Loading

Mês: Outubro 2007

10 de Outubro, 2007 ricardo s carvalho

esperemos que não seja o último

«[…] A justiça da Argentina condenou ontem a prisão perpétua o sacerdote católico Christian Von Wernich, o primeiro religioso condenado por crimes contra a humanidade durante a última ditadura militar (1976-1983).

O ex-capelão da polícia da Província de Buenos Aires, 68 anos, foi condenado com a pena máxima prevista pelas leis locais por ter participado em sete homicídios qualificados, 31 casos de tortura e 42 privações ilegais de liberdade […]»

(PUBLICO.PT 10.10.2007)

[Esquerda Republicana / Diário Ateísta]

10 de Outubro, 2007 Hacked By ./Localc0de-07

Policarpo parte a loiça toda

Digno de um diálogo tabernáculo requintado com refinadíssimos toques de populismo ameaçador, Policarpo, acérrimo defensor do rebentamento de loiça com dossiers, promove o autoritarismo e obscurantismo cristão a qualquer custo, sejam os rebentamentos mencionados anteriormente, sejam as censuras, a falácia típica cristã de inversão, Satanás se trataria caso o Secularismo não tanto se evidenciasse, restam os jacobinos, quiçá um dia as focas e pinguins dos pólos, coitados, ainda estão com o demónio no corpo, evangelizar é preciso.

As forças do mal povoam a Terra, serão cerca de 83% das pessoas que a habitam, anticatólicos se invertidos os contextos, seja um copo meio vazio afinal, contando com a bicharada herege que por ai anda muitos exorcismos serão necessários até que a Igreja Católica deixe de colocar as garras onde elas não são bem-vindas, genes de carraça que povoam o catolicismo mais se fazem notar quando o assunto é o poder.

Policarpo afirma autoritariamente, aparentemente eleito representante religioso numas quaisquer eleições feitas à porta fechada e com cães de guarda travestis com os produtos da ourivesaria do vizinho todos pendentes ao pescoço, ligeiramente babados pela raiva, que “é possível não dar palco e margem de manobra aos que querem impedir a presença da Igreja na nossa sociedade”, e que “existem forças na sociedade que não vêem com bons olhos essa presença”. Afirmações interessantes de uma necessidade de censura, a quem? Jacobinos? Focas? Pinguins? Ficam os espantalhos por nomear, existência concreta talvez em almas penadas ou demónios faiscantes prontos a espetar o tridente nas nádegas de qualquer padre que lhe apareça à frente. Certamente que existem muitas pessoas que não desejam um fascismo católico, budistas, hindus, ateus, satanistas, protestantes, mórmones, pessoas que se rotulam com um “quero lá saber da religião, venha é outro fino e umas moelas!”, e muitos outros.

Como qualquer católico que se preze, lá vem o humor corriqueiro, “o caminho não é o poder, mas a autoridade do serviço.”, tal como se pode constatar pela existência da palavra “evangelização”, venha a nós o poder, seja feita apenas a nossa vontade, assim na Terra como… nos planetas onde se descubra vida, ourivesarias e sapatarias que façam sapatos vermelhos caros por encomenda, ser travesti sexy anti-travestismo não é para qualquer um.

Conforme informados pela hierarquia católica, representante máxima da colónia do Vaticano chamada Portugal, as leis portuguesas são inconstitucionais, violam a concordata, decorrente do referendo também efectuado à porta fechada, talvez guardado com fossos apinhados em crocodilos esfomeados, refere Policarpo: “A Concordata consagra o princípio da cooperação entre a Igreja e o Estado.”. Somos cidadãos vaticanistas portanto, as leis do Estado despótico das sotainas são hierarquicamente mais importantes que as da colónia portuguesa, espera-se em breve mudanças no Bilhete de Identidade para dupla nacionalidade, isto em contextos de libertinagem claro está, quem sabe se pondere um sui generis carimbo da cruz de Cristo na testa dos colonizados.

O representante vaticanista alega que “a liberdade de consciência é algo de que a Igreja é a primeira defensora”, e a segunda, e a terceira, e a quarta, até à última, até mesmo porque se não existe um totalitarismo católico a Igreja é claramente impossibilitada da sua liberdade de consciência, a escolha livre de ser católico ou ser católico, duas escolhas portanto, mas a querermos ser libertinos podemos enumerar ad nauseam o ser católico ou ser católico ou ser católico…

Laicidade tem o seu arauto máximo no catolicismo, sempre teve, religião católica sempre andou de bem com a religião do churrasco, problema principal neste contexto é que depois de se ter pertencido à segunda era impossível voltar à primeira, “são as capelanias católicas que têm chamado ministros das outras religiões.”, o que até pode eventualmente ser verdade, possivelmente budistas e protestantes disfarçados de padres católicos.

Assevera que “a actual redacção do documento revela um desconhecimento total por parte dos responsáveis sobre a forma como se processa esta assistência aos doentes”, cambada de ignorantes portanto, provavelmente nunca tiraram um curso de teologia e obviamente que nada percebem de mitologia cristã, os enfermos precisam de assistência católica ministrada por alguém extremamente credenciado, conforme nos indica o catecismo em E.56.3, “O exorcismo solene, chamado “grande exorcismo”, só pode ser praticado por um sacerdote, com a permissão do bispo.”, lembrando também que “Quando a Igreja exige publicamente e com autoridade, em nome de Jesus Cristo, que uma pessoa ou objecto seja protegido contra a influência do maligno e subtraído a seu domínio, fala-se de exorcismo.”.

Quem sabe exista um importante projecto de lei no futuro que vise a divisão hospitalar em “secção católica” e “secção dos infiéis”?

De qualquer das formas parece necessário aos não-católicos frequentarem sítios com pouca lenha.

Links úteis:
Agência Ecclesia: Igreja-Governo: Patriarca defende via do diálogo
RTP: Policarpo e a loiça
Diário de Notícias: A horripilante e mentirosa campanha jacobina
Rui Tavares: Mas qual polémica?

Também publicado em LiVerdades

9 de Outubro, 2007 Hacked By ./Localc0de-07

Ataque jacobino

Parece que existe uma horripilante e mentirosa campanha jacobina, embora ninguém a tenha vislumbrado, catolicismos à parte obviamente, talvez o consumo de psicotrópicos seja elevado entre os encapuzados e grandes batalhas alucinadas dentro de igrejas e conventos se processem.

Campanha feita por seres invisíveis, armados até aos dentes com caneta e papel, colete à prova de hóstias arremessadas e goela fechada devido ao tinto carrascão fora do prazo de validade marca Jesus Cristo.

Fernanda Câncio expõe de forma clarividente os espantalhos católicos.

DN: A horripilante e mentirosa campanha jacobina

Também publicado em LiVerdades

9 de Outubro, 2007 Carlos Esperança

Polónia – a nódoa católica da Europa

«O vice-presidente da Comissão Europeia Franco Frattini afirmou hoje esperar «sinceramente» que a Polónia celebre o Dia Europeu contra a Pena de Morte, apesar de o governo polaco ter impedido a sua declaração pela UE.

O Dia Europeu contra a Pena de Morte, a 10 de Outubro, foi hoje proclamado a nível do Conselho da Europa».

Comentário: Que esperar do País mais católico da Europa?

9 de Outubro, 2007 Ricardo Silvestre

Estratégias

Sam Harris causou alguma controvérsia, e muito debate (ver aqui, e aqui, e aqui) quando na última Convenção da AAI apresentou o seguinte raciocínio durante a sua comunicação:

«A minha preocupação com o uso do termo ateísmo é psicológica e estratégica.
Associar um «rótulo» a qualquer coisa pode trazer consequências,
principalmente quando se dá um nome a uma coisa que não existe de todo. Ateísmo, eu argumentaria, não é uma coisa que exista. Não é uma filosofia, assim como «não-racismo» também não é. Ao aceitarmos este rótulo, estamos a permitir que nos vejam como uma sub-cultura caprichosa. Estamos a consentir que sejamos vistos como um grupo de interesses marginal, que se encontra em salas de conferências de hotéis.

Deixem-me fazer então uma proposta subversiva: nós não devemos denominar «ateístas», ou «secularistas», ou «humanistas seculares», ou «naturalistas», ou «cépticos», ou «anti-teístas», ou «racionalistas», ou «pensadores livres», ou «brights». Nós não devemos nos chamar nada. Devemos ser discretos para o resto das nossas vidas. Devemos ser pessoas decentes e responsáveis, que destroem más ideias quando as encontram, sendo religião uma delas».

Como Novo Ateísta que me considero, não concordo na globalidade com Sam. Muitas vezes é preciso ser catalogado para ser reconhecido. É preciso ser vocal para passar uma mensagem. Passar para um movimento de pessoas singulares, que um pouco no anonimato, fazem o melhor que podem para melhorar o mundo que as rodeia, parece-me algo incompleto. Um pouco, por exemplo, o que se vê em Portugal, onde toda a gente acha que as coisas devem mudar, mas não sentem uma força colectiva que os faça causar essa mudança. Precisamos dessa sinergia, principalmente quando nos deparamos com oponentes tão formidáveis como a Igreja Católica, ou Islâmica ou Judaica.

Concordo claro, com a parte onde devemos ter como prioridade sermos indivíduos conscientes, decentes, altruístas, responsáveis, mas acho que neste caso, vale a pena o rótulo, e vale a pena o «combate» em grupo.

Mas fica aberto o debate: a estratégia proposta por Sam Harris, mais ou menos correcta?

Para saber mais, visite o NOVA

9 de Outubro, 2007 Helder Sanches

Afinal, são deuses

Depois de algumas trocas de impressões com o comentador António, fiquei com a ideia que isto de falarmos de deus de uma forma abstracta é simultâneamente perigoso e inconsequente. O António, por exemplo, define deus como sendo a “bondade humana”. Há quem defina como sendo o conjunto das forças da natureza. Outros, ainda, definem-no como o criador. As definições são variadas e, provavelmente, impossíveis de enumerar.

Esta característica da crença em deus é perigosa e pode funcionar como uma potencial armadilha na abordagem do ateísmo. Os multifacetados conceitos de deus dão cobertura a equívocos e a mal-entendidos.

De agora em diante, antes de iniciar qualquer discussão, prestarei mais atenção à definição de deus válida para o meu interlocutor. É como entrarmos num jogo em que cada vez que este se inicia as regras mudam consoante o adversário. Vá-se lá entender porquê.

8 de Outubro, 2007 Hacked By ./Localc0de-07

Momento poético: Aparição Luxuriosa

Sumptuosamente entraste no meu quarto,
Pés nus luzidios, pele acetinada e resplandecente,
As ligas vermelhas torneavam as tuas pernas esguias,
Perguntei que querias,
Devassa e felinamente me agarraste, me excitaste,
Beijos ensalivados no nirvana dos desejos,
Subtilmente me acariciaste, me extasiaste,
Por milagre me despiste,
Sorriso luxurioso te brotou,
Horizontalmente me possuíste,
Dentro de ti me sentiste,
Gemias extasiadamente em contorções magnificentes,
Tão louca te sentias, eu não, doía-me os dentes,
Quiseste por trás,… e eu zás!
Ensarilhados na luxúria,
Me contaste dos teus anos de penúria,
Os orgasmos se seguiram,
E prosseguiram…
Extenuados nos abraçamos enquanto fumávamos ópio,
Afagavas-me o peito enquanto falavas da virgindade,
Nunca romperas o hímen, que ninguém sabia a verdade,
Cansada de tentar, não tinha sido desta, querias pôr-te a andar
Maravilhado com tua divindade corporal nem conseguia falar,
Apenas pensei, o teu nome, qual seria?
Novo milagre aconteceu, ouviste,
Docemente me disseste… Virgem Maria.

Também publicado em LiVerdades

Brevemente a ser publicado em livro, ou se calhar não.

8 de Outubro, 2007 Carlos Esperança

Momento zen de segunda

João César das Neves (JCN) errou a vocação. Em vez da economia devia ter seguido a teologia. Teria sido um excelente «estudante de teologia» e seria hoje um eminente teólogo que uma legião de crentes exaltaria.

Não teria sido assessor de Cavaco para a área económica mas seria o exegeta de serviço à Conferência Episcopal para a interpretação dos textos sagrados ou, no caso de uma teocracia, titular do Ministério de Fomento à Virtude e de Prevenção do Vício, uma das pastas mais importantes em qualquer Governo teocrata com talibãs que se prezem.

Na sua homilia de hoje, no DN, JCN diz coisas verdadeiras e coisas interessantes mas as primeiras não são interessantes e as últimas não são verdadeiras. Leia-se a homilia completa.

Quem tem em mais elevado apreço a salvação da alma do que a liberdade de expressão facilmente defende que «Os muçulmanos têm justificadas razões de queixa, a juntar aos cartoons nórdicos, que aliás se repetiram essa semana na Suécia», o que certamente justifica a fúria devota com que se dedicam ao terrorismo, porque «Os ocidentais, ditos civilizados, parecem não saber a diferença entre liberdade de expressão e insulto soez e gratuito».

Com JCN ficamos a saber que:

– «o primeiro regime teocrático xiita da História [Irão] não é uma ditadura desmiolada. É uma democracia que há quase três décadas manobra com argúcia na cena mundial»;

– o discurso de Bento XVI na Universidade de Ratisbona foi «um texto genial» que nos conduz (deduz-se que se refere a todos os homens e, talvez, também às mulheres) a esta conclusão: «A única salvação é aderir à razão serena e ao Deus do amor, como diz a grande maioria dos muçulmanos e americanos».

JCN parece desejar uma democracia à medida de Bush e de Mahmoud Ahmadinejad sobretudo se Bento XVI puder orientá-la à vontade do único Deus verdadeiro – o seu.

8 de Outubro, 2007 Ricardo Silvestre

Ainda sobre a Resolução

Alongando um pouco mais o tema lançado pelo Carlos Esperança, no texto do sitio da EuroNews que está em Português, não se encontra um paragrafo de grande importância que está incluído na Resolução, e que gostava de lançar para o debate:

« creationismo está a afectar «uns quantos» membros da CE, incluindo, Bélgica, França, Alemanha, Grécia, Itália, Holanda, Polónia, Rússia, Servia, Espanha, Suécia, Suíça, Turquia, e o Reino Unido» ver aqui

Como tal, deixamos de nos encontrar no âmbito do «debate», ou de «recomendações» esotéricas (como se pode ler nalguns comentários ao artigo do Carlos). Estamos a falar de um perigo real. De uma influência negativa. Mas qual a razão para esta ameaça?

Numa leitura mais profunda, não é a democracia no ensino que está as ser defendida, ou o aumentar do conhecimento dos meninos para os deixar decidir por eles próprios. O que está se está a tentar fazer, novamente, é minar o pensamento racional, para um melhor controlo dos crentes.

Vejam o que diz o Professor Reiss (Doutorado em Biologia e Padre na Church of England), «os professores não podem ignorar que existe um cada vez maior número de crianças muçulmanas e cristãs que acreditam no creacionismo».

Ora aqui está! Esta é a preocupação dos teocratas: que as crianças possam saber qual a distinção entre ciência e fantasia, entre realidade e ficção, e como tal, possam perceber as razões das suas crenças, e entender os fundamentos dos seus dogmas.

É a continuada tentativa do controlo do pensamento. Um 1984 religioso.

É por razões como estas que aplaudo uma Resolução que tem a coragem de escrever que: «o Criacionismo pode ser uma ameaça para os direitos do homem». Porque o é! Sem qualquer dúvida.

Para saber mais, visite o NOVA