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Aga Khan visita Portugal

O príncipe Karim Aga Khan, líder institucional e espiritual de milhões de muçulmanos ismailis a viver em cerca de 25 países vai estar em Portugal de 10 a 14 de Julho.

O Aga Khan é o 49º Imam hereditário dos Muçulmanos Shia Imami Ismailis e dirige uma comunidade de 15 milhões de muçulmanos, oito mil dos quais a residir em Portugal.

Para os seus seguidores, Karim Aga Khan, que acedeu ao trono do Imamat Ismaili a 11 de Julho de 1957, é um descendente directo do Profeta Maomé através do seu primo e genro Ali, o primeiro Imam, e da sua mulher Fátima, a filha do Profeta.

De acordo com a tradição Shia do Islão, o mandato do Imam abarca tanto as questões espirituais como as materiais. Durante o ano de Jubileu que começou em Julho de 2007, Aga Khan efectuou várias visitas oficiais, em resposta a convites por parte de Chefes de Estado.

A visita a Portugal, que se realiza de 10 a 14 de Julho e que concide com a celebração do dia (11 de Julho) em que o príncipe acedeu ao trono há 50 anos, está a ser preparada com a ajuda de mais de 700 voluntários sendo esperadas mais de 15 mil ismaelitas quer do território português quer de outros países.

As celebrações do Jubileu do Imam, segundo a comunidade, oferecem oportunidades para o lançamento de novos projectos de desenvolvimento, de âmbito social, cultural e económico.

De acordo com a ética da fé, estes projectos pretendem melhorar a qualidade de vida dos mais vulneráveis da sociedade com a criação de escolas, hospitais e projectos de habitação.

No seu Jubileu de Prata, há 25 anos, o actual Aga Khan lançou novas instituições e projectos de desenvolvimento social e económico que têm contribuído para a melhoria da vida de milhões de pessoas no mundo em desenvolvimento.

Estas iniciativas fazem agora parte da Rede Aga Khan para o Desenvolvimento (Aga Khan Development Network – AKDN), um grupo de instituições cujos mandatos vão da saúde e da educação à arquitectura, da micro-finança à promoção da iniciativa do sector privado e à revitalização de cidades históricas – todas elas agindo como catalizadores de desenvolvimento.

A Fundação Aga Khan é uma dessas instituições que compõem a rede e para comemorar o jubileu de ouro está em marcha um projecto de criação de uma escola de excelência para crianças e jovens que revelem capacidades elevadas mas que têm dificuldades financeiras.

O projecto, segundo o representante em Portugal da rede Aga Khan para o Desenvolvimento, comendador Nazim Ahmad, ainda está a ser negociado sabendo-se apenas que deverá ficar na zona da grande Lisboa e que terá regime de internato para receber alunos de todo o país.

A AKDN gasta mais de 320 milhões de dólares anualmente em actividades de desenvolvimento social e económico e opera com mais de 200 instituições de cuidados de saúde, incluindo nove hospitais, e mais de 300 escolas no mundo em desenvolvimento.

Seguindo a tradição dos seus antepassados – recuando mil anos até à fundação das primeiras universidades e instituições de ensino no mundo Muçulmano – o Aga Khan continua a sublinhar a importância da educação.

O seu reconhecimento da necessidade de um compromisso da «Sociedade de Conhecimento» global levou à criação da Universidade Aga Khan (AKU), no Paquistão, há 25 anos – a primeira universidade privada e de gestão autónoma nesse país.

A AKU tornou-se, entretanto, numa universidade internacional e opera hoje em nove complexos universitários em todo o mundo.

O Fundo Aga Khan para a Cultura (Aga Khan Trust for Culture – AKTC) tem vindo a desenvolver diversos projectos que vão da realização de exposições de arte Islâmica à reabilitação de edifícios, bairros e cidades históricas, de Hunza, no Norte do Paquistão, a Cabul, no Afeganistão, ao Cairo, no Egipto, a Mali, no Norte de África.

Fonte: Sol, 06 de Junho de 2008.