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  • 29 de Novembro, 2015
  • Por Carlos Esperança
  • Ateísmo

O vírus do conflito, confusão e caos. O lado negra do discurso religioso

Por
Paulo Franco

As 3 maiores religiões monoteístas do mundo têm na essência do seu discurso o germe do conflito e a génese necessária para criar a confusão e o caos nas relações humanas.
Ao dispensar as evidências ou as provas empíricas para sustentar as suas afirmações dogmáticas extraordinárias, estes 3 grandes grupos humanos põem-se a jeito para entrar em conflito entre si mesmos e com o resto do mundo.

Existem várias regras indispensáveis na comunicação humana para que se evitem os conflitos. Eis algumas escolhidas aleatoriamente:

1º “Quem faz uma afirmação extraordinária, tem de apresentar provas extraordinárias”.

2º “Os conceitos de Ética e Moral têm de estar em concordância com os direitos naturais mais básicos de humanidade, liberdade, igualdade e justiça”.

3º”Os critérios de avaliação dos comportamentos têm de ser coerentemente igualitários em todos os momentos da comunicação”.

As 3 maiores religiões monoteístas espezinham completamente estas 3 regras básicas da comunicação humana. Ao abraçarem a crença naquele Deus dos seus livros sagrados; ao aceitarem os comportamentos desajustados e cruéis desse Deus; ao considerarem sagrados livros auto contraditórios e incoerentes na sua génese semântica e no seu conteúdo antimoral e antiético.

Mesmo na versão mais moderada destas religiões isto é absolutamente verdade. Um cristão, um ateu, um muçulmano ou um judeu jamais poderão concordar entre si se conversarem sobre demónios, anjos, infernos, purgatórios ou virgens parideiras de Deuses. Se houver bom senso e civilidade, o conflito será apenas no campo da retórica oral; se não houver bom senso e civilidade, o conflito poderá descambar para uma
batalha violentamente sangrenta, como aliás já aconteceu.

Se um ateu tentar convencer um cristão de que existe um papa-formigas invisível que é condutor de um porta-aviões invisível sem apresentar provas de fenómeno tão inverosímil, e se o tentar forçar a acreditar nisso ameaçando-o com a tortura eterna, parece-me razoável acreditar que esse cristão terá um sentimento de repugnância idêntico ao que um ateu sente confrontado com a promessa/ameaça de inferno se, quando confrontado com a ideia de uma virgem que tem filhos, mortos que ressuscitam e bolachas transformadas no corpo de um indivíduo morto e ressuscitado há 2 000 anos, lhe é ordenado que acredite em tais fenómenos sem qualquer prova ou réstia de discurso racional.

As religiões pedem respeito pelas suas crenças extravagantes. Mais. Exigem respeito. Então se temos de respeitar as extravagantes crenças dos cristãos, judeus e muçulmanos sem estes apresentarem qualquer prova, por uma razão de igualdade de tratamento, também temos de respeitar a crença disparatada de papa-formigas invisíveis a pilotar porta-aviões invisíveis.

Se temos de respeitar toda e qualquer ideia sem nunca podermos usar o humor ou a sátira para as ridicularizar ou para as colocar em causa, estamos a aceitar que todas as regras da comunicação possam ser quebradas achando ingenuamente que assim será possível entendermo-nos algum dia.