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Mês: Julho 2018

6 de Julho, 2018 Carlos Esperança

Uma boa hipótese

Jesus Cristo usou óleo de canábis para fazer milagres

Musée de Tessé / Wikimedia

Jesus ressuscita o filho da viúva de Naim, óleo de Pierre Bouillon (1776-1831)

Os milagres atribuídos a Jesus Cristo nos relatos da Bíblia podem ter sido resultado do uso de óleo de canábis, cujas propriedades medicinais são conhecidas. Esta é a tese do controverso jornalista David Bienenstock.

O controverso historiador, escritor e jornalista David Bienenstock, um acérrimo defensor do uso de canábis, afirma que Jesus Cristo terá usado canábis nos “milagres” que lhe são atribuídos na Bíblia.

Os “registos históricos mostram que a canábis estava amplamente disponível na altura”, destaca Bienenstock em declarações ao jornal Daily Star, frisando que, naquele tempo, já se sabia “como a cultivar e como explorar as suas propriedades medicinais”.

“Não há nada diferente no eficiente óleo de canábis usado hoje em dia que não estivesse disponível às pessoas no tempo de Jesus – é simplesmente uma questão de concentrar a canábis em óleo e de a absorver através da pele”, acrescenta ainda o historiador.

A canábis seria também usada nos unguentos utilizados em cerimónias religiosas, e nomeadamente na unção de Jesus Cristo.

“Quando se examina o relato da unção de Jesus em termos de psicoactividade, é descrito em termos de uma experiência profunda que o transforma“, destaca Bienenstock, acreditando que essa transformação de que fala será resultado dos efeitos da canábis.

“O azeite da santa unção” e “o incenso santo” referidos no livro bíblico do Êxodo podem, inclusivamente, ser receitas com canábis, refere o mesmo historiador. E há académicos que suportam a ideia de que algumas das ervas mencionadas poderiam, na verdade, ser nomes usados na época para designar a canábis.

Carl Ruck, professor de mitologia clássica da Universidade de Boston, explica ao Daily Star que “parece haver poucas dúvidas sobre o papel da canábis na Religião Judaica“, onde era utilizada nos unguentos usados nas cerimónias.

“Obviamente que a fácil disponibilidade e a tradição de longa data da canábis, no início do Judaísmo, a terá, inevitavelmente, incluído nas misturas cristãs”, acrescenta Ruck.

Bienenstock defende que Jesus terá usados óleos de canábis para tratar doentes, lembrando que a Bíblia inclui relatos que indiciam respostas semelhantes à que epilépticos tiveram com o uso da droga nos tempos modernos.

“Alguém com a mentalidade religiosa da época, não percebendo a base de sustentação científica, como ou porque funciona, provavelmente, veria aquilo como um milagre“, conclui o historiador.

Também o investigador Chris Bennett, autor do livro “Sexo, Drogas, Violência e a Bíblia”, corrobora a teoria de Bienenstock, frisando que “o uso médico de canábis, durante aquele período, é apoiado por registos arqueológicos”.

Nenhum dos investigadores se pronunciou sobre o papel da canábis nos famosos milagres em que Cristo transforma pão em peixes e anda sobre a água.

ZAP //

D1A – Este artigo é mera cópia/colagem.

4 de Julho, 2018 Vítor Julião

A alma existe?

 
O monoteísmo diz que só o Sapiens tem uma alma imortal. O corpo pode morrer mas a alma segue o seu caminho para a salvação ou perdição, mas os porcos ou outros animais já não têm alma, logo não há lugar para eles nestes teatros circenses.
 
Só que, as descobertas científicas contradizem inequivocamente este mito monoteísta. Elas confirmam com exatidão os monoteístas quando eles dizem que os animais não tem alma, mas contradizem os mesmos crentes quando eles afirmam que o Homem tem alma. Os cientistas submeteram o Homo sapiens a dezenas de milhares de testes bizarros e observaram cada recanto do coração e cada fenda do cérebro, e nada! Absolutamente nada de alma.
 
“Ah, mas se não descobriram a alma, é porque esses tipos de bata branca que se acham muito inteligentes, não procuraram bem!”, balirá um crente certamente.
 
O problema para os crentes é que as ciências da vida duvidam que a alma exista, não apenas por não existir qualquer prova ou evidência da sua existência, mas também porque a ideia de alma vai contradizer os mais elementares princípios da evolução.
 
E é essa contradição, a principal causa de ódio desmedido e estúpido que os crentes monoteístas desvairados, alimentam pela Teoria da evolução.
4 de Julho, 2018 Carlos Esperança

4 de julho – As datas, as comemorações, a toponímia e a santidade

Quando em 2 de julho de 1776 o Segundo Congresso Continental aprovou a resolução da independência dos Estados Unidos do domínio britânico, procedeu à elaboração de um documento legal, que seria revisto, aprovado e publicado em 4 de julho, data que foi consagrada pelo Congresso como a da Declaração da Independência. É o feriado que celebra a Independência do poderoso país.

Para mágoa dos devotos da Rainha Santa Isabel, de Coimbra, os maçons que estiveram na origem da independência e na elaboração da Constituição laica dos EUA, fugidos às perseguições das guerras religiosas da Europa, ignoravam o milagre das rosas obrado pela rainha que falecera nesse dia, já em 1336, e deu origem ao atual feriado municipal. Aliás, não eram muito dados a preocupações metafísicas.

Isabel de Aragão, canonizada em 1625, por milagre igual ao da tia húngara, igualmente nobre e santa, foi canonizada 90 anos depois, e não teve pressagiado o nascimento nem tão vasto currículo milagreiro, a levitação incluída, a mais de um metro do chão, quando contemplava o Santíssimo Sacramento, absorta em êxtase contemplativo.

A tia, segundo a guia que esmiuçou os milagres obrados, junto ao túmulo de Budapeste, desolou turistas de Coimbra, com um deles a sussurrar que era cópia. À rainha húngara, S. João Batista levava-lhe pessoalmente a comunhão e numerosas vezes a visitaram o próprio J. Cristo e a Virgem Maria, a consolarem-na em seus padecimentos. Dias antes da morte, Nossa Senhora surgiu-lhe cercada de anjos e prometeu-lhe o céu, e à D. Isabel de Aragão nem pelas infidelidades de D. Dinis a confortaram. Nunca esquecerei o esgar de raiva dos meus acompanhantes, dois eram do Opus Dei, desolados, com medo de que algum incréu visse no milagre da santa coimbrã um truque herdado da família.

Quem venera a Rainha Santa, de Coimbra, é o ex-edil Carlos Encarnação que retirou o nome ‘Europa’ à mais bela ponte sobre o Mondego e o erradicou das placas toponímicas para o dar à Rainha. Na beata devoção, ofendeu a encantadora filha de Agenor, rei da Fenícia, que Zeus, pai dos deuses, disfarçado de touro, raptou, para amá-la em Creta. Preteriu a amada de Zeus, perante o qual todos os deuses permaneciam de pé, pela santa que obrou um milagre plagiado. Heródoto foi o primeiro historiador a chamar Europa a todo o continente, no séc. V a.C., e o devoto ex-edil de Coimbra foi o algoz da musa dos poetas da Grécia Antiga, substituindo-a pela rainha que reincidiu no milagre das rosas.

A Europa ficou na História da mitologia pela paixão de Zeus e a Rainha Santa na placa da Ponte Europa, como segunda escolha, por desvairada demagogia de um autarca que usou o cargo para cuidar da alma.

O 4 de julho traz à memória a independência dos EUA, o falecimento da Rainha Santa e a decisão do medíocre edil que preferiu a santa autóctone à deusa que teve três filhos de Zeus, pai dos deuses, na mitológica odisseia erótica vivida em Creta.

A provinciana decisão do autarca ainda permanece nas tabuletas que indicam a Ponte Europa e a santa continua a ser pretexto para o feriado municipal e as festividades pias.

3 de Julho, 2018 Carlos Esperança

O DN, o Criacionismo e os seus defensores

Li o primeiro número impresso do Diário de Notícias semanal no último domingo, logo a seguir ao último exemplar diário impresso, com a amargura de quem não sabe ainda se a opção que vai tomar não estará condenada ao mesmo destino. Há 65 anos que o hábito contraído com o exemplo paterno, no Primeiro de Janeiro, de Manuel Pinto de Azevedo, me acompanha. À medida que morrem os jornais impressos, sinto que morro com eles e que fica mais pobre o mundo que deixamos.

Não consegui ler todos os artigos do semanário. Faltou-me o tempo e disposição, mas li notícias e artigos de opinião numa edição cuidada e em bom português, num formato a que o tempo me desabituara.

Das 56 páginas, excluídos os suplementos, escolhi uma, nem sequer a mais importante, para refletir e tecer alguns comentários. Soube que em Mafra «(…) há um parque onde se defende a teoria criacionista: tudo foi criado por Deus, a Terra não tem mais de 6000 anos e que a evolução não está comprovada.». Num filme ‘didático’ afirma-se, entre outras tolices, que «A Terra pode parecer algo insignificante comparada com tudo o que Deus criou, mas foi neste lugar minúsculo que Deus quis colocar as joias da coroa da sua criação. Foi neste pequeno planeta que o criador do universo quis fazer obra e morrer por nós, mas depois ele ressuscitou oferecendo o perdão a todos aqueles que combatem pelo seu nome.»

Quando a religião substitui a razão, o hábito se sobrepõe aos factos e as evidências dão lugar a suposições, a indústria dos embustes substitui a ciência. Há sempre um farsante à espera do regresso à Idade do Bronze, um criacionista capaz de negar o conhecimento com o Antigo Testamento, de substituir um laboratório por uma madraça e de contrariar os cientistas com a desvairada obstinação de um pateta. É verdade que o vice-presidente dos EUA, Mike Pence é um defensor do criacionismo e Trump é presidente dos EUA.

Na Universidade de Coimbra, no manual “Direito Internacional, Do paradigma clássico ao Pós-11 de Setembro” (…) da autoria do Doutor Jónatas Machado, que é usado obrigatoriamente na cadeira de Direito Internacional Público e Europeu do segundo ano da licenciatura em Direito (…) se encontra logo à entrada uma apologia do criacionismo contendo comentários como (vão “ipsis verbis”): (…) [“estou farto desta homobiologia homem-macaco” (…), “a teoria do intelligent design é a maior conquista intelectual dos últimos 200 anos” (…)]
Será que a universidade permite que do alto de uma cátedra alguém faça proselitismo religioso? Podem os alunos de uma universidade laica ser evangelizados em vez de ensinados?» («Cátedra ou púlpito?», no De Rerum Natura) Posted by Carlos Fiolhais)

Em outubro de 2007, o Conselho da Europa discutiu as teorias da conceção da vida na Terra e aprovou a resolução que rejeita a possibilidade de o Criacionismo ser ensinado nas escolas.
(…)
De acordo com essa resolução, o Criacionismo pode ameaçar os direitos humanos. O documento aprovado por 48 votos a favor, 25 contra e três abstenções, sublinha a ameaça para a pesquisa científica em geral e para a medicina em particular. (A surpresa vem das abstenções e, sobretudo, dos votos contra).

Isso não inibe os criacionistas de negarem os milhares de milhões de anos da Terra, na alucinada defesa de que a criação do Planeta obedece à narrativa da criação do Génesis, negando as provas do evolucionismo e o Big Bang.

O Arcebispo Ussher, concluiu que a idade atual da Terra seria precisamente de 5.978 anos, se adicionarmos aos seus cálculos os anos que passaram até hoje, 2018. Trata-se de um criacionista radical, os moderados admitem cerca de 6 mil anos, sem o mesmo grau de precisão.

Não vivemos num mundo de homens racionais, isto é o Planeta dos Macacos. Se os lobos fossem crentes o seu deus uivava.

2 de Julho, 2018 Vítor Julião

Se eu fosse Deus…

Se eu fosse deus e amasse os humanos, todo o incrédulo seria uma afronta para mim e um sinal do meu próprio fracasso.
Se eu fosse deus e tivesse preparado a eterna tortura para os incrédulos, todo o incrédulo seria uma tragédia dolorosa, imperdoável e gritante.
Se eu fosse esse deus, eu não me esconderia, nem confiaria em homens falíveis e egoístas para falar ao mundo sobre mim, e não teria esperado 200 000 anos antes de me revelar às 12 belicosas, sanguinárias e esclavagistas tribos misóginas de Israel.
Eu teria assumido responsabilidade pessoal e teria assegurado que todo o ser humano teria a mesma chance de me conhecer e de ser salvo do inferno.
Mas isso sou só eu.
Traduzido e adaptado de Bill Flavell