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As religiões defendem a paz

Não há conflito de religiões, como se apregoa, há, sim, conflitos entre as religiões e a civilização, entre a fé e a modernidade, entre os dogmas e a razão.

As religiões do livro são plágios sucessivos a que mudaram os feriados e aumentaram a intolerância. Não é o espírito religioso que evita a crueldade ou impede o crime. Pelo contrário, é a obediência aos livros sagrados que transforma a fé em ódio, a piedade em raiva e a devoção em vontade de extermínio, enquanto os Estados modernos têm uma complacência para com os crimes religiosos ausente para outros de causas diferentes.

Um leitor ateu fica estarrecido quando lê o Deuteronómio ou o Levítico e vê aí prescrita a pena de morte para casos de adultério, para quem apanhe lenha durante o Sábado ou por refilar com os pais. É difícil imaginar um crápula mais detestável do que o Deus que os homens criaram nas páginas do Antigo Testamento – cruel, vingativo e violento.

Os cristãos não se cansam de louvar o bom Josué, da batalha de Jericó, que só descansou quando «passaram ao fio da espada quanto nela encontraram, homens e mulheres, crianças e velhos, e os bois, as ovelhas e os jumentos» (Josué 6:21). Nem a morte dos inocentes jumentos os indigna!

Os trogloditas do Islão e os cristãos evangélicos dos EUA aceitam que merecem a pena de morte os adúlteros, os que amaldiçoam os pais, os que têm relações com a madrasta ou com a nora, ou com animais (neste caso nem a vida dos animais deve ser poupada) ou que desposem uma mulher mais a filha (sempre o raio do sexo) e, pior ainda, os que trabalham ao 7.º dia. O Levítico é para ser levado a sério e não permite relaxações.

Esta gente é para ser levada a sério? Perguntem a clérigos de todas as religiões que castigo pensam que a apostasia merece e, depois, reflictam sobre a crueldade de que são capazes para impedir um direito inalienável.