Loading

Dia: 9 de Fevereiro, 2005

9 de Fevereiro, 2005 Carlos Esperança

Agitação no Vaticano

Há grande efervescência no Vaticano. No antro ninguém tem notícias de Deus nem é capaz de adivinhar o fim do déspota. Os negócios não param mas as estratégias de conquista de novos mercados estão paralisadas. Os fluxos de capitais dos EUA e da Alemanha estão em regressão. A exploração de um Papa deficiente lembra os pedintes das grandes cidades que exibem um aleijado para aumentarem a piedade das pessoas sensíveis. O truque não pode continuar.

Há entre os mais poderosos dignitários sólidos rancores e invejas antigas que começam a tornar-se visíveis. Por enquanto estão unidos pelo pacto reaccionário com o Papa polaco. Temem que um espírito ligeiramente mais arejado faça tremer os alicerces da última ditadura europeia. Sabem que se se desentenderem podem criar um novo cisma. E o descrédito eclesiástico não aguenta diferentes interpretações da bíblia e divergências sobre o uso do preservativo. Esta é possivelmente a razão a que JP2 deve a longevidade.

Enquanto se desconhece se o Papa regressa vivo ou morto do Hospital onde está internado, as intrigas e jogos de poder aumentam de intensidade. JP2 dá a bênção em play back. O cardeal Angelo Sodano, número dois do Vaticano, diz que o Espírito Santo guia o Papa e sabe o que lhe há-de aconselhar, mas o Espírito Santo há séculos que desapareceu e o último lugar onde se arriscava a entrar era na sede da ICAR.

Para além do cardeal Sodano há outra figuras perturbadoras à solta: Julián Herranz, membro do Opus Dei e titular do Conselho Pontifício para os Textos Legislativos; o alemão Joseph Ratzinger, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé (ex-Santo Ofício) e perseguidor dos partidários da teologia da libertação; o nigeriano Francis Arinze, do Conselho para o Culto Divino; e o mexicano Javier Lozano Barragán, titular da Pastoral de Saúde cujas funções lhe permitiram os mais rancoroso ataques contra as campanhas governamentais e sociais de prevenção da SIDA.

Este bando está inquieto. Hesita entre impor a renúncia ao Papa e conformar-se com a espera. Por sua vez JP2 fez saber, ou alguém por ele, na sua mensagem de domingo que, mesmo estando no hospital, continua a servir «a Igreja e toda a Humanidade». Desconte-se a megalomania e o auto-elogio às suas funções, e registe-se a advertência aos que estão impacientes para o despacharem. Com a vigilância mediática é difícil recorrerem à eutanásia. E o hospital fica em Itália!

9 de Fevereiro, 2005 Palmira Silva

Rock (the) Bottom



Atenção skaters, bikers e inliners! Esta é convosco!

Depois de uma campanha eleitoral com tónica nos chamados «valores morais», uma onda de leis sobre temas relacionados com sexo (mesmo vagamente) e religião invadiu a Assembleia Geral do estado da Virginia.

Depois de aprovarem uma emenda (por 69 votos a favor e 27 contra) constitucional que permite orações, proselitismo e outras actividades religiosas em espaços públicos, no que se incluem as escolas, supostamente para contrariar um esforço crescente para silenciar cristãos, os puritanos representantes pretendem agora penalizar a forma como se vestem os adolescentes deste estado americano.

Por absurdo que pareça, foi aprovada uma lei que prevê uma multa de 50 dólares para quem tenha roupa interior (abaixo da cintura, por enquanto) à mostra. Ou seja, calças de corte baixo passaram a ser anátema neste mui religioso estado.

Esta defesa incondicional da «moral» e da religião, que tanto tempo ocupa aos zelosos representantes, impediu que uma lei que pretendia que fossem banidas armas de fogo dos campus universitários fosse sequer apreciada. Aparentemente é mais importante a «saúde» moral que a nova regra de indumentária impõe… Ou seja, «decentemente» vestidos, com muitas rezas e predicações e… de arma à cintura!

9 de Fevereiro, 2005 Ricardo Alves

Lei eleitoral da Assembleia da República

Artigo 153º
( Abuso de funções públicas ou equiparadas )

O cidadão investido de poder público, o funcionário ou agente do Estado ou de outra pessoa colectiva pública e o ministro de qualquer culto que, abusando das suas funções ou no exercício das mesmas, se servir delas para constranger ou induzir os eleitores a votar em determinada ou determinadas listas, ou abster-se de votar nelas, será punido com prisão de seis meses a dois anos e multa de 10.000$ a 100.000$.