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Mês: Outubro 2007

21 de Outubro, 2007 Carlos Esperança

Ateus e avençados do divino

Há vários equívocos que urge resolver no Diário Ateísta, ainda que desagrade a muitos leitores.

Sem me arvorar em administrador do DA, julgo-me com autoridade para apelar à contenção da linguagem, particularmente ao carácter obsceno e às provocações gratuitas, venham de onde vierem, de ateus ou de devotos.

A escrita a negrito ou em maiúsculas é uma atitude pouco simpática num blogue que não costuma interferir nas discussões entre leitores. Evitar manifestações de xenofobia, ódio, racismo ou homofobia não é apenas um dever, é uma exigência do DA.

Quanto aos equívocos: o DA é, de facto, um lugar de discussão pública, mas um espaço de ateus. Se a tolerância ateia consente as diatribes dos crentes é por tolerância que não nos seria consentida nos espaços beatos donde vêm os bandos de prosélitos.

Não é aqui o espaço adequado à discussão entre ateus e beatos, ainda que o nosso apego à biodiversidade procure defender a reserva ecológica dos que julgam que Deus fez o mundo em seis dias sem se interrogarem o que fez depois.

Os ateus não têm a mínima consideração ou respeito pelo Deus abraâmico ou outro, tal como os devotos não apreciam o ateísmo. Não é nossa intenção perseguir os crentes pois não nos move o proselitismo, mas não gostamos que os crentes venham insultar-nos à nossa casa. Bem sei que os hábitos totalitários das religiões levam os dementes da fé a julgar que todo o mundo é seu.

Tal como um bando de bispos resolve benzer toda a Europa, como se o continente fosse uma feitoria do Vaticano, assim os crentes se julgam com direito a circular no espaço que os ateus criaram para defender o direito à blasfémia e à apostasia, duas atitudes com uma dimensão ética incomparavelmente superior à humilhação dos que se ajoelham ou circulam de rastos em torno de ídolos que criaram para que os parasitas da fé vivam na ociosidade e no fausto.

Espero que os devotos moderem o proselitismo neste espaço. Nenhum ateu vai à missa dizer ao padre que está a burlar os simples que se ajoelham e lhe contam a vida privada nem prevenir estes incautos de que é falsa a religião que seguem.

Se Deus existisse já teria convertido os ateus. Não podem os lacaios de uma projecção demencial assumir o papel do supremo exterminador da felicidade humana. Pelo menos no Diário Ateísta.

20 de Outubro, 2007 Hacked By ./Localc0de-07

Misoginia doentia

O Reitor do Santuário de Fátima, um tal de Monsenhor Luciano Guerra, personagem ilustre e clarividente do catolicismo, confunde espaço-temporalidades sem uso de psicotrópicos, adiante, nem tão pouco entende o que é uma sociedade Humana, fervura interna que emana os mais primários instintos católicos, as mais enviesadas confusões entre o Estado português e o Estado do Vaticano. Viva a paz. Viva o progresso. Para isso só existe a necessidade de tirar as mulheres da sociedade!

«A sociedade entendeu que a melhor forma de preservar a paz, no fundo o progresso, foi tirar as mulheres da frente dos homens.»

Notícias de Sábado, suplemento do Diário de Notícias, 6 de Outubro de 2007

Também publicado em LiVerdades

20 de Outubro, 2007 Ricardo Alves

Teresa de Ávila

  • «(…) Neste estado, agradou ao Senhor dar-me a visão que aqui descrevo. Vi um anjo perto de mim, do meu lado esquerdo; não era grande, mas sim pequeno e muito belo; o seu rosto afogueado parecia indicar que pertencia à mais alta hierarquia, aquela dos espíritos incendiados pelo amor. Vi nas suas mãos um longo dardo de ouro com uma ponta de ferro na extremidade da qual ardia um pouco de fogo. Às vezes, parecia-me que ele me trespassava o coração com esse dardo, até me chegar às entranhas. Quando o retirava, parecia-me que as levava consigo, e ficava em chamas, totalmente inflamada de um grande amor por Deus. Era tão grande a dor, que me fazia dar gemidos, mas ao mesmo tempo era tão excessiva a suavidade que me punha essa enorme dor, que não queria que terminasse, e a alma não se podia contentar com nada menos do que Deus. Este sofrimento não é corporal, mas sim espiritual, e no entanto o corpo participa, e não participa pouco.»
A prosa que se lê mais acima, caras leitoras e caros leitores, é da autoria de Teresa de Ávila, uma pobre rapariga espanhola que foi freira durante mais de meio século, no século 16. Entrou para a vida de convento aos dezasseis anos e, como se pode depreender do texto exposto, sentia-se sexualmente frustrada de uma forma terrível. Os católicos consideram-na «santa», mas deveriam realmente meditar nas vidas ardentes que se estragaram em tantos conventos e seminários, e das quais esta mulher é um mero exemplo.

[Diário Ateísta/Esquerda Republicana]
19 de Outubro, 2007 Carlos Esperança

BCP – Opus Dei – Nova Democracia

QUANDO É GRANDE O ESCÂNDALO, perigosas as conexões e suspeitas as ligações políticas, passa a ter interesse público o que se passa num banco privado.

O perdão de 12 milhões de euros ao filho do presidente do Conselho de Administração do BCP é ainda mais estranho do que o empréstimo sem garantias. Que o filho e o pai sejam membros do Opus Dei, à semelhança do delfim Paulo Teixeira Pinto, caído em desgraça, é uma coincidência que faz soar as campainhas de alarme de quem se lembra dos escândalos espanhóis Rumasa e Matesa, protagonizados pelo Opus Dei.

Quem não esquece que o governo do ditador Franco ao tempo dos referidos escândalos era formado por vários membros do Opus Dei, instituição sempre ligada ao capital financeiro e à santidade, bem como à extrema-direita e aos dois últimos papas, recorda a falência fraudulenta do Banco Ambrosiano onde o Vaticano perdeu muito dinheiro e credibilidade.

Deste último sabe-se que o dinheiro foi usado para o sindicato polaco Solidariedade e para ajudar alguns ditadores sul-americanos mas a falência custou a vida ou a liberdade a Robert Calvi, Lúcio Gelli, Michele Sindona e ao arcebispo Marcinkus que João Paulo II nunca deixou extraditar para ser julgado em Itália.

Claro que os casos referidos nada têm a ver com o banco de Jardim Gonçalves mas o facto de o filho, a quem foi perdoada tão grande dívida, ter sido fundador e financiador do Partido da Nova Democracia (PND) põe um homem a pensar.

19 de Outubro, 2007 Carlos Esperança

Moral cristã

(Compilação de origem desconhecida)
19 de Outubro, 2007 Hacked By ./Localc0de-07

O embuste da Madre Teresa

A história da “Madre Teresa” é uma das mais pitorescas psicoses católicas dos últimos tempos, exorcizada em 1997 pela sotaina Rosario Stroscio por sofrer de insónias, valeu-lhe as capelanias hospitalares, católicos portugueses com insónias já sabem a cura, exorcismo na capelania católica (embaixada do Vaticano) nos hospitais públicos que os contribuintes pagam, pessoa sem fé, usada e abusada por encapuzados psicóticos como produto de marketing da superstição, de populismo desenfreado. Mal o menos não fossem as vítimas das psicoses católicas, guerras aos preservativos e aproveitamento dos fracos e oprimidos para os mais enfraquecer e mais oprimir. A SIDA afinal é uma recompensa justa segundo a “Madre Teresa”, ou segundo as sotainas que lhe induziram essas psicoses na cabeça. Segue-se um debate entre Christopher Hitchens (jornalista e escritor) e Bill Donohue da Liga Católica.

Links úteis:

Christopher Hithens: God is not Great
BBC: Madre Teresa exorcizada
Telegraph: Mother Teresa’s diary reveals her crisis of faith
Slat: The pope beatifies Mother Teresa, a fanatic, a fundamentalist, and a fraud.
Catholic League

Também publicado em LiVerdades

19 de Outubro, 2007 Hacked By ./Localc0de-07

No one (really) expects the Spanish Inquisition!

O Inquisidor de serviço, António Laboreiro de Villa-Lobos, quiçá intoxicado em leituras do Malleus Maleficarum vem desta vez debitar o seguinte:

«Caros Senhores,

Que me insultem, pouco importa. É próprio de gente mal criada, pouco dotada e, acima de tudo, vazia de argumentos. O insulto é a arma típica da pobreza intelectual.

Que insultem os sentimentos religiosos de uma comunidade, é outra coisa. Vos garanto que, caso queira, divulgo a obra de Bruno Resende pelas comunidades cristãs, de modo a que a previsão contida na norma que refere a «perturbação da paz pública» se realize e, nesse caso, haja uma acusação.
Sou jurista de formação. E reuni já pareceres nesse sentido.

Por outro lado, ainda que se não aplique o Código Penal, a muita coisa dita neste blog é aplicável o regime da tutela da personalidade, sediado nas normas dos artigos 70.º e seguintes do Código Civil.
Muitos cristãos aqui citados podem requerer as providências previstas neste regime de tutela da personalidade.»

Acrescentando que:

«Caro Ateu,

A si não lhe respondo.
Saberei quem você é.
E ajuizarei se é merecedor de uma acusação de violação do direito à intimidade sobre a vida privada.
Não do meu, porque não sou nenhuma das pessoas em causa. Mas conheço-as. E decerto não gostarão da sua atitude.

Cumprimentos»

Teria muito gosto em ver a minha obra divulgada, visto não possuir recursos económicos para aquisição de serviços de publicidade, a minha obra artística denomina-se “Subterfúgios” publicada pela Corpos Editora, esplêndida e excelente prenda de Natal. Caso divulgue a minha obra artística em comunidades cristãs ficar-lhe-ei muito grato, embora pense que a sua leitura os poderá ofender profundamente, ou mesmo provocar graves danos psicológicos pelas suas alusões satânicas. Obra profundamente geradora de perturbação da paz pública obviamente. Seguem-se os links para aquisição da minha obra artística perturbadora da paz pública e privada.

Fnac: Subterfúgios – Resende, Bruno Miguel
LiVerdades: Subterfúgios
Editora: Corpos Editora

Segue-se uma das minhas recentes criações artísticas, quiçá futuramente a ser publicada em obra artística literária.

Poesia – Aparição Luxuriosa

Sumptuosamente entraste no meu quarto,
Pés nus luzidios, pele acetinada e resplandecente,
As ligas vermelhas torneavam as tuas pernas esguias,
Perguntei que querias,
Devassa e felinamente me agarraste, me excitaste,
Beijos ensalivados no nirvana dos desejos,
Subtilmente me acariciaste, me extasiaste,
Por milagre me despiste,
Sorriso luxurioso te brotou,
Horizontalmente me possuíste,
Dentro de ti me sentiste,
Gemias extasiadamente em contorções magnificentes,
Tão louca te sentias, eu não, doía-me os dentes,
Quiseste por trás,… e eu zás!
Ensarilhados na luxúria,
Me contaste dos teus anos de penúria,
Os orgasmos se seguiram,
E prosseguiram…
Extenuados nos abraçamos enquanto fumávamos ópio,
Afagavas-me o peito enquanto falavas da virgindade,
Nunca romperas o hímen, que ninguém sabia a verdade,
Cansada de tentar, não tinha sido desta, querias pôr-te a andar
Maravilhado com tua divindade corporal nem conseguia falar,
Apenas pensei, o teu nome, qual seria?
Novo milagre aconteceu, ouviste,
Docemente me disseste… Virgem Maria.

19 de Outubro, 2007 Carlos Esperança

A nova basílica de Fátima

Aprendi na minha actividade profissional, na indústria farmacêutica, que são precisos grandes investimentos para recuperar um produto que está em queda. É o tempo das grandes decisões: ou se abandona a droga ou se investe forte.

Compreendo o dilema dos decisores comerciais de Fátima cujo declínio era esperado com o fim da guerra colonial, a implosão do comunismo da Rússia e os obscenos privilégios de que goza a Igreja católica em Portugal – motivos políticos que levaram a ICAR a promover milagres e segredos.

A fé é directamente proporcional ao sofrimento e atraso dos povos, salvo nos casos de proselitismo musculado onde ninguém se atreve a pôr em causa a bondade divina e a virtude dos clérigos. O Islão é hoje o paradigma de uma crença com que os crentes exultam graças ao espírito de conservação da espécie.

O catolicismo, desacreditado pelo Iluminismo, combatido pela Reforma, metido nos eixos pela Revolução Francesa, sobrevive pela intriga, chantagem e medo do Inferno.

A basílica de Fátima é circular, isto é, tal como Deus não tem ponta por onde se lhe pegue. São 57 mil metros cúbicos de betão onde Deus não vai aparecer (porque só aparece o que existe) destinados a sala de espectáculos com a repetitiva missa para 9 mil clientes sentados.

O espaço circular com 125 metros de diâmetro e 15 de altura reunirá cada vez menos crentes, porque a ciência avança e a fé recua. Um dia será mais um centro comercial a juntar ao universo das grandes superfícies num sítio onde o Sol nunca mais andará às cambalhotas, nem a Virgem saltitará de azinheira em azinheira, nem o anjo virá fazer a revisão às asas.