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Dia: 14 de Fevereiro, 2006

14 de Fevereiro, 2006 Carlos Esperança

Aventuras e desventuras de um exorcista

O padre Humberto Gama é um conhecido exorcista com créditos firmados em Portugal e no estrangeiro onde actuou em comunidades emigrantes.

Ungido como padre católico, condição que o habilita para a prática do exorcismo, já expulsou demónios, em directo, para a TVI. Afirmou que, às vezes, o maligno é muito forte e é preciso muita força e orações adequadas para o expulsar.

Com água benta, crucifixo bem lubrificado e a sua experiência, não há diabo que resista.

O pior é encontrar o sítio mais adequado para os expulsar, quase sempre de um corpo feminino mais atreito à penetração e alojamento do demo.

Foi o que aconteceu com uma mulher de Leiria cujo demónio devia ser grande, a avaliar pela cavidade que escolheu para o esconjurar. Quem não gostou da opção foi a mulher, que preferia estar possessa a ser possuída por um padre com quase setenta anos, e o marido que se habituara a partilhar a mulher com o demo mas não tolerou o demónio do padre Humberto.

Fonte: Diário de Leiria

14 de Fevereiro, 2006 jvasco

Um episódio que não deve ser esquecido

Tal como George W. Bush agora, também seu pai governou os EUA.
Enquanto este se candidatava à presidência, em 27 de Agosto de 1987, teve o seguinte diálogo com um jornalista (da American Atheists) que cobria a sua campanha:

Sherman: O que é que fará para ganhar os votos dos americanos que são
ateístas?

Bush: Eu acho que não estou em alta na comunidade ateísta. A Fé em
Deus é importante para mim.

Sherman: Mas certamente reconhecerá a cidadania e patriotismo dos
cidadãos que são ateístas?

Bush: Não, eu não sei se os ateus deveriam ser considerados cidadãos ou se deveriam ser considerados patriotas. Isto é uma nação sob Deus.

Sherman (um tanto apanhado de surpresa): Suporta, como sendo um princípio constitucional acertado, a separação da igreja e do estado?

Bush: Sim, eu acredito na separação da igreja e do estado. Só não sou grande fã dos ateus.

Bush nunca pediu desculpa pelo que disse. Sempre se manteve firme na sua posição de duvidar que os ateus fossem cidadãos como os outros.

14 de Fevereiro, 2006 Ricardo Alves

República laica – solução para o futuro

ENCONTRO-DEBATE com ÉTIENNE PION:
REPÚBLICA LAICA – SOLUÇÃO PARA O FUTURO

14 de fevereiro (terça-feira), às 18:30 horas, no auditório da Biblioteca-Museu República e Resistência (Rua Alberto de Sousa, nº10 – Zona B do Rego, junto à Cidade Universitária).
Entrada livre e tradução simultânea.

Étienne Pion é presidente do MOUVEMENT EUROPE ET LAÏCITÉ e autor do livro L’AVENIR LAÏQUE.

Uma iniciativa da Associação Cívica República e Laicidade.

(Reposição.)
14 de Fevereiro, 2006 Palmira Silva

Um pobre mártir…

Silvio Berlusconi, o mediático primeiro-ministro italiano, grande defensor de óvulos, espermatozóides e da família «tradicional», o candidato dilecto do Vaticano nas próximas eleições de Abril, afirmou-se o «Jesus Cristo» da política italiana, um mártir da res pública.

De facto, uns escassos dias depois de se ter comparado com Napoleão, afirmando que apenas este tinha feito mais pelo respectivo país, num jantar com apoiantes em Ancona, na costa adriática, Berlusconi declarou-se um mártir salvador da pátria mais concretamente «Eu sou o Jesus Cristo da política. Eu sou uma vítima paciente, aguento toda a gente e sacrifico-me por todos».

Esperemos que a colagem caricata de Berlusconi à Igreja católica, com o beneplácito desta, resulte, como afirmou Alfonso Pecoraro Scanio, o líder dos Verdes italianos, em que «A eleição seja o seu Waterloo»…

14 de Fevereiro, 2006 Palmira Silva

Uma história dantesca

Detalhe do fresco de Giovanni da Modena (1415) na basílica de San Petronio em Bolonha

Em 2001 este detalhe do fresco de Giovanni da Modena, ou mais provavelmente Giovanni di Pietro Faloppi, foi considerado «blasfemo e obsceno» e a sua remoção imediata foi exigida pela União dos Muçulmanos Italianos em carta dirigida a João Paulo II e a Giacomo Biffi, o arcebispo de Bolonha. Estranhamente nem o Vaticano nem qualquer dignitário católico, que tanto condenaram os cartoons da polémica, nomeadamente o cardeal Achille Silvestrini que afirmou que as sociedades seculares não têm o direito de ofender os sentimentos religiosos de alguém, consideraram a destruição do fresco!

A ofensa que o fresco centenário constitui mereceu de Abdel Aziz El Mataani, professor da mais antiga universidade islâmica, a universidade Al Azhar no Cairo, a promessa «Quem destruir esta imagem será bendito por Deus». Aparentemente alguns grupos ligados à al-Qaeda são da mesma opinião e a catedral só não foi alvo de um atentado bombista porque a polícia italiana desmontou os planos do grupo terrorista que se preparava para o fazer.

Será que a manutenção do «ofensivo» fresco, face à alteração da posição do Vaticano em relação a «ofensas» pictóricas a qualquer religião, está ameaçada? E será que a Divina Comédia, o ofensivo livro de Dante, que tão mal trata Maomé e Ali no seu Inferno e que foi a inspiração para o fresco em questão, vai ser proíbido nas aulas de literatura como também pretende a dita União?