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Dia: 22 de Novembro, 2004

22 de Novembro, 2004 Carlos Esperança

Parabéns ao «Causa Nossa»

Ao longo do primeiro ano de vida o «Causa Nossa» conseguiu um enorme sucesso (quase 400 mil visitas de leitores interessados) e tornou-se uma estrela de primeira grandeza a brilhar no firmamento bloguístico.

À medida que o poder político e o económico se conluiam para controlar a informação, um blogue que a inteligência, cultura e sensibilidade dos seus colaboradores tornou uma referência obrigatória, contribui para a diversidade informativa e pluralismo de opinião.

O empenhamento na defesa dos direitos humanos, a persistência na denúncia das arbitrariedades e injustiças, o amor à democracia e ao europeísmo, fazem de «causa nossa» a nossa causa e transformam um projecto culto num objecto de culto.

Espero que este aniversário seja o primeiro de muitos do projecto culto, civilizado e europeu que devemos a uma plêiade de bloggers.

Um abraço amigo e votos de felicidade para o causa nossa, os seus autores e as suas causas.

22 de Novembro, 2004 André Esteves

A devoção prejudica gravemente a saúde…

Da Holanda chega-nos a notícia de um estudo científico da poluição dentro das igrejas. Com efeito, o Dr Theo de Kok e os seus colegas do Departamento de Saúde da Universidade de Maastrich analisaram o ambiente numa capela da Basílica de Maastrich, depois de nove horas de velas acesas e incenso. Descobriram que a quantidade de partículas cancerígenas, de radicais livres e complexos aromáticos é cerca de doze a vinte vezes a máxima permitida pelas leis ambientais europeias. Por outras palavras, na capela analisada respiraríamos o mesmo, que respiraríamos se estivéssemos num lugar onde passassem 45,000 carros por dia!

Os riscos são elevados para todos os que passam mais de duas horas no meio de tal nevoeiro. Em situação ainda mais perigosa, ficam os padres católicos e demais pessoas que trabalhem nesse perigoso ambiente.

Creio que estas notícias nos devem levar a profundas reflexões.

Não basta que a extremada devoção dos crentes seja um sinal de vício no divino. Ficamos agora a saber que a devoção também leva a um elevado risco do cancro do pulmão. Creio que, todos os anti-tabagistas, que tanto lutaram para criar avisos nos maços de tabaco e criar regras anti-tabaco para os espaços públicos, estão moralmente obrigados a exigir essas mesmas medidas para o consumo excessivo do divino em ambientes poluídos. Assim, como é fácil de constatar na imagem que acompanha este artigo, dever-se-iam colocar avisos às portas das igrejas, para prevenir os abusadores dos perigos em que irão cair ao franquearem a porta de qualquer igreja.

E os milhares de crentes que morreram de cancro do pulmão durante os últimos dois mil anos? Não foi do tabaco certamente! Que um homem ou mulher pios não abusam de mais de seis cigarros por dia. (número suficiente para não aumentar demasiado as probabilidades de cancro do pulmão em relação a um não-fumador) O lobby antitabagista deveria seriamente contemplar a necessidade de levantar processos nos tribunais a todos os responsáveis! Deus, a santa apostólica madre igreja e o beato que se senta ao lado, do estimado leitor, com aquela maldita vela!

Ao crente menos complacente, resta pois frequentar igrejas com as modernas lâmpadas eléctricas em forma de vela. É verdade que se gasta mais dinheiro e que o crente têm que se levantar para pôr a moedinha, mas é infinitamente mais seguro, do que respirar seguindo a tradição…

Post Scriptum – Além disso… Porque raio é que gastam dinheiro em velas? Deus não sabe o que vai nos vossos corações?! Ou ele não é omnisciente e precisa de sinais de luzes?

22 de Novembro, 2004 Carlos Esperança

Missa apeada

O bispo D. Paulo Moretto proibiu o padre Dirceu Rigo de rezar a missa montado num cavalo.

Não estava em causa a assistência do cavalo à missa, sabendo-se que não tendo alma, há-de a alimária apreciar mais a palha do que a eucaristia. Aliás, os cavalos, sobretudo os da GNR, em Portugal, há muitos anos que se habituaram à liturgia e, alguns, não passam mesmo sem a sua procissão anual e uma missa de acção de graças.

O padre e os crentes ficaram decepcionados pois a missa a cavalo fazia parte da 2.ª Cavalgada da Fé, promovida durante a 10ª Festa Campeira Estadual, na localidade de Vila Oliva. A 1.ª Cavalgada da Fé, realizada anteriormente, entrou para o livro Guiness dos Recordes. Desta vez o bispo proibiu, com o argumento de que a missa sobre o lombo do cavalo contraria os princípios da Igreja e desrespeita a eucaristia, sendo omisso sobre o lombo de burros, paroquianos, elefantes e outros espécimes zoológicos.

O padre e os fiéis ficaram desapontados e argumentaram que já houve missas em camiões. D. Paulo Moretto foi inflexível.

De futuro, as Cavalgadas da Fé, face ao veredicto do bispo, só terão lugar se o padre Dirceu Rigo se meter debaixo do cavalo. Invertem-se as posições mas salva-se a fé e a liturgia.