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O bispo de Córdova e Erdogan

28 de Março de 2019  |  Escrito por Carlos Esperança  |  Publicado em Não categorizado  |  Comentar

A laicidade é uma exigência democrática

À semelhança do bispo de Córdova que, em 2006, registou a imponente mesquita do séc. 8.º, património da Humanidade, como Catedral de Córdova, em nome da Santa Sé, pela módica quantia de 30 euros, isentos de impostos, também o muçulmano Erdogan se prepara para transformar a igreja de Santa Sofia, em Istambul, séc. 6.º, agora museu e igualmente património da Humanidade, em… Mesquita de Santa Sofia.

Mustafa Kemal Atatürk, dessacralizou a igreja e transformou-a em museu para, segundo a lei ainda vigente na Turquia, “a oferecer à humanidade”, mas o que o laico fundador da Turquia moderna quis é o que o devoto e perigoso candidato a califa repudia.

O bispo de Córdova e o PR turco são primatas belicistas e prosélitos, movidos a rezas e genuflexões, desejosos de confiscarem o património da Humanidade. O bispo apropria-se de 10 euros a cada turista que visite a mesquita onde a sua Igreja meteu a catedral, e o segundo pensa tornar gratuita a entrada na basílica, designada mesquita, se for possível lá entrar com hordas de devotos em sessões de leitura de versículos do Corão e orações coletivas, no adro do monumento, e com as atividades ligadas ao Islão dentro de Santa Sofia, que se multiplicaram, desde a chegada de Erdogan ao poder, em 2003.

São almas simétricas de madraças rivais, primatas belicosos que acirram as suas crenças e promovem confrontos entre devotos de profetas concorrentes.

Há no desvario místico, na tragicomédia demencial de autocratas da fé, o enorme perigo do segundo. O bispo de Córdova tem um exército de beatos a disparar ave-marias sem entusiasmo nem regularidade; Erdogan tem legiões de fanáticos a genufletirem-se cinco vezes ao dia e as Forças Armadas mais numerosas da Nato, fora dos EUA.

O bispo é movido pela avidez que a herança de Franco, alargada por Aznar, lhe permite saciar, enquanto a incúria beata do Governo espanhol o não travar. O muçulmano turco é impelido pelo apetite de 72 virgens e rios de mel doce, depois de tentar exterminar os curdos e estimular a unificação do Islão num califado sob a sua égide.

Um, por ter maior poder, é mais perigoso do que o outro, mas ambos são santas bestas que só não são perfeitas porque ninguém é perfeito.

 

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