Loading

Mês: Fevereiro 2017

16 de Fevereiro, 2017 Carlos Esperança

O papa B16 e o Islão

O Papa Rätzinger, mentor ideológico de Karol Wojtyła, seu antecessor, foi ainda mais conservador, com o pensamento mais estruturado e uma agenda mais apressada.

Frio, inteligente e calculista, não podia ignorar o imenso alarido que provocariam as suas palavras. Bento XVI é a réplica católica do protestantismo evangélico neoconservador dos EUA e, salvas as devidas proporções, o expoente máximo da postura homóloga dos próceres do Islão. Não foi por acaso que chamou Constantinopla à atual cidade de Istambul.

Condenou o relativismo, não se conformando com o pluralismo. Combateu a laicidade e interferiu de forma vigorosa nos países de tradição católica para obstar às leis que regulam o aborto, o divórcio, a eutanásia, a contraceção ou o planeamento familiar.

O Papa não foi apenas ideólogo do teoconservadorismo, o agente do combate obstinado à modernidade e arauto do regresso ao concílio de Trento. Críticas acerbas ao budismo e ao hinduísmo, a cruzada contra o laicismo e o combate ao evolucionismo, que considera uma ideologia, fizeram de Ratzinger mais um obsoleto dignitário do cristianismo.

Da teologia à política, da moral à economia e da ciência à religião, Bento XVI situou-se sempre no campo conservador mais duro, aliando o proselitismo à inflexibilidade da fé.

A expansão do islamismo na sua forma mais arcaica, com laivos de demência fascista, assustou este Papa, que viu os feudos tradicionais em rápida secularização numa Europa que deixou de acreditar em verdades únicas e que mais facilmente se envolve na luta de classes do que em querelas da fé.

Foi a inquietação que o precipitou para o confronto. O Islão disse-lhe que era pacífico assassinando uma freira, perseguindo cristãos e incendiando igrejas. A intolerância não é monopólio de uma religião, é a tradição ancestral das três irmãs abraâmicas.

O seu grande objetivo foi colocar-se na vanguarda do combate ao terrorismo, urgente e necessário, querendo reivindicar para o Vaticano os louros de uma vitória sabendo que, em caso de derrota, a democracia e a liberdade morreriam com o cristianismo.

O conflito entre o Papa e o clero islâmico não nasceu das divergências, surgiu das afinidades.

Setembro de 2006 (texto atualizado)

15 de Fevereiro, 2017 Carlos Esperança

Liberdade islâmica

Dia de São Valentim banido no Paquistão por ser contrário ao islamismo

Manifestantes paquistaneses queimam cartazes e presentes alusivos ao dia de São Valentim

  |  REUTERS/ATHAR HUSSAIN

Tribunal proíbe qualquer celebração do dia de São Valentim em todo o país

Os paquistaneses foram proibidos este ano de festejar o dia de São Valentim por ser uma data “não islâmica”. A decisão de banir as celebrações em todo o país, assim como a promoção nas redes sociais de qualquer evento que faça referência à ocasião, foi tomada esta segunda-feira pelo Alto Tribunal de Islamabad, a capital do Paquistão.

A proibição tem “efeito imediato” (Continua….)

13 de Fevereiro, 2017 Carlos Esperança

Quem não respeita os nossos hábitos perde direito aos seus

Governo feminista” da Suécia defende o uso do véu no Irão

Ministra sueca usou véu em visita ao Irão. O governo afirma que qualquer alternativa quebra as leis iranianas, mas a decisão gerou críticas.
INÊS CHAÍÇA 13 de Fevereiro de 2017,

O governo sueco saiu em defesa da ministra do Comércio, Ann Linde, e de membros da sua comitiva que usaram lenços para tapar o cabelo durante uma visita ao Irão, na semana passada. Linde justifica que agir de outra forma seria violar a lei iraniana. No entanto, a governante escandinava tem enfrentado críticas, e algumas delas vêm de mulheres iranianas e de membros dos partidos que apoiam o Executivo, que se intitula como o primeiro “governo feminista” do mundo.

Continuar a ler…

12 de Fevereiro, 2017 Abraão Loureiro

Pregos baratos

https://www.youtube.com/watch?v=wAiA4TiHJU4

12 de Fevereiro, 2017 Carlos Esperança

Lido no Faceboock

Antonio Olayo

BOM DOMINGO!

Embrenhar Pelos Ouvidos…

De onde vem a expressão que dá nome ao ato de alguém acreditar piamente na primeira conversa que lhe contam, sem questionar a veracidade da mesma,nem tentar ouvir as outras versões de uma mesma estória; e ainda, repassar informações sem rever?
Conta a história que na noite de 23 de dezembro do ano de 428, Procus, arcebispo de Constantinopla, em sermão proferido na presença do patriarca Nestorius, declarou que Jesus Cristo teria entrado no seio da Virgem Maria e dele saído por via auditiva.
Literalmente, assim ele se pronunciou: Le Christ est sortie du sein de la Vierge comme il y est entré, par l’ouïe – O Cristo saiu do seio da Virgem como entrara, pela via auditiva.
Ao adotar essa singularíssima concepção, desde o século 18 a Igreja dá para perceber o raio luminoso do Espírito Santo caindo sobre a orelha esquerda da Virgem-Mãe, fecundando-a….
Vem de longe, portanto, essa incrível lenda, tanto assim que atravessou o milénio e, até recentemente, a maioria das religiosas, freiras e monjas conservavam as orelhas ocultas por toucas, defendendo o seu estado “donzelil” e assim evitando uma fecundação sobrenatural por meio de emanações, sonoridades e sopros, sine concubitu, sem coabitação.
Na atual linguagem popular, aquele que forma julgamento atendendo unicamente às informações orais, desacompanhadas de provas concludentes e positivas, diz-se que se emprenha pelos ouvidos.
Muita gente, aliás, na pureza de sua ingenuidade, entra pelo cano ao aceitar o aparentemente inaceitável.
Todo cuidado é pouco…
Cuidado com a cera nos ouvidos…

7 de Fevereiro, 2017 Carlos Esperança

Católicos por defeito

Fernanda Câncio, in DN

«O Tribunal Constitucional já declarou por duas vezes a inconstitucionalidade do carácter obrigatório da disciplina de Religião e Moral católica nas escolas públicas. Fê-lo em 1987 e de novo em 2014, a propósito de um diploma do Governo Regional da Madeira que, como o do Governo da República de 1983, assumia o silêncio dos encarregados de educação como aquiescência em relação às aulas daquela disciplina – era a chamada obrigatoriedade “por defeito”.»

Continue a ler este artigo em defesa da laicidade.