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  • 8 de Outubro, 2010
  • Por Carlos Esperança
  • Religiões

Comi que nem um abade

Por

Abraão Loureiro

Quer isto dizer que nas abadias se comia do melhor e com fartura. Quando em criança lia histórias (ou mesmo a nossa história), via gravuras, fotos de conventos e nem pensava na grandiosidade das super habitações. Fazia-me crer que os religiosos viviam miseravelmente naquelas acanhadas celas com uma caminha modesta e dali só saíam para rezar na igreja, comer na cantina e meditar nos jardins interiores. Para mim isto era uma penitenciária. Coitadinhos que eram autênticos condenados. A idade passou e olhando com olhos de adulto informado digo abertamente, afinal de contas aqueles monumentos representam o que havia de melhor em hotelaria capazes de fazer inveja aos modernos “resorts” (pois além da enorme variedade de serviços, são locais onde os hóspedes usufruem do sistema “all-inclusive”), que é caracterizado pelo facto dos serviços estarem todos incluídos na diária paga pelo hóspede. É verdade, sabemos das fortunas doadas por grandes figuras que se recolheram ao hotel para não se chatearem mais com a vida.

Cá fora, a população miserável sem eira nem beira e quando tinha beira era feita de palha. A fome era o caminho para todas as loucuras desde a subjugação total ao alistamento como mercenário para servir nas hordas dos senhores das guerras.

Hoje não duvidamos que os ditos jardins interiores deram lugar a grandes meditações e inspirações, senão, vejamos: Foi daí que saiu toda a boa gastronomia pela qual hoje temos orgulho e tanto evento se realiza para a sua divulgação.

Pobre povo que construiu estes gigantes de pedra em nome de deus para nada receber em troca. Como seria possível criar tanta iguaria sem a matéria-prima abundante? O povinho nem sabia o que era o açúcar e a carne conhecia quando caçava furtivamente.
Em que ficamos? Vivia-se mal ou bem nessa época?

No vídeo podemos ver na fórmula 2 em 1, a imponência dos edifícios e as delícias da boca.

E aqui podemos ver o nosso pio presidente gracejando sobre a ASAE, reparem que a esposa ficou “encavacada” com a gracinha do Cavaco.