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Dia: 24 de Novembro, 2010

24 de Novembro, 2010 Carlos Esperança

Os papas e o sexo

A leitura do livro de Eric Frattini, com o título em epígrafe, editado em Portugal pela Bertrand, é uma viagem ao mais sórdido da história da ICAR. É uma viagem pelos lençóis de sodomitas, assassinos, sátiros, facínoras e debochados. Uns castravam os adversários, outros seduziam as mulheres alheias, quase todos mais dados ao deboche do que ao serviço pio.

Os Papas e o Sexo é a história de papas que legavam a cadeira de Pedro a filhos e netos, a informação do veneno que encurtava a vida dos papas para dar vaga a outros, a gesta de uma monarquia que dependia do poder militar da França, Espanha, Inglaterra ou Alemanha, onde a tiara, imposta pela força das armas, era a chave para a depravação e o luxo.

Criavam-se cardeais de tenra idade e até um papa de 11 anos ocupou o trono. O Espírito Santo voava baixinho ou tinha as asas partidas quando um novo papa era «eleito». Os papas faziam cardeais os próprios filhos e netos e canonizavam antecessores cuja vida dissoluta transformara o Vaticano em bordel.

Avinhão, Roma e outras cidades serviram para acoitar uma legião de papas polígamos e incestuosos que aproveitavam o tempo em orgias até que uma conspiração lhes fizesse arrefecer o céu da boca.

Nenhuma instituição foi tão dissoluta ou tão vergonhosamente corrupta como a ICAR do primeiro milénio. Os clérigos eram polígamos e bissexuais. Os títulos de bispo e cardeal eram comprados ou oferecidos a parentes e benfeitores. Bento XI (1032/1048) era incestuoso, violador, homossexual, sádico e zoófilo. Marozia governou Roma e o papado entre 924 e 935 através dos seus amantes papas. Santo Adriano III (884/885), filho de um cura, era adúltero assassino, sádico e, certamente, infalível. Gregório VII (1073/1085) era simoníaco e envenenou seis bispos, mas gozou da fogosa Matilde Canossa que seria também amante de Victor III e Urbano II.

Enfim, não faltaram santos patifes para ocupar a cadeira de Pedro. A uns devorou-os a sífilis, a outros o veneno, algumas vezes a morte violenta, mas todos fazem parte de um rico património que a ICAR gostaria de ocultar. Mas até o sádico Gregório IX (1227/41) goza hoje de boa reputação. Nem o facto de ter criado a Inquisição, em 1231, lhe retira o mérito pontifício.

24 de Novembro, 2010 Ricardo Alves

Não há crise no Serviço Nacional de Religião

Não contente com remunerar, com dinheiro estatal, mais de uma centena de capelães (todos católicos…) nos hospitais, a ministra da Saúde vem agora propor que os capelães hospitalares se desloquem também aos domicílios dos pacientes.
Imagino que o passo seguinte seja pagar aos padres para irem a casa das pessoas dizer missa. Como se a religião fosse um serviço público. Que não é, pois trata-se do exacto contrário: de um serviço privado que deveria ser assegurado pelas comunidades religiosas e pago por quem dele necessita, nunca pelo contribuinte.
Alguém disse que há falta de dinheiro no Serviço Nacional de Saúde?