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Autor: Ricardo Silvestre

22 de Outubro, 2007 Ricardo Silvestre

Opinião pessoal

Este é um espaço para opiniões sobre ateísmo, e não para explicações de foro pessoal. Mas há um assunto que me sinto obrigado a referir aqui, para que seja visível para todos, principalmente para os que estão a usar a argumentação que vou referir a seguir.

Eu, como colaborador do D.A., não tenho que me distanciar, repudiar, criticar, vilipendiar, ou outra coisa qualquer acabada em «ar», de artigos ou opiniões deste sítio. Certo?! Estamos entendidos?

Estou a começar a ficar seriamente irritado com os argumentos da «estatística dos 9 em 10», dos que «se aliam pelo silêncio» a posições extremistas, «que não se insurgem» por este ou aquele comentário, que têm falta de «ética», falta de «coragem», falta de cálcio nos ossos e outras saloiadas.

Eu não tenho que proclamar publicamente que quero me distanciar de coisas que não fiz, de posições com que não concordo, com atitudes que não aprovo. Enough already!!!

No final da página do D.A. está uma frase que diz, e passo a transcrever: «As opiniões expressas no Diário Ateísta são estritamente individuais e da exclusiva responsabilidade dos seus autores, e não representam necessariamente a generalidade dos ateus». Portanto, e para as pessoas que deixam aqui comentários do estilo que referi acima, parem com o argumento ridículo do «se não diz nada contra, é porque está a favor».

E uma nota em relação a livre expressão, algo que sempre incomodou os religiosos, e agora, cada vez mais, por causa de qualquer pessoa poder expressar a sua opinião sem ter de pedir autorização ao padre da paróquia ou ao bispo da cidade: livre expressão é o direito da pessoa que ofende, como é o direito daquele que é ofendido. A liberdade de expressão significa a liberdade da pessoa que pensa de uma forma diferente, e a liberdade da pessoa que se sentiu ofendida. Liberdade de pensar o porquê de se ter sentido ofendida, o porquê de pensar da maneira como pensa, o porquê de ser diferente da outra pessoa, o porquê de pensar que a sua posição está correcta, enquanto a que ofendeu está errada. Mas os crentes têm dificuldade em pensar nestas coisas, habituados a usar o subterfúgio da «blasfémia», da «perseguição», «da ofensa». Emancipem-se! Ergam-se da vossa posição de ajoelhados. Juntem-se a uma sociedade (cada vez mais) democrática.

Mas deixo alguém muito melhor que eu defender liberdade de expressão:

http://www.youtube.com/watch?v=EUphTYPMB4o

http://www.youtube.com/watch?v=9jnD4Mc3VUw&mode=related&search=

Lamento o teor mais desagradável deste texto, mas a paciência tem limites.

21 de Outubro, 2007 Ricardo Silvestre

paz no mundo

Estudiosos proeminentes da religião islâmica avisaram que «a sobrevivência do mundo está em perigo» se os muçulmanos e os católicos não tiverem um ambiente de paz entre eles. Numa carta «aberta» sem paralelo na história, 138 líderes estudiosos do Islão pediram aos líderes católicos para «haver uma aproximação das duas religiões para encontrarem os seus pontos comuns».

Na carta pode-se ler que «encontrar esse ponto comum não é apenas uma maneira politica de encontrar um dialogo ecunémico, mas porque as religiões católicas e islâmicas detêm entre elas 55% da população, o que faz as relações entre as duas comunidades um factor contributivo para a paz no mundo. Se muçulmanos e católicos não estiverem em paz, o mundo não estará em paz».

Alguns pontos rápidos em relação a esta iniciativa dos “estudiosos” do Islão

1. Para quem procura a paz, o silêncio dos mulás aquando dos consecutivos ataques terroristas feitos em nome do Islão, não é coerente.
2. Para quem procura a paz, não pode ter um regime teocrático como o Irão à procura de ter a capacidade de produzir um arsenal nuclear.
3. Para quem procura a paz, não pode estar sistemática a boicotar acções internacionais para resolver a questão palestina – israelita (e o mesmo para os fundamentalistas sionistas)
4. Para quem quer paz, não pode oprimir os seus próprios cidadãos, com penas de morte para a apostasia, ou opressão das mulheres e das minorias.

Quanto ao que é mais importante: mais uma vez temos os líderes religiosos a acharem-se como os salvadores de serviço da raça humana. Não só a maior parte das tensões mundiais têm fundamentos religiosos (Pakistão-India, Xiitas e Sunitas no Iraque, Muçulmanos e Católicos na ex-Jugoslávia, Moderados e extremistas religiosos no Maghreb, católicos ortodoxos e muçulmanos na Tchetchenia , tribalismo religioso em Africa, catolicismo e protestantismo na Irlanda do Norte, etc etc), é difícil acreditar que há vontade de se entenderem.

Claro que é de louvar que tentem se entender. A acção destrutiva da religião tende a ser cada vez pior se não for controlada. Mas não serão os líderes religiosos que o farão. Tem de ser as forças seculares a forçar esse processo: com uma ajuda à emancipação de religiosos que tenham dúvidas nas razões para ter fé, com a tentativa de haver uma maior abertura dos países muçulmanos ao ocidente, com um controlo do colonatos judaicos em Gaza, com a progressiva perda de influência da igreja católica nos corredores de poder da Europa ou dos evangelistas cristãos em Washington. Porque uma coisa é verdade, nós os ateus, nós os defensores de sociedades seculares, estamos igualmente nas mãos destas «mudanças de humor» religiosas.

18 de Outubro, 2007 Ricardo Silvestre

Preocupação nas hostes

Este e-mail foi enviado por um grupo chamado «Coral Ridge Ministries» nos Estados Unidos, e onde se pode ler o seguinte:

«Há um novo tipo de ateísmo em cena. Estes são homens e mulheres talentosos e que estão a criar uma cruzada agressiva para «evangelizar» América.

Este verão, enquanto os nossos filhos e netos estavam em campos de verão bíblicos [tradução minha da expressão Bible camps] centenas de outras crianças estavam em campos pertencentes a uma nova rede nacional que tem como objectivo proporcionar um lugar de encontro para jovens ateístas. Estes campos têm como prelectores alguns famosos «pensadores livres» [estas aspas existem mesmo no texto] e jogos como «o exercício do unicórnio invisível» onde os jovens têm como tarefa tentar provar a existência destes unicórnios imaginários, que acaba por ser uma metáfora para a não existência de Deus.

Jesus disse, «aquele que causar um destes pequenos que acredita em mim tropeçar, é melhor para ele que uma roda de moinho seja colocada à volta do seu pescoço e ele seja lançado para o mar (Marcos, 9:42)»

Antes de mais, que bela maneira de o «salvador» passar os seus ensinamentos. Mas até deixando passar esse assunto que seria tão fácil satirizar, vamos ao que interessa.

Como novo ateísta, congratulo-me que nos USA, onde as dificuldades para libertar as pessoas do irracionalismo e superstição são enormes, o «outro lado» confirma que «centenas de crianças» estão a ser ensinadas a pensar por elas próprias, e a ter um espírito critico e inquiridor, ainda por cima, guiados por «homens e mulheres talentosos». Primeira vitória.

Segundo, que os Cristãos Americanos se sintam na necessidade de alertar os seus crentes que há quem possa libertar futuras gerações de dogmas e de personagens imaginárias de livros escritos por homens na idade do bronze é a segunda vitória. «Run for cover! Os ateístas são os monstros que comem criancinhas ao pequeno-almoço». Quanto mais conseguirmos colocar estes «pastores de rebanhos» no ridículo mais fácil será para as pessoas verem o seu fundamentalismo e falta de argumentos. E que o mesmo possa ser feito em Portugal. Basta ver algumas das respostas aos meus artigos para ver que certas pessoas não devem andar a passar «ensinamentos religiosos» às crianças Portuguesas.

Mas fico-me por aqui. Deixo aos leitores do D.A. nos seus comentários dizerem as suas opiniões sobre mais vitórias para o nosso lado


A maré muda devagar, mas muda.

Para ler mais sobre este assunto, visite o NOVA

17 de Outubro, 2007 Ricardo Silvestre

Progresso

O Governo Sueco decidiu intervir no currículo das escolas religiosas independentes na Suécia, promulgando regras que incluem a proibição de professores de biologia de ensinar criacionismo ou a teoria do «desenho inteligente» em conjugação (ou em alternativa) à teoria da evolução.

«Os alunos devem ser protegidos de qualquer forma de fundamentalismo» disse o Ministro da Educação, Jan Björklund.

Algumas escolas cristãs na Suécia ensinam biologia aos seus estudantes com base que o mundo, e os organismos que nele encontramos, foram criados por um «ente supremo». Esta teoria é apresentada como «cientificamente validada», algo que a esmagadora maioria de cientistas rejeita.

«Educação» religiosa [aqui as aspas são minhas] continuará a ser ensinada nestas escolas, assim como orações antes do dia de aulas começar. Mas durante as aulas, os conteúdos ensinados devem respeitar as indicações curriculares, acrescentou o Ministro.»

Ver o artigo aqui.

Bravo!!

É bom ver, num país evoluído como a Suécia, iniciativas inteligentes e de interesse público.

Este estilo de decisão aumenta o progresso civilizacional. E particularmente aumenta a capacidade de pensamento científico, racional, crítico e lúcido. Um exemplo a seguir em todo os países que queiram ser bem sucedidos a nível da formação pessoal dos seus cidadãos.

Para saber mais, visite o NOVA

15 de Outubro, 2007 Ricardo Silvestre

Choque Cultural

Estes são alguns comentários de Mitchell Cohen, co-editor da revista Dissent e Professor de ciência política no Baruch College e na City University of New York, sobre qual a natureza do Novo Ateísmo.

«Conforme as religiões organizadas desenvolvem ideias negativas, desenvolvem igualmente ideias positivas. Até mesmo a nível politico e ético. Mas essas ideias devem ser traduzidas nos dias de hoje para uma linguagem secular, para que possam ser discutidas sem entraves.

Catolicismo tem uma tradição longa e muito própria de discutir «a Guerra Justa», e aí existem muitas ideias poderosas. No entanto esse estilo de persuasão, num debate democrático e contemporâneo, não pode ser baseado em «pontos de vista» de uma Trindade.

A mesma coisa com filósofos Judeus. Estes podem ter muitas opiniões válidas sobre justiça social, mas essas convicções não podem resultar de saber se Moisés recebeu ou não placas com mandamentos no Monte Sinai.

Islão tem tradições importantes em assuntos que se relacionam com pensamentos legais, mas estes valores, para uma sociedade democrática, não podem ser baseados em crenças que Maomé era um profeta.

Estas ideias têm de ser apresentadas para que o debate possa ser entre membros dessas religiões e todo os outros agentes de uma sociedade secular.»

É notório que o fundamentalismo religioso tem tentado entrar na arena da política, muitas vezes com uma atitude agressiva e intolerante. Seja com alterações de linhas de acção governativas, ou com escaladas no terror religioso, ou com estorvos no avanço do conhecimento. Estas são indescutivelmente, tentativas de regular a vida de biliões de pessoas.

E é esta a preocupação de um (novo) ateísta. Não é que os religiosos não possam ter a sua fé e as suas crenças! Não há nada de mais importante do que a liberdade individual. Mas a religião não deve, não pode, ultrapassar a esfera em que (se deve encontrar) encontra.

Mas os Tarcisio Bertone, os Pat Robertson, os Ali Khamenei não são capazes. Tudo o que seja que faça uma sociedade livre, pluralista, modernizada, aberta, é considerado como uma ameaça para estes, e deve ser «combatido», com rebeliões, com bombas em clinicas médicas, com fatwas.

E ai que reside o «choque cultural».

Para saber mais sobre Novo Ateísmo, viste o NOVA

13 de Outubro, 2007 Ricardo Silvestre

Jihad Católica?

Seguindo o artigo do Ricardo Carvalho

O cardeal Tarcisio Bertone, secretário de Estado do Vaticano, apelou hoje à «rebelião» dos cristãos face aos «senhores destes tempos» que exigem o silêncio dos cristãos «invocando imperativos de uma sociedade aberta»

Quem é que anda a exigir o silêncio dos cristãos? Onde acontece isso no mundo ocidental? Pelo contrário, cada vez mais os católicos têm oportunidades (e cobertura mediática a acompanhar) para emitirem os seus dislates.

Estamos perante é um apelo a uma «Jihad Católica». Claro que, tal como os Muçulmanos, não faltarão católicos que dirão que a expressão do cardeal está tirado do contexto, e que não significa literalmente «rebelião», que Bertone está a apelar a uma «luta» simbólica, que está a tentar promover diálogo e que a sua preocupação é a livre expressão dos católicos.

Mas as palavras não mentem, mesmo que sejam lapsos Freudianos: o que a Igreja Católica está preocupada (assim como a Islâmica) é nos «imperativos de sociedades abertas». Porque por eles, voltávamos ao obscurantismo da Idade Média, onde os «senhores desses tempos» eram eles, e só eles.

Verdadeiramente lamentável e preocupante.

12 de Outubro, 2007 Ricardo Silvestre

Evolução

A religião foi uma das primeiras tentativa à filosofia, ciência, história, natureza humana, etc. Mas numa perspectiva baseada em irracionalismo. Ao contrário de outras culturas, nomeadamente a Grega e Árabe, onde o racionalismo (dentro dos limites possíveis) imperava, na génese das religiões dominantes, foram grupos de pastores, pescadores, funcionários públicos, todos iletrados e ignorantes (que seguramente tentaram fazer o seu melhor, com os valores e imaginação da altura) que definiram realidades físicas (e não-fisicas) que aindam tentam regular o mundo hoje. Evidentemente, estamos a falar de origens numa altura onde doenças, eclipses, marés, catástrofes naturais, leis da natureza, e cosmos, eram tudo obras do divino, porque não havia maneira de saber melhor.

À medida que o conhecimento avançou, deus começou a ser desnecessário
para explicar a natureza do mundo físico. Ptolomeu em 150 AD pensava que o
cosmos era obra de deus, porque esse era o limite do seu conhecimento. Newton explicou as leis do movimento do cosmos sem qualquer ajuda da hipotese de deus, mas quando chegou ao limite do seu conhecimento (como estabilizar o sistema solar) pensou que isso era obra do divino. Huygens explicou como o sistema solar funcionava, sem qualquer ajuda da hipotese de deus, mas quando teve de explicar o aparecimento da vida, e tendo chegado ao limite do seu conhecimento, invocou a acção do divino. Darwin explicou a evolução das espécies sem a ajuda da hipotese de deus. Não vou avançar neste raciocínio, pois é fácil ver qual a mensagem. Deus tem cada vez menos espaço no mundo da ciência. Ou pelo menos da ciência «verdadeira». Deus é um deus das «lacunas».

No Sec. 21 temos a genética, temos telescópios, instrumentos para medição de biomassa, medição de fracções de carbono, espectrómetros, etc, etc. Não admira que o número de cientistas que são crentes (principalmente católicos e judeus, uma vez que no Islão não se faz ciência) continua a diminuir quase exponencialmente. Um artigo da revista Nature apresenta um estudo com uma larga amostra onde 60% cientistas não acreditam num deus teísta, e 93% dos cientistas de elite (membros da National Science Academy nos U.S.) não acreditam no mesmo estilo de divindade.

Claro que, nunca chegará a zero, uma vez que, e como Christopher Hitchens diz: «fé religiosa é, precisamente porque somos criaturas ainda num estado evolutivo, inerradicável».

Para saber mais, visite o NOVA

11 de Outubro, 2007 Ricardo Silvestre

Terminologias

Para terminar (da minha parte) este assunto sobre qual a melhor estratégia para os ateístas conseguirem passar a sua mensagem e contribuir para o desenvolvimento da raça, gostava de deixar aqui a posição de Ellen Johnson, presidente da American Atheists.

«Ateístas não são apenas um grupo contra «qualquer coisa», nós somos «qualquer coisa». É a Sociedade Americana de Cancro apenas «contra qualquer coisa» porque a sua luta é contra o cancro? É esta organização uma «organização negativista»? É o Greenpeace uma organização negativista porque lutam contra a poluição?

Ateístas querem a aprovação dos outros, e por causa disso muitas vezes os ateístas tentam esconder o que são, e a face que mostram ao mundo é uma de vergonha e receio. Quando alguém age de uma forma envergonhada pelo que é, o resto das pessoas vão trata-lo como merece. Esta não é a resposta.

Dizer que não devemos ter um nome é não existir. Não devemos correr o risco de nos tornarmos invisíveis por aqueles que procuram a aprovação de outros grupos. Nos Ateístas Americanos não deixamos que sejam os nossos adversários a ditar como nos chamamos ou como agimos».

Infelizmente, e pelo que leio nas secções de comentários do DA, o termo ateísta é muitas vezes usado como «arma de arremesso» por parte de alguns dos crentes que ai opinam. São logo feitas associações a «ateístas famosos» (Stalin, Mao, Pol Pot), que são apresentados como exemplos de ateísmo racional, e que na verdade não eram mais do que psicopatas monstruosos, que fizeram as coisas que fizeram não por causa do «ateísmo», mas por causa das suas posições dogmáticas extremas e insensatas.

O DA não é um lugar para a apresentação de outras correntes, como o Racionalismo, ou o Naturalismo, ou o Humanismo Secular, ou o Novo Ateísmo, uma vez que o próprio nome caracteriza o sítio. Mas gostava que, neste espaço, consigamos (no mínimo) libertar o termo «ateísta» da carga negativa e injustificada que tem, e que não ajuda o diálogo.

9 de Outubro, 2007 Ricardo Silvestre

Estratégias

Sam Harris causou alguma controvérsia, e muito debate (ver aqui, e aqui, e aqui) quando na última Convenção da AAI apresentou o seguinte raciocínio durante a sua comunicação:

«A minha preocupação com o uso do termo ateísmo é psicológica e estratégica.
Associar um «rótulo» a qualquer coisa pode trazer consequências,
principalmente quando se dá um nome a uma coisa que não existe de todo. Ateísmo, eu argumentaria, não é uma coisa que exista. Não é uma filosofia, assim como «não-racismo» também não é. Ao aceitarmos este rótulo, estamos a permitir que nos vejam como uma sub-cultura caprichosa. Estamos a consentir que sejamos vistos como um grupo de interesses marginal, que se encontra em salas de conferências de hotéis.

Deixem-me fazer então uma proposta subversiva: nós não devemos denominar «ateístas», ou «secularistas», ou «humanistas seculares», ou «naturalistas», ou «cépticos», ou «anti-teístas», ou «racionalistas», ou «pensadores livres», ou «brights». Nós não devemos nos chamar nada. Devemos ser discretos para o resto das nossas vidas. Devemos ser pessoas decentes e responsáveis, que destroem más ideias quando as encontram, sendo religião uma delas».

Como Novo Ateísta que me considero, não concordo na globalidade com Sam. Muitas vezes é preciso ser catalogado para ser reconhecido. É preciso ser vocal para passar uma mensagem. Passar para um movimento de pessoas singulares, que um pouco no anonimato, fazem o melhor que podem para melhorar o mundo que as rodeia, parece-me algo incompleto. Um pouco, por exemplo, o que se vê em Portugal, onde toda a gente acha que as coisas devem mudar, mas não sentem uma força colectiva que os faça causar essa mudança. Precisamos dessa sinergia, principalmente quando nos deparamos com oponentes tão formidáveis como a Igreja Católica, ou Islâmica ou Judaica.

Concordo claro, com a parte onde devemos ter como prioridade sermos indivíduos conscientes, decentes, altruístas, responsáveis, mas acho que neste caso, vale a pena o rótulo, e vale a pena o «combate» em grupo.

Mas fica aberto o debate: a estratégia proposta por Sam Harris, mais ou menos correcta?

Para saber mais, visite o NOVA