Loading

Dia: 25 de Abril, 2004

25 de Abril, 2004 Mariana de Oliveira

O Povo saiu à rua num dia assim

Daqui posto de comando do Movimento das Forças Armadas – foi assim que o país ficou a conhecer a Liberdade.

Portugal vivia encoberto por um clima de terror que se vinha arrastando há décadas. A “Primavera Marcelista” foi curta e acabou com qualquer esperança de auto-renovação do regime. Descontentes com a política isolacionista do governo, com as perseguições levadas a cabo pela PIDE/DGS, com a censura dos meios culturais e de informação e com uma guerra colonial inconsequente, um grupo de capitães do exército decidiu por fim à ditadura.

Foi naquela manhã de 25 de Abril que o Povo acordou para a revolução e celebrou a nova democracia. Teria sido uma revolta sem sangue se não fosse a atitude infame tomada pela polícia política que disparou sobre manifestantes reunidos à frente da sua sede: morreram quatro pessoas e quarenta e cinco ficaram feridas.

Trinta anos depois, Abril deve ser lembrado não como mais um feriado, não como mais um dia em que a programação da RTP transmite paradas militares, mas como um despertar de consciências. Actualmente, o país vive num marasmo ideológico: o Povo soberano não quer saber da sua soberania. Isto não é evolução. Ter das mais altas taxas de abstenção da Europa não é evolução. Ver todos os dias um crescente desinteresse pelos desígnios do país não é evolução. Toda esta estagnação intelectual reflecte-se na nossa classe política, que nada mais é do que o espelho da sociedade que a elege.

Todos precisamos de acordar, de lutar pelos interesses que nos são caros, de lutar por uma República verdadeiramente livre e democrática. Não basta dizer mal, é preciso intervir. Para isso, é preciso que todos conheçamos o funcionamento das instituições democráticos e, desta forma, ter uma consciência cívica que compreenda um Estado de Direito Democrático. Porque não é só ter direitos, há que saber exercê-los de forma livre e esclarecida.

Não nos devemos esquecer igualmente que, por muito que se diga que a Democracia esteja em crise, não podemos cair na tentação de apoia ideologias que, embora disfarçadas, conduzam, uma vez mais à intolerância, à clausura e ao fascismo.

Pela República!

Pela Democracia!

Pela Liberdade!

Pela Laicidade!

25 de Abril Sempre, fascismo nunca mais!

25 de Abril, 2004 André Esteves

30 anos de 25 de Abril.

Sobre 30 anos de “democracia” só digo uma coisa:

Concordata