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Dia: 24 de Julho, 2012

24 de Julho, 2012 Carlos Esperança

Factos & documentos

Lúcia considerava Salazar o enviado da Providência

24 de Julho, 2012 Raul Pereira

A vitória da persistência e a força das convicções

Uma sócia da AAP – Associação Ateísta Portuguesa conseguiu que o seu Actus Formalis Defectionis ab Ecclesia Catholica (acto de apostasia) fosse registado no livro de baptismos da paróquia onde foi baptizada, na área do Patriarcado de Lisboa. Um modelo para outros ateus/ateias que pretendem o mesmo, mas que têm adiado o seu pedido devido ao processo burocrático necessário.

A nossa associada teve a gentileza de nos enviar a sua carta para divulgação, o que muito agradecemos. Adaptando o texto a cada caso particular, este é, sem dúvida, um óptimo ponto de partida.

O documento está disponível neste link.

24 de Julho, 2012 Luís Grave Rodrigues

Vedor

24 de Julho, 2012 Carlos Esperança

Zangam-se as comadres

Videla denuncia que Igreja Católica ajudou ditadura militar

O ex-ditador argentino, Jorge Videla disse que o ex núncio apostólico Pio Laghi, o ex-presidente da Igreja Católica da Argentina Raúl Primatesta, e outros bispos da Conferência Episcopal assessoraram o seu governo sobre a forma de manejar a situação das pessoas detidas-desaparecidas. Segundo Videla, a Igreja “ofereceu seus bons ofícios” para que o governo de fato informasse da morte de seus filhos a famílias que não vieram a público, de modo que pararam de buscá-los.

24 de Julho, 2012 Carlos Esperança

Dissertação sobre a dúvida da existência de deus…

Dissertação sobre a dúvida da existência de deus…

Sobre a não existência

O ónus da prova pertence aos que primeiro afirmaram deus existe e não aos que depois disseram deus não existe. Ninguém poderia, no ponto de vista histórico e antropológico, ter afirmado deus não existe, se, anteriormente, alguém não tivesse dito “deus existe”.

O princípio da afirmação da existência precede o princípio da afirmação da não existência. Não me peçam para demonstrar que deus não existe, sem antes pedirem a respetiva demonstração aos que primeiro afirmaram que deus existe. Durante muitos séculos, judeus e cristãos andaram enganados, julgando, como dizem as escrituras, que a Terra é o centro do Universo, um dogma que Copérnico e Galileu, através da ciência, arrasaram, com a teoria heliocêntrica, dando assim razão aos que, antes deles, acreditavam que a Terra não era o centro do Universo.

Também aqueles, que andam agora a dizer que deus existe, estão a validar a afirmação daqueles que dizem que deus não existe, a única fórmula que até agora é verdadeira, pois ainda ninguém viu a criatura. Em resumo: demonstrem-me primeiro que deus existe, e só depois, então, poderemos falarO principio da afirmação da existência precede o princípio da afirmação da não existência. Não me peçam para demonstrar que deus não existe, antes de terem pedido a respetiva demonstração aos que primeiro afirmaram que deus existe. Durante muitos séculos, judeus e cristãos andaram enganados, julgando, como diziam as escrituras, que a Terra era o centro do Universo (um dogma). No século XVII, Copérnio e Galileu, através da ciência, arrasaram este dogma, com a teoria heliocêntrica, dando assim razão aos que antes deles acreditavam que a Terra não era o centro do Universo. Também aqueles que andam a dizer que deus existe, estão a validar a afirmação daqueles que dizem que deus não existe. Em resumo: demonstrem-me primeiro que deus existe, e, então, depois,poderemos falar.

Sobre a existência  

O meu vizinho de cima, um velho de noventa anos, dá, todos os dias, apoiado nas suas muletas, três saltos mortais, fazendo um grande estardalhaço no prédio. Um salto, de manhã, antes do pequeno-almoço. Um segundo salto, ao meio dia, antes do almoço e um terceiro, ao fim da tarde, antes do jantar. Dispensa o quarto salto, antes de se deitar, pois tem medo de morrer durante o sono, pelo efeito da turbulência cerebral, segundo me disse.

Fiquei admirado com a agilidade do velho e pensei logo que aquilo poderia dar uma boa história sobre o fenómeno do sobrenatural.

Contei isto ao meu vizinho do lado, e ele não acreditou, ao ponto de se ter dado ao trabalho de passar vinte e quatro horas com o ouvido colado à porta do meu vizinho de cima. Veio dizer-me que apenas ouviu o velho a ressonar durante a noite, acrescentando que eu devia estar a delirar.

Fiquei ofendido com a afronta, e, de maus modos, respondi-lhe que iria espalhar a boa nova por toda a parte. Ao fim de dois meses já tinha milhares de crentes, em fila, à porta do meu prédio, para ouvirem o estardalhaço provocado pelos saltos mortais do velho. Lembrei-me depois de começar a cobrar um pequeno óbolo, que dividia com o velho. Tudo isto enfureceu o meu vizinho do lado, que não se cansava, sem qualquer êxito, de, perante todas aquelas pessoas, que aguardavam a sua vez de ouvir o extraordinário fenómeno, acusar-me de charlatão.

Comecei a perceber que tinha inventado um deus…

Alexandre de Castro

Lisboa, Julho de 2012