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  • 10 de Outubro, 2008
  • Por Carlos Esperança
  • Religiões

Léo Taxil (1854-1907)

 Por

KAVCAZ

 Há pessoas que deixam marcas na História. Léo Taxil, pseudómino de Gabriel Antoine Jogand-Pagès, é um desses homens. Nasceu em Marselha, França. A partir dos cinco anos foi educado num mosteiro jesuíta.

Foi jornalista e escritor. Publicou um conjunto de livros em que manifestou a sua oposição ao catolicismo e clericalismo, os lados negativos da vida dos Papas e a sua história ao longo de dezanove séculos. Publicou a “Bíblia divertida” e “Evangelho divertido, a vida de Jesus”, onde mostra de forma genial e divertida as contradições dos livros “sagrados”, o mítico das lendas cristãs da vida e feitos do “Messias”. Aos leitores não deixa qualquer dúvida que a “Bíblia” não tem nada de sagrado, mas é um conjunto de lendas antigas e escritas por pessoas diferentes em tempos diferentes. 

Léo Taxil era uma pessoa muito corajosa, divertida e engenhosa. Em 1885 anunciou que se reconverteu ao catolicismo. Por essa altura imaginou a existência de uma ordem maçónica satânica de nome Paládio com o objectivo de dominar o Mundo. Criou personagens fictícias, angariou pessoas para as personificar, escreveu cartas de diversos locais e convenceu o Vaticano de ser o portador de revelações sobre a Franco-maçonaria do paladismo, uma seita satânica que adoraria o diabo. O Papa deveria interessar-se. Foi aceite em Roma e recebido em audiência pelo “Santo Padre” Leão XIII, em 1887, que ficou convencido de que naquela seita estava, repetindo: “O diabo, o diabo””.

Durou 12 anos esta diversão e verdadeiro gozo de Léo Taxil. Ele resolveu pôr fim à tramóia numa conferência para a qual convidou representantes da imprensa de todo o Mundo, sacerdotes, bispos, dois representantes da Nunciatura, livres-pensadores, franco-maçons. Lá anunciou a todos que a tal ordem Paládio não existia, pondo fim à mentira. A Conferência de Léo Taxil realizou-se em 19 de Abril de 1897, na Grande Sala da Sociedade de Geografia de Paris. O final da Conferência terá sido indescritível. Vale a pena ler a intervenção de Léo Taxil.

Os jornais americanos escreveram ter sido a “maior mistificação dos tempos modernos”.