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Dia: 9 de Setembro, 2007

9 de Setembro, 2007 Carlos Esperança

Áustria – Viagem de Bento 16

O papa Rätzinger esteve na Áustria, em viagem de negócios, onde a ICAR tem sofrido intensa hemorragia de crentes e padres.

A devoção e o intenso amor a Hitler e ao Papa já passaram. Então, a Conferência Episcopal da Áustria, com a unanimidade dos seus bispos, pediu aos católicos para receberem as tropas de Hitler em festa, o que fizeram com zelo nazi e em comunhão com o clero.

Os escândalos de pedofilia e práticas homossexuais envolvendo o falecido cardeal Hans Hermann Groer, amigo de João Paulo II, e do bispo de St. Pölten, Kurt Krenn, abalaram a fé dos austríacos e a piedade dos seminaristas.

Groer, um pio e santo cardeal, teve de renunciar, em 1995, à arquidiocese de Viena e aos seminaristas, depois destes o acusarem de abusos sexuais. Krenn renunciou em 2004, a pedido de JP2, devido a um escândalo de pornografia infantil e supostas práticas homossexuais num seminário de St. Pölten.

O último teocrata europeu não teve, pois, na moderna e civilizada Áustria os banhos de multidão que a rural Polónia dispensa aos inquilinos da cadeira de Pedro.

Mais uma vez mostrou o seu azedume contra a civilização da Europa, por sinal, o maior espaço de liberdade e democracia, numa vontade oculta de ver dementes a imolarem-se pela fé, bandos de padres a aterrorizar crianças com o Inferno e reis que se ajoelhassem, para ele, Papa romano, lhes impor a coroa sobre o toutiço.

O autocrata lá vai fazendo pela vida desesperado por não encontrar a demência mística que os mullahs fomentam e o prestígio de que gozavam os seus antecessores medievais.

Com que legitimidade um líder religioso consagra, hipoteca, vende ou humilha um povo inteiro, confiando-o às suas devoções particulares? Mas o Sapatinhos Vermelhos bolçou estas frases:

Santa Maria, Mãe Imaculada de nosso Senhor Jesus Cristo,
A Ti confio a Áustria e os seus habitantes .

9 de Setembro, 2007 Carlos Esperança

Monsaraz – Touro morre na arena

A violência, transmitida através de gerações, entranha-se no código genético de pessoas pouco instruídas ou de tradição marialva.

Depois do infeliz foral de Barrancos eis que, em Monsaraz, a morte de um touro, na arena, fez exultar a populaça com a orgia de sangue e barbárie. É assim que se libertam os instintos primários, se acicata o gosto pela violência e se banaliza a crueldade.

O mais preocupante não é o desafio à autoridade do Estado. De vez em quando, ignotas aldeias, com pretensões a serem sedes de concelho, desafiam a ordem pública com o corte de vias de comunicação e em total impunidade. Os bandos surgem quando cheira o poder a um cacique e desaparecem ao primeiro sinal de derrota.

O que está em causa nos touros de morte é o culto das piores tradições, a satisfação dos mais baixos instintos e a crueldade, compreensível por se tratar de festejos religiosos.

Um povo que se diverte com o sofrimento dos animais não é um país de cidadãos, é um bando ululante de biltres à solta divertindo-se com a dor.

A Santa Casa da Misericórdia de Monsaraz ao patrocinar o espectáculo degradante não faz jus ao nome, participa num acto de sadismo em nome da tradição. Uma vergonha.

Uma violência em honra de Nosso Senhor Jesus dos Passos sob cujos auspícios se realizam os bárbaros festejos.