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Categoria: Imprensa

10 de Outubro, 2010 Fernandes

O dia da oração

45% dos americanos sentem falta de Bush.

Em 1952 o Presidente Truman estabeleceu um dia no ano como “Dia Nacional de Oração.” nos Estados Unidos da América.
Em 1988 o Presidente Reagan designou a primeira quinta-feira em Maio de cada ano como Dia Nacional de Oração.
Em Junho 2007 o Candidato Barack Obama declarou que o E.U.A. já não era uma nação cristã.
Em 2009 o Presidente Obama cancelou a 21.º cerimónia anual do Dia Nacional de Oração na Casa Branca sob o pretexto de “não querer ofender ninguém”.
Em 25 de Setembro de 2009 das 04:00 até 07:00, o Dia Nacional da Oração para a religião muçulmana foi realizado no capitólio ao lado da Casa Branca.
Havia mais de 50 mil muçulmanos entre eles Barack Obama.

– Será esta uma razão?

* http://islamoncapitolhill.com/

29 de Setembro, 2010 Raul Pereira

STTL, Armindo

SIT TIBI TERRA LEVIS, Armindo Lopes Coelho. [1] Hoje, chegou o teu fim. Acabou. Tu garantias que não, no alto das tuas homilias de duas horas, lá no cume de Santa Luzia e dominando a Viana conservadora que, entretanto, se modernizou. Agora que penso nisso, acho que as tuas pregações infindáveis poderão ter sido uma das causas para a formação do meu ateísmo. Eram demasiado penosas de aturar, camufladas por uma erudição estranha e teologias sem sentido às quais, bradando, querias dar poder de verdadeiras. Lembro-me que até as beatas desesperavam, por baixo dos seus lenços pretos e limpando com os punhos os buços suados pelo ardente sol de Agosto.
Mais tarde, pregaste-me uma chapada, no crisma. Soubesses tu que já nessa altura eu era ateu e a terias, provavelmente, aplicado com mais vigor. Subi, obrigado pela família, ao teu cadeirão dourado e barroco, onde pensavas que atemorizavas toda a gente com o teu olhar severo e a tua mitra, parte da personagem que encarnavas. Não a mim. A mim atemorizava-me, sobretudo, que os meus descobrissem que Deus já não fazia parte dos meus raciocínios, que o meu mundo era agora o observável, o científico e o histórico. Por amor aos nossos podemos esconder os maiores segredos, e esse dia, em que tudo seria desvendado, chegaria certamente.
Também creio que eras demasiado inteligente para acreditar em grande parte  do que apregoavas, e que essa inteligência fazias tu transitar para os artifícios linguísticos com que ocultavas alguma da tua descrença. Fazia parte do teu trabalho. Para o que fica de ti e das tuas lembranças, agradecem-te os teus fiéis. Falavam sempre maravilhas da tua serenidade, da tua eloquência, mas todos concordavam que, por isso mesmo, eras um grande maçador.
Hoje, no dia em que tudo para ti se tornou num vazio sem retorno e não um paraíso celeste, também eu te agradeço. Obrigado, Armindo, por teres contribuído, em parte, para o meu ateísmo. Para o que serve, perdoo-te o bofetão.

[1] TSF Morreu D. Armindo Lopes Coelho, antigo bispo do Porto.

[Nota: no que me diz respeito, foi, também, de 27 de Outubro de 1982 até 13 de Julho de 1997, bispo da diocese de Viana do Castelo.]

23 de Abril, 2010 Ricardo Alves

O «Público» lava mais branco

O jornal «Público» tem um sub-site especial sobre a visita do Papa-Ratz. Encontram-se ali artigos pró e contra, de católicos e de ateus, testemunhos de pedófilos e das suas vítimas, e textos do Papa e dos seus críticos, num fantástico exercício de contraditório e pluralismo como só um jornalista tão «isento» como António Marujo – que recebeu duas vezes o Prémio Templeton – seria capaz.

A ler até cair de sono. O que deve demorar. Muito.

3 de Março, 2010 Raul Pereira

As provocações do Sr. Henrique Raposo

O Sr. Henrique Raposo diz que não é possível dialogar com ateus. Nós provamos que isso é uma inverdade.

I – O Sr. Henrique Raposo comete vários erros: primeiro, não há qualquer «pulsão religiosa» nos homens, há apenas desconhecimento e questões que se querem respondidas atribuídas a uma ideia de divino. Este conceito funciona como um escape que logo justifica o inexplicável e evita demais explicações. Isto não é «pulsão», é falta de paciência na capacidade que nós temos de resolver os grandes problemas que o universo nos coloca e que devemos encarar sempre como desafios. Depois, na ânsia de perseguir os «esquerdistas», esquece que há ateus de direita, de esquerda, do centro, de cima e de baixo. Bem, de cima talvez não, porque raramente algo de bom vem do céu. E nem sequer estamos a falar em deus, que é assunto que não deveria interessar a ninguém, de inócuo que é, mas de fezes de pombas, meteoritos, chuva torrencial, canícula e aviões com terroristas (fanáticos) aos comandos.

Insiste que Hitchens não deveria travestir a religião de fascismo. De facto, poucos são os pontos comuns das religiões com o fascismo e é um erro grosseiro se nos atrevermos a enumerá-los. Vejamos, são mesmo mínimos e não custa nada: quase todas apresentam normalmente um líder que cultiva uma imagem ridícula, preceitos e regras a serem cumpridos sem recurso, alianças forjadas (com outros regimes fascistas) quando convém, incentivos para lutar até à morte defendendo a causa, policiamento regular de quem não cumpre e, se alguém quiser abandonar o fascio na valeta, é o cabo dos trabalhos! A única diferença é que hoje, nos países ocidentais, temos a felicidade de optar pertencer ou não ao grupo. No entanto, se não nos chatearmos em demasia com isso, o nosso nome continuará lavrado nos livros empoeirados dos arquivos e fará sempre parte das estatísticas que são usadas, amiúde, com grande habilidade.

II – Novamente no mesmo argumento do fascismo. O Sr. Henrique Raposo esquece-se é do seguinte: que para ler os «originais» mais vale ler os clássicos e começar com «As Nuvens» de Aristófanes, por exemplo, que já no séc. V antes de um tal de Cristo, apesar de criticar duramente os filósofos ateus, demonstra com esse ataque a expressão e importância que estes tinham na sociedade helénica. Sempre houve, portanto, gente a viver da escrita de uma «novidade» que não o é; chama-se apenas «racionalidade» e, como parece comprovar um estudo científico publicado a semana passada, talvez inteligência. Esta, Sr. Henrique Raposo, existe desde que há homens e mulheres.
Ah, claro, fez-nos rir com a luta da religião contra os regimes totalitários, mas essa história está tão batida que já nem cola. Apenas dizer que são certamente de louvar (não sei se esta será a palavra indicada) os esforços que muitos religiosos empreenderam contra Hitler e Franco, mas todos nós sabemos que esses, falando em hierarquias, normalmente não eram os que assentavam o barrete cardinalício nas nucas, mas antes os que arrastavam penosamente as pobres sotainas. Onde contava ter o apoio dos religiosos, eles fecharam-se em copas e preferiram negociar, ficar em silêncio ou saudar o ditador com o bracinho no ar, em toda a sua graça. O Sr. Henrique Raposo esquece-se também de que, se houve padres, também houve milhares de ateus que lutaram pelos ideais da liberdade e que foram presos ou tiveram de se refugiar. [Apontamento: ler isto isto ao som de Béla Bartók]

III – Hitchens não deve nada a deus – ninguém deve. Nem sequer ao conceito, que é ao que se estava a referir. Deve ao código genético que herdou, à sua educação e à sua vivência pessoal. Se não existissem religiões, Hitchens estaria (e está, certamente) contra os que negam a eficácia das vacinas, por exemplo. Aliás, basta ver que a sua ascensão pública nada teve a ver com ateísmo. Disto se infere que Cristopher Hitchens nunca precisou de deus para ser quem é. Ele é simplesmente assim, um homem de causas e convicções fortes.
O contrário parece ser o caso do Sr. Henrique Raposo, que nos deixou ligeiramente preocupados quando afirma que não se admite ateu simplesmente por causa de homens «cool» como Hitchens e prefere afirmar-se agnóstico. É a mesma coisa que dizer: «Eu sou benfiquista, mas agora sou sportinguista porque está lá o Jesus. Se Jesus não fosse tão «cool», continuava benfiquista. Se não, ai Jesus!, ainda posso ficar como ele e começar a jogar muito pela esquerda!».
Os ateus, como em todos os grupos humanos, há-os intolerantes, activos, não dialogantes, tolerantes, dialogantes, escondidos na sombra ou a sofrerem muitas vezes pelo simples facto de o serem e não o poderem revelar. O que incomoda pessoas como o Sr. Henrique Raposo é que, se durante milénios andamos calados e perseguidos, agora, estamos finalmente protegidos sob a capa da Liberdade e, com a Internet e os novos media como ferramentas, conseguimos elevar mais um pouco a nossa voz neste mar irracional. É como ter numa sala aquele relógio muito antigo ao qual um dia damos corda e que começa a incomodar-nos com o barulho do pêndulo. Mas a verdade, Sr. Henrique Raposo, é que esse relógio é uma obra de arte e poderá muito bem indicar no futuro as horas a uma humanidade perdida.
A intolerância, diremos nós, é de quem não nos deixa falar, nos critica por qualquer coisinha que dizemos ou nos olha com desconfiança quando o tentamos fazer de igual para igual. Como num diálogo, sabe?

13 de Dezembro, 2009 Ricardo Alves

Caetano Veloso sobre o ateísmo

A longa entrevista do cantautor Caetano Veloso à Ípsilon passa pelo ateísmo.

  • «No livro “Verdade Tropical”, o momento mais criticado foi eu dizer que o Brasil deveria ser ateu. E criticado com razão. Não há o menor indício de que o Brasil tenha vocação para isso.  Mas o ateísmo filosófico moderno, que tem a ver com a experiência do mundo moderno que vimos vivendo, não pode ser simplesmente negado. Eu não acredito na nova religiosidade, e acho que isso é um problema imenso, que tem de ser transposto. O Brasil tem tarefas imensas, e uma virada grande tem de incluir isso [o ateísmo]. Agora, não quer dizer que eu esteja satisfeito com o ateísmo conquistado até aqui. Eu acho que não é satisfatório.»
  • «(…) não me sinto bem com a identificação católica. Tenho uma relação um pouco conflituada com a ideia de religião, uma tendência anti-religiosa. Não é íntima, mas é muito forte. É uma questão de respeito à minha inteligência. Não gosto de ser enganado, não gosto de ver as pessoas serem enganadas, cresci numa casa em que todo o mundo ia para a Igreja…»
18 de Outubro, 2009 Carlos Esperança

Espanha: Principais pontos da nova lei da IVG

– O aborto é livre e gratuito até às 14 semanas de gravidez. Se existirem riscos para a saúde física e psíquica da mãe, até à 22ª semana. Caso o feto tenha problemas incompatíveis com a vida, não haverá limite.

– Menores com mais de 16 anos podem abortar sem autorização ou conhecimento dos pais.

– As mulheres têm um período de reflexão até três dias antes de abortar.

– A objecção de consciência dos médicos está garantida, desde que não se estenda à totalidade de uma unidade de saúde pública.

Fonte: Última Hora – Nuno Ribeiro

Apostila – A ICAR saiu à rua mas os bispos ficaram no Paço. Mandaram freiras e padres.