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Tolerância e ecumenismo

8 de Fevereiro de 2008  |  Escrito por Carlos Esperança  |  Publicado em Laicidade  |  46 Comentários

O arcebispo de Canterbury, Rowan Willians, líder espiritual dos anglicanos de todo o mundo, sugeriu ontem a adopção de alguns aspectos da lei islâmica, a sharia, no Reino Unido.

Quando o mais alto dignitário da Igreja anglicana apela à derrogação do Código Penal do seu País, para o deixar substituir, ainda que parcialmente, pelo exercício da violência teocrática para um grupo étnico específico, não é o respeito pelas culturas alheias que o move, é a vontade de restaurar o direito canónico da sua Igreja.

O Iluminismo e a revolução Francesa substituíram o direito divino pela vontade popular e criaram o Estado de direito contra os costumes ancestrais. Hoje, nas democracias, vale mais a Declaração Universal dos Direitos do Homem do que as verdades reveladas cuja aplicação faria as delícias dos trogloditas da fé.

O arcebispo de Canterbury não é uma piedosa alimária a quem os jejuns perturbem a mente, um beato analfabeto que saia da missa dominical aterrorizado com o juízo final, um solípede alucinado com a falta da ração. A sua insólita sugestão, que fez exultar os mullahs, é mais uma ameaça nascida nas alfurjas das sacristias onde germina a raiva à modernidade e floresce o ódio à liberdade.

Os líderes muçulmanos vieram logo dizer que não apoiam as decapitações, enforcamentos e lapidações, EM PÚBLICO, tão do agrado do Profeta. Contentam-se com a aplicação discreta e com a abolição desse modernismo hediondo que exige a igualdade entre homens e mulheres, uma conquista civilizacional de que Maomé nunca ouviu falar ao arcanjo Gabriel ao longo dos vinte anos que viajaram juntos entre Meca e Medina, até aprender de cor o Corão.

A tolerância manifestada pelo arcebispo anglicano é o mais violento ataque aos direitos, liberdades e garantias que as sociedades democráticas conquistaram. No ano passado o Reino Unido removeu o Holocausto dos currículos escolares porque ofendia os muçulmanos, que afirmam que o Holocausto nunca aconteceu.

Os ataques orquestrados à laicidade debilitam a democracia e comprometem o futuro da paz, perante a cobardia face à escalada da violência religiosa.

 

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