Loading

Dia: 19 de Abril, 2007

19 de Abril, 2007 Hacked By ./Localc0de-07

O Catolicismo e o Bordel do Papa João XII

O catolicismo sempre albergou nos seus meandros pérfidos mentes excessivamente escabrosas, pervertidas e sanguinárias, pelo que a análise desses fenómenos naturais encontra nesse género de personagens exemplos como o de João XII. Este Papa detinha laços familiares extremamente estreitos com ilustres abutres clericais, sendo neto de Marozia, mulher de grande história luxuriosa com o Papa Sérgio III. Esta mulher era também mãe de João XI, fruto de outra relação, a com Alberico I de Spoleto. Um negócio familiar lucrativo e luxurioso pairava sob Roma, tendo como divisa principal a Pornocracia, e como sede o bordel de nome Vaticano.

João XII foi o 131º Papa, eleito aos 18 anos de idade no ano de 955. Dedicou-se de corpo e alma a levar a Pornocracia ao apogeu, investindo a maior parte do seu tempo às violações e ao proxenetismo. As suas funções de pontífice eram claramente explícitas, violações e mais violações de mulheres, tendo sempre mostrado uma completa ausência de selectividade de critérios. Desenvolvia, com todas as suas energias, crimes sexuais contra solteiras, casadas e viúvas.

Luitprand, bispo católico de Cremona aludiu certa vez a estes comportamentos sexuais do representante de deus na Terra, afirmando que nenhuma mulher honesta ousava aparecer em público, pois o Papa João XII não tinha qualquer respeito, fosse raparigas solteiras, mulheres casadas ou viúvas, elas estavam certas que seriam desonradas por ele.

O que é demais é exagero, e este monopólio de proxenetismo intransigente foi constado num sínodo na Basílica de São Pedro, com a presença ilustre de 50 encapuçados italianos e alemães antimonopólio de proxenetismo. Incriminaram o lascivo pontífice de sacrilégio, simonia, perjúrio, assassinato, adultério, incesto e talvez mais uma ou outra coisa que já não irão denegrir mais a ideia base do Papa João XII.

O problema não seriam as acusações em si, pois eram sobejamente praticadas pelo clericalismo católico tendo como base a concepção de ideais fomentadas pelo representante de deus, seriam antes os exageros e as excessivas exposições públicas de tais actos. Um pecado de excessos, onde os súbditos encapuçados apenas conseguiam apanhar uma ou outra migalha deixada cair pelo chefe dos encapuçados. Os clericais simplesmente não se conseguiam inserir num ecossistema desprovido de pães inteiros.

Tais acusações não agradaram ao ilustre Papa, pelo que alguns correctivos foram aplicados aos revolucionários. O cardeal-diácono João viu a sua mão direita ser arrancada, o bispo Otgar de Speyer foi brutalmente chicoteado e a um alto paladino foi-lhe arrancado o nariz e as orelhas. Talvez estes pedaços estejam num qualquer poço de bocados Humanos no Arquivo Secreto do Vaticano.

A saga do demente continuou, e pode-se resumir o seu pontificado de 8 anos à violação de mulheres. Claro que este resumo é relativo, visto existirem sempre excepções esporádicas, um ou outro arrancamento de carne de um revolucionário, um ou outro assassinato de indivíduos que reivindicassem problemas com as tão afectuosas migalhas que João XII deixava cair.

Como muitos outros Papas, João XII foi assassinado, embora não por veneno como era tradição na Santa Sé. Ao violar uma mulher, (a história deste Papa torna-se deveras monótona, não por culpa do escrivã mas sim pela da personagem principal) eis que surge o marido da mesma. O homem não gostou minimamente de ver a sua esposa a ser violada, e consequentemente espancou o Papa furiosamente. João XII ficou paralisado durante 8 dias, ao fim dos quais veio a falecer. Pelos meandros Católicos também existem histórias com finais felizes.

Também publicado em Ateismos.net e LiVerdades

19 de Abril, 2007 jvasco

Muito antes do holocausto…

«A 19 de Abril surge outro acontecimento mais grave. Dois dias antes, alguém teria visto, na capela do convento de São Domingos, estrelas douradas que saíam a brilhar de um crucifixo embutido em cristal. Logo que a novidade é conhecida, centenas de pessoas, muitas delas mulheres, juntam-se na capela. Entre os que vêem contemplar o prodígio há cristãos-novos [judeus recentemente convertidos ao cristianismo]. Um deles manifesta a sua opinião: a cruz, um simples pedaço de madeira, não poderia ter realizado o prodígio. O homem é imediatamente espancado e arrastado para o exterior, acabando por ser morto no adro da igreja. E o seu corpo despedaçado – assim como o de um seu irmão que tentara defendê-lo – é imediatamente queimado pela populaça.

O massacre que se segue não é espontâneo. É organizado e dirigido pelos frades dominicanos. Do alto do púlpito, um deles lança violentas diatribes contra os judeus. Aos gritos de «Heresia! Heresia! Destruí esse povo abominável!», outros frades apelam à morte, e precipitam-se para a rua empunhando crucifixos. Os resultados não se fazem esperar. Centenas de pessoas espalham-se pelas ruas de Lisboa e matam todos os cristãos-novos – homens, mulheres e crianças – que têm a desdita de lhes aparecer à frente. Alguns deles são decapitados, morrendo outros a golpes de punhal. Os bebés de colo são agrarrados pelos pés e esmagam-lhes a cabeça contra a parede.

A esta primeira onda de violência sucede-se uma acção mais organizada. Grupos de sessenta a cem pessoas, sempre encorajados pelos frades dominicanos, entregam-se a uma verdadeira caça ao homem. Casa após casa, sótão após sótão, a cidade é passada a pente fino e entregue ao zelo da populaça. Arrancados das enxovias, os presos das cadeias são atirados vivos para a fogueira que arde diante da capela de São Domingos, sendo também degolados todos aqueles que, aterrados pelos gritos da multidão, procuraram refúgio nas igrejas. […]

O massacre dura cerca de uma semana. Embora os cristãos-novos estejam já praticamente exterminados, o número de mortes continua a crescer, uma vez que outros grupos de pessoas passam a ser vítimas da histeria colectiva. Simples rivalidades pessoais entre vizinhos levam-nos a acusar-se mutuamente de judaísmo. O simples facto de alguém ter «ar de judeu», ter negociado com cristãos-novos ou ter sido visto na sua companhia é suficiente para ser entregue à vindicta popular.

Este espisódio sangrento da história de Lisboa transforma-se, pouco a pouco, em insurreição. A 21 de Abril, o governador que também abandonara a cidade, estabelece conversações com os chefes do movimento. […] Quanto aos Dominicanos, são intimados a restabelecer a paz nos espíritos.

Porém, a ameaça de represálias não impressiona a hierarquia religiosa, […]. A cidade está à beira da guerra civil. Os massacres alastram-se e estendem-se às aldeias e lugarejos dos arredores.»

«História de Lisboa», Dejanirah Couto, Gotica 2000 Sociedade Editora e Livreira Lda, Braga, 2003