas acredita que devem ser oferecidas cabeças humanas aquando da reparação da casa maior do clã tribal. Recentemente, duas pessoas foram mortas ritualmente, o que originou um processo judicial. O advogado de defesa argumentou que os cidadãos indonésios da tribo em questão ignoram totalmente as leis estatais que criminalizam o corte de cabeças humanas por motivos religiosos. Efectivamente, até manifestaram em tribunal o seu orgulho por terem cumprido as tradições culturais da sua tribo. Três dos assassinos foram condenados à morte pelo tribunal indonésio.
  2. O Tribunal Supremo dos EUA considerou, por unanimidade, que é parte da liberdade religiosa importar chá alucinogéneo e usá-lo numa cerimónia religiosa. Em causa estava um movimento religioso de origem brasileira, o Centro Espírita Beneficente União do Vegetal, que tem uma congregação de cerca de 130 membros no Novo México. Esse grupo utiliza um chá chamado Hoasca num ritual religioso de quatro horas que alegadamente permite aos participantes «aproximarem-se de Deus». O Governo dos EUA confiscara a droga em causa e tentara impedir a sua importação, invocando leis gerais e um tratado internacional sobres estupefacientes. Os seguidores desta religião originária da Amazónia argumentaram que o Hoasca é imprescindível para a sua prática religiosa. Notando um precedente (o uso de um derivado da mescalina em rituais religiosos de alguns grupos índios da América do Norte), o Tribunal Supremo proibiu o Governo de apreender novamente o chá alucinogéneo-religioso.
  3. O Governo da Malásia proibiu a música «Black Metal» sob a acusação de que os seus seguidores se desviam dos princípios islâmicos. Um porta-voz do Conselho islâmico nacional justificou o seu édito afirmando que a cultura «Black Metal» pode levar quem a ouve a rituais religiosos satânicos que incluem beber o próprio sangue misturado com sangue de cabra e queimar o Corão. Em Dezembro, a polícia da Malásia fizera uma rusga num concerto e detivera 105 adolescentes, que alegadamente estariam envolvidos em orgias e outras actividades religiosas satânicas contrárias aos princípios islâmicos.

Quais devem ser os limites da liberdade religiosa?

22 de Fevereiro, 2006 Palmira Silva

Respeito pelos símbolos alheios

Esta madrugada em Samarra, uma cidade centenária nas margens do Tigre, um ataque bombista atingiu um dos lugares mais sagrados dos muçulmanos shiitas, o santuário al-Askari. O atentado, ao que tudo indica perpetrado por militantes sunitas, destruiu a famosa cúpula dourada que alberga os túmulos dos décimo, Ali al-Hadi, e décimo primeiro, Hassan al-Askari, imans, que os shiitas acreditam serem descendentes directos de Maomé.

O Ayatollah Ali al-Sistani, o líder espiritual dos shiitas iraquianos pediu uma semana de luto pela atentado.

Este é apenas mais um exemplo de que os muçulmanos, neste caso sunitas, que tanto se queixam da suposta insensividade religiosa ocidental que, horror dos horrores, vai ao cúmulo de permitir que se caricature os membros de panteões religiosos sortidos, não têm qualquer pejo em atacar os ícones religiosos de outrem, inclusive os de outras facções da mesma religião. Como a destruição das estátuas milenares de Buda em Bamiyan, Afeganistão, nos deveria ter feito reflectir…