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Mês: Novembro 2005

13 de Novembro, 2005 Mariana de Oliveira

Manif pelos privilégios

Ontem, dezenas de milhares de pessoas, transportadas por autocarros e, pelo menos, dois aviões, reuniram-se no centro de Madrid para se manifestarem contra a nova proposta de Lei Orgânica da Educação.

Esta manifestação, patrocinada por várias organizações religiosas e conservadoras, incluindo o PP e a Conferência Episcopal Espanhola – curiosamente, quase as mesmas que convocaram a marcha contra o matrimónio homossexual -, pretendia a defesa do ensino religioso, que supostamente é negligenciado na nova lei orgânica. Claro que as coisas não são bem assim: a nova LOE continua a assegurar o ensino da religião a todos os que a queiram estudar. E o que querem os promotores desta manifestação? Que a religião continue a figurar nos currículos de todos os alunos, mesmo aqueles que não estejam interessados.

Por forma a mobilizar tantos defensores dos privilégios da ICAR espanhola, a rádio da Conferência Episcopal – a Cope – recorreu, de acordo com o ministro da Indústria, José Montilla, a «mentiras absolutas». «Na Cope existem personagens que utilizam um bem que é de todos, o espaço radiofónico, para insultar, para propagar a mentira e o ódio e para atacar todos aqueles que não se ajoelham à sua vontade».

Para o ministro espanhol, são os bispos María Rouco Varela e Antonio Cañizares que terão de «explicar a todos os católicos e a todos os cidadãos porque é que a Cope mente, porque é que insulta, porque é que incita ao ódio e porque é que manipula. E sobretudo porque é que o faz com tanta impunidade e atacando todo o mundo. Até o próprio chefe de Estado foi insultado com impunidade e a Conferência Episcopal amparou estes ataques. Os responsáveis da Igreja terão de dar explicações, estes senhores, Rouco e Cañizares, que permitem que um meio de comunicação ultrapasse as linhas do respeito, da informação contrastada, caindo na difamação, na manipulação e na mentira».

O ministro da educação reiterou que a manifestação assentava num «cúmulo de falsidades» e acusou o PP de preferir a mobilização à negociação e de actuar de acordo com interesses «partidaristas».

Quanto à existência de manipulação por parte da hierarquia da ICAR – surpresa! -, o vice-presidente da Federação Estatal de Professores do Ensino da Religião, Luis Guridi, veio a público dizer que os responsáveis eclesiásticos pressionaram os professores durante quinze dias para irem à manifestação contra a LOE. Guridi assegurou que os constrangimentos materializaram-se em chamadas pessoais aos professores de religião para que participassem na organização da marcha, bem como para responderam à convocatória. Nas últimas duas semanas, as delegações diocesanas também elaboraram dípticos para distribuírem pelos colégios que constavam do seguinte: «Se pensa em assistir à manifestação de Madrid contacte o professor de religião do seu centro».

Guridi também disse que, nos últimos dias, as dioceses convocaram os docentes para assistirem a reuniões onde se sublinhava «a importância de acudir» à convocatória. Guridi, que não esteve presente na manifestação, qualificou como «farsa» o conjunto de argumentos apresentados pelos convocantes. Para o vice-presidente, estas pressões são «inadmissíveis no séc. XXI». «Somos profissionais do ensino e não nos dedicamos ao proselitismo. Não somos activistas religiosos». Acerca de possíveis represálias contra aqueles que não foram a Madrid, Luis Guridi está convencido que elas não deixarão de existir. «Sempre as tivemos», disse.

É nestas alturas, quando alguém ataca os seus privilégios, que a ICAR revela a sua natureza mais negra e esquece-se que já não é ela que decide os destinos da sociedade de acordo com a sua única e exclusiva vontade.

13 de Novembro, 2005 Palmira Silva

Bento XVI entra nas guerras da evolução

Numa altura em que as guerras da evolução continuam acesas nos Estados Unidos, com uma votação no Conselho de Educação do Kansas de 6-4 a favor da introdução do ensino das IDiotias nos curricula de ciências e a não reeleição dos 8 conselheiros (republicanos) educacionais de Dover, Pensilvânia, que pretendiam tornar mandatório o ensino IDiota nas escolas do distrito, o papa Bento XVI vem ajudar a causa criacionista afirmando que o Universo e o homem foram criados por um «projecto inteligente» e criticando os «ateus» cientistas que os veêm como resultado de uma evolução casuística.

Citando um «santinho» do século IV, Basílio o Grande, Bento XVI afirmou que algumas pessoas «enganadas pelo ateísmo que têm dentro de si, imaginam um Universo livre de propósito e ordem, como se estivesse à mercê do acaso» continuou com a interrogação «Quantas dessas pessoas existem hoje em dia?» e concluiu que «Essas pessoas, enganadas pelo ateísmo, acreditam e tentam demonstrar que é científico pensar que tudo é livre de propósito e ordem».

Todos nós já sabíamos que Bento XVI considera os cristãos como pessoas simples (de espírito?) que devem ser resguardadas das influências maléficas dos intelectuais (certamente ateus perigosos…) e que se preparava para uma ofensiva às ciências biológicas, nomeadamente tentando restringir a investigação em células estaminais (embrionárias e adultas), mas estas declarações do Papa são extremamente preocupantes. Indicam que, na conjuntura actual, o Vaticano se sente com força política para iniciar uma guerra contra a ciência e os ateus cientistas que, se não for travada imediatamente, terá como desfecho um retrocesso civilizacional que nos fará regredir ao obscurantismo medieval tão aclamado pela «santa» Igreja. Ou seja, a ciência, completamente incompatível com quaisquer revelações divinas, é extremamente perigosa para a fé já que pode dar respostas «materialistas» sobre os «mistérios» da vida. A ciência, os «ateus» cientistas e os seus produtos como sejam o execrado «humanismo ateu», são, como há vários meses previ, o inimigo em que assestam as baterias do Vaticano, já que ameaçam a sua hegemonia integrista.

De facto, considerando que nem o velho Continente se mostrou imune a esta ameaça IDiota e já testemunhámos tentativas (frustradas) de introduzir religião sob a forma IDiota nas disciplinas de ciências, estas declarações de Bento XVI fazem prever que as guerras da evolução em breve serão ateadas na Europa. Cabe a todos nós, ateístas, crentes em outras religiões e cristãos que não seguem acritica e cegamente as barbaridades ditadas do trono do Vaticano, lutar para que o fim desta história não seja o retorno da história, isto é, da militância católica em guerras «santas» contra a ciência e, por conseguinte, contra o progresso ético da humanidade.

Para a sobrevivência da humanidade urge que a tolerância seja um facto e não a ficção que hoje é! E a tolerância, contrariamente ao que muitos dos nossos mui católicos (e intolerantes) comentadores advogam é simplesmente a «atitude de admitir a outrem uma maneira de pensar ou agir diferente da adoptada por si mesmo». Ou seja, é o respeito pelas pessoas e não pelas ideias! Ou seja ainda, na real acepção do termo todas as religiões são intrinsecamente intolerantes, porque não admitem nem ideias nem formas de agir diferentes das que preconizam e, via Direito, tentam impôr a todos, crentes e não crentes, comportamentos que sigam os seus dogmas anacrónicos e via a sua influência política tentam sufocar tudo, incluindo a ciência, que contrarie as suas absurdas «verdades absolutas» !

Quasi de propósito, no próximo dia 16 decorrerá no Salão Nobre do Instituto Superior Técnico um debate moderado pelo professor Jorge Dias de Deus sobre Ciência e Religião em que estarei na mesa conjuntamente com o padre Resina, professor jubilado do Departamento de Física do IST, e o João Vasco Gama. Certamente que este será um dos temas que levantarei para discussão…

13 de Novembro, 2005 Carlos Esperança

Última hora. Informação não confirmada

Atento às prevenções recomendadas para minimizar o risco da pandemia da gripe das aves, o Papa considera a hipótese de cancelar a Missa do Galo deste ano.

13 de Novembro, 2005 Palmira Silva

Mais dislates de Pat Robertson

Pat Robertson volta a merecer, pelas piores razões, grandes parangonas nos jornais norte-americanos. De facto, depois de ter sugerido o assassinato do presidente eleito da Venezuela, de ter atribuído a homossexuais e ateístas a culpa pelos atentados de 11 de Setembro, de ter afirmado que os terroristas que perpetraram o 11 de Setembro são apenas «alguns terroristas barbudos que voam contra edíficios» e que os juízes federais que não partilham os seus pontos de vista são uma ameaça maior para a América que os terroristas, Nazis durante a segunda Guerra Mundial ou a Guerra Civil no século XIX, de afirmar que uma proposta de atribuir direitos iguais às mulheres as encoraja a «matar os seus filhos, praticar feitiçaria, destruir o capitalismo e tornarem-se lésbicas», Pat Robertson debitou mais uma das pérolas de raciocínio que caracterizam tão piedoso cristão.

Desta vez as diatribes de Robertson dirigiram-se contra os eleitores da Pensilvânia que «votaram Deus para fora da sua cidade» votando contra os conselheiros escolares que pretendiam introduzir o criacionismo cristão, disfarçado de IDiotia, nas escolas de Dover. O piedoso pastor ameaçou os ateus eleitores com a vingança divina e desafiou-os a recorrerem a Darwin quando a «justa» retribuição divina se abater sobre Dover na forma de uma qualquer catástrofe natural.

Esta ameaça de «castigo divino» sobre cidades em que os seus habitantes não seguem os ditames preconizados pelo cristianismo é recorrente em Robertson, que já em 1988 avisara os cidadãos de Orlando, Flórida, do risco iminente de furacões, terramotos e ataques terroristas que a sua decisão de permitir que organizações homossexuais içassem bandeiras multicolores em apoio da diversidade sexual certamente mereceria do «Deus» do cristianismo…

13 de Novembro, 2005 Carlos Esperança

Laicidade desafiada

A insurreição que eclodiu recentemente nos bairros periféricos de Paris, incendiou a França e contagiou a Europa é um fenómeno assustador. A conjuntura económica, a segregação que o comunitarismo agrava, o desemprego e o desalento são o húmus que alimenta a rebeldia.

É neste caldo de cultura que explode a violência e o ímpeto destruidor que surpreendeu os franceses e assustou a Europa.

As causas vão permanecer pois não há resposta fácil e, muito menos, célere. Enquanto as soluções tardam, os pescadores de águas turvas vão aproveitar-se do sobressalto e explorar o medo, o racismo e a xenofobia.

Curiosamente ninguém parece dar-se conta de que nos bairros suburbanos numerosos imãs pregam o ódio aos infiéis, acicatam as jovens a desafiar, com o véu, a escola laica e procuram ganhar influência para substituir a escola pública por madraças.

Um pouco por todo o lado é o ódio à laicidade que desabrocha. Parece que o islão e o catolicismo se concertaram na desforra de que o clero francês parecia ter abdicado.
Por coincidência os tremendos desacatos acontecem a um mês do centenário da lei da separação da Igreja e do Estado que se comemora no próximo dia 10 de Dezembro.

Diz-se que a paz social se obtém com o apoio do clero, cúmplice da onda de violência que acicata nas pregações, teledirige das mesquitas e apoia a debitar o Corão.

Para já a resposta tem de ser policial e nunca, absolutamente nunca, se deve transigir na defesa do Estado de Direito e no carácter laico que preserva o pluralismo e contém os ímpetos prosélitos de uma civilização decadente que procura na fé o lenitivo para o seu estertor.

Não foi o modelo francês de integração que fracassou, foi a tibieza na sua defesa, a insuficiência do seu aprofundamento e a hesitação na sua aplicação.

Desistir do carácter intransigentemente laico do Estado é comprar a paz a curto prazo e fomentar a guerra no futuro. Confiar aos clérigos a defesa da tranquilidade pública é dar aos transgressores os meios para subverter a lei e comprometer a liberdade. Mudar de paradigma é estimular o desafio às instituições e enfraquecer a democracia.

12 de Novembro, 2005 Carlos Esperança

Virgem em Lisboa

A Virgem Santíssima, representada para todos os efeitos legais pela Senhora de Fátima, cansada do Santuário e das mãos beatas que a vestem e despem, escapa-se às vezes para peregrinações litúrgicas na companhia dos padres.

Longe vão os tempos em que pulava de azinheira em azinheira, antes de o reumatismo e o tamanho das saias lhe tolherem os movimentos e a liberdade.

Era o tempo em que ainda punha o Sol às cambalhotas, a espreitar por baixo do manto, e os basbaques de joelhos a procurar a melhor posição para lhe perscrutar o íntimo e mostrar o terço com que afugentavam o demo e queriam converter a Rússia.

Hoje, a Senhora de Fátima está em Lisboa, rodeada de padres, bispos e outros ociosos, à espera de a levarem a percorrer o caminho das prostitutas, proxenetas e carentes sexuais que arriscam a SIDA, a hepatite, a blenorragia e a sífilis.

O patriarca Policarpo vai consagrar Lisboa à Virgem Santíssima como quem adjudica uma ilha tropical para oferecer à amante. Consagrando-lhe a cidade, oferece-lhe crentes e ateus, virgens e delambidas, polícias e ladrões, drogados e passadores, igrejas e lupanares, casinos e escolas, como se a cidade fosse uma coutada da ICAR e as pessoas os animais de um jardim zoológico de que a diocese fosse a proprietária.

Não será possível, à semelhança dos que pagavam a bula para comer carne à sexta-feira, pagar a isenção da consagração, evitar o odor a incenso e ser conspurcado com água benta?

Um destes dias o xeique Munir sai desembestado da mesquita para consagrar a cidade a Maomé e, se a moda pega, solta-se da sinagoga um rabino que consagra Lisboa a Yavé.

Depois de tanta consagração a cidade transforma-se num imenso bordel donde é prudente, por precaução, evacuar a Virgem Santíssima. À cautela.

12 de Novembro, 2005 Ricardo Alves

O passeio da boneca

Hoje, haverá uma festa em Lisboa tendo como figura central uma boneca de louça com uma coroa de ouro. Segundo os líderes da corporação que organiza o culto deste e de outros objectos (a ICAR), a boneca que se encontra habitualmente no concelho de Ourém pernoita nas Avenidas Novas, de onde sairá às 17 horas com destino à Praça dos Restauradores, local onde a festa culminará numa, assim chamada, «Consagração de Lisboa a Nossa Senhora de Fátima».

Ingenuamente, pode perguntar-se quando e como os lisboetas deram autorização aos líderes locais da ICAR para «consagrarem» a cidade a uma boneca qualquer? Que se saiba, não houve votação alguma, os munícipes não foram consultados, e os ditos líderes religiosos nem pelos seus seguidores são eleitos: são nomeados por uma organização internacional com sede em Roma. Sendo assim, seria mais correcto «consagrar» a boneca (a «Senhora» que é deles e não nossa) a Lisboa, e não o contrário! Porque fala então a porção católica dos lisboetas em nome de Lisboa? A resposta (óbvia) é que se pretende justamente fingir que todos os lisboetas são católicos!

É portanto imperativo assinalar que a ICAR escolheu falar em nome de uma cidade onde a percentagem de habitantes que praticam o catolicismo num dado Domingo é sensivelmente a mesma do que a percentagem de pessoas sem religião declaradas como tal ao censo de 2001; onde, em 2003, 42% das crianças nasceram de pais que não estavam casados (nem sequer pelo registo civil); e numa região (a de Lisboa e Vale do Tejo) onde, no mesmo ano, a maioria dos casamentos celebrados (51%) foram-no pelo registo civil e não no altar onde o poder clerical se afirma. Pode concluir-se que os lisboetas e os seus vizinhos já abandonaram a ICAR como referência, e que o acto de hoje, como as tentativas de proselitar nos centros comerciais nos últimos dias, são acções desesperadas de quem já não consegue a atenção da população mas ainda detém o favor das instituições.

Devemos aos esforços de homens livres como Alexandre Herculano, Afonso Costa, Emídio Guerreiro e os militares do MFA, o vivermos numa sociedade em que qualquer um se pode manifestar, inclusivamente aqueles que almejam destruir a liberdade (caso dos que se manifestaram no Martim Moniz há alguns meses) ou estes que desejariam voltar aos tempos (para eles, saudosos) em que não havia liberdade porque o poder civil estava submetido ao clero, e que agora nos atrofiam com opiniões teológicas sobre questões terrenas. É ainda lamentável que a televisão que é pública, e portanto de todos, colabore. É sem dúvida estranho que a Avenida da Liberdade fique entregue, nem que seja por algumas horas, a quem atropela a liberdade humana invocando a autoridade divina. Todavia, há que ser tolerante com os católicos, ainda que com a certeza de que eles jamais o serão connosco.
11 de Novembro, 2005 Carlos Esperança

A azia dos crentes

Não sei se o III Congresso Internacional da Nova Evangelização, a decorrer em Lisboa, ou uma síndrome de privação da hóstia torna alguns leitores do Diário Ateísta mais agressivos.

São fundamentalmente três as acusações com que fazem, nas caixas de comentários, a catarse freudiana dos medos, dúvidas e terrores do inferno que povoam as suas mentes:

1 – a pretensa superioridade moral e intelectual ateia, que nunca senti e jamais exibi.

2 – a referência reiterada a facínoras não católicos, como Stalin, Mao, Lenine e outros, acrescentando o cristão Hitler que em «A minha Luta» citava o Génesis deliciado com a violência de Cristo a agredir os Fariseus, referência que pretende confundir e absolver a ICAR da cumplicidade nazi/fascista.

3 – a afirmação de que há, entre os cristãos, pessoas boas, generosas e beneméritas, como se algum dia o Diário Ateísta tivesse duvidado.

Direi mais, tenho pelo patriarca Policarpo, o mais destacado quadro português da ICAR, consideração e respeito pela sua craveira intelectual, moral e cívica. Conheço grandes personalidades e tenho bons amigos crentes. Ninguém é perfeito.

Mas isso não faz virgem a mãe de Jesus, não transforma em infalível o Papa B16, não torna imaculada a concepção de Maria (fertilização in vitro?), nem altera a credibilidade dos milagres, aparições e exorcismos com que a ICAR ganha a vida e extasia os fiéis.

Em suma, as qualidades que exornam os crentes não tornam verdadeira a religião, não expurgam a violência e crueldade dos livros sagrados, não transubstanciam em corpo e sangue de Cristo o pão e o vinho sob o efeito de palavras e sinais cabalísticos.

JC deixou a doutrina que justificou a Inquisição, o Índex, a contra-reforma, o genocídio dos ameríndios, dos índios e de todos os que fossem avessos à conversão. Eis a verdade.

Vamos à cumplicidade nazi/fascista da ICAR. Não há sistema mais totalitário do que a teocracia. Não há religião que não se encoste ao poder quando, de todo, não pode ser ela a detê-lo. Será por acaso que eram católicos Franco, Salazar, Mussolini, Pinochet, Hitler e Pétain e cristãos os coronéis gregos?

Por que motivo a ICAR excomungou a democracia, o socialismo, o livre pensamento, o liberalismo, o comunismo e a maçonaria e nunca excomungou o nazismo? JP2 reiterou a excomunhão ao comunismo, já depois da queda do muro de Berlim, mas nunca fez o mesmo ao nazismo. E porque recusou o reconhecimento do Estado de Israel até 1993?

Por que preparou o Vaticano a fuga de Adolf Eichmann e outros próceres nazis para os livrar do julgamento de Nuremberga?

Que fez JP2 quando os Hutus católicos do Ruanda massacraram centenas de milhares de Tutsis com a participação activa do clero no genocídio? Ficou calado e cúmplice. Isto é recente.

Eis a razão:

Os versículos da Tora abençoam o assassinato de islamitas, passagens dos Evangelhos justificam a protecção de Pio XII a Adolf Eichmann pelo genocídio cometido contra os deicidas judeus e os surahs do Corão abençoam o massacre de judeus e cristãos (por esta ordem).

Yavé abençoa a guerra e os guerreiros e promete a destruição total dos palestinianos – a «guerra santa»segundo a expressão do livro de Josué. Jesus mandou «ir e evangelizar», justificando o proselitismo e os horrores de que parcialmente JP2 pediu perdão. Maomé, o mais rude e incivilizado, recomenda a jihad.

Os ateus são os inimigos comuns a abater pela demência mística dos três monoteísmos.