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Dia: 10 de Novembro, 2007

10 de Novembro, 2007 Hacked By ./Localc0de-07

Somos todos o anticristo


Talvez a maior das paranóias monoteístas seja o mundo a preto a branco, o que não é branco é preto e o que não é preto é branco, dois rótulos surgem para classificar todas as diversas existências Humanas, fiel e infiel talvez os mais recorrentes. No cristianismo surge outro interessante raciocínio a preto e branco, quem não é cristão é o anticristo, a mais incrível exultação de parvoíce teológica, ou simples estupidez arrogante. O João, co-autor da antologia conhecida por Bíblia diz o seguinte, “Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? É o anticristo esse mesmo que nega o Pai e o Filho.”. Seguindo a lógica do pensamento cristão pode-se estipular que, segundo o estudo divulgado em 2000 pela Agência americana Mission Frontiers, no Mundo existem 2/3 de anticristos e 1/3 de cristãos. Daqui se pode deduzir que o anticristianismo é a maior religião mundial.

Mas continuando a lógica nos mesmos moldes podemos assumir que os católicos são anticristos, pois Pedro, um anticristo e fundador da seita católica romana foi crucificado de pernas para o ar, o oposto à crucificação de Cristo, devidamente eternizada no quadro de Filippino Lippi, “A crucificação de Pedro”, ou no de Michelangelo, “Crucificação de São Pedro”.

Ficam por definir os cristianismos não-católicos, que realmente não são cristianismos segundo o sucessor do anticristo Pedro, Ratzinger, “Cristo constituiu sobre a terra uma única Igreja e instituiu-a como grupo visível e comunidade espiritual, que desde a sua origem e no curso da história sempre existe e existirá.” dizia o documento católico “Repostas a questões relativas a alguns aspectos da doutrina sobre a Igreja” de Julho de 2007. Ratzinger é infalível, faz parte dos genes herdados dos seus antecessores, uma infalibilidade perfeita baseada no conceito da antítese, os papas nunca se enganam, ou seja, os cristianismos não-católicos não são cristianismos sequer.

Toda as pessoas que habitam o planeta Terra são o anticristo e a anticrista.

Ámen.

Links úteis:
BBC: Vaticano define Igreja Católica como ‘única de Cristo’
Religious Tolerance: Religions of the World
Wikipédia: Filippino Lippi

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10 de Novembro, 2007 Hacked By ./Localc0de-07

Feminismo anticlerical islâmico

Uma apresentadora da televisão Saudi TV, Buthayna Nasser, enfrenta corajosamente as demências de uma sotaina islâmica, expondo um livre pensamento e expressão sublimes perante o fascismo islâmico da Arábia Saudita. Incrível a comparação entre a total vacuidade intelectual emanada pelo clérigo e a riqueza de pensamento, raciocínio e beleza de Nasser.

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10 de Novembro, 2007 Carlos Esperança

A canonização de Nuno Álvares Pereira

Não cuido de saber se Nuno Álvares traiu ou não os códigos de honra da nobreza ao assumir o lado da barricada onde se destacou; não emito juízos de valor sobre os bens que exigiu para se colocar ao lado do Mestre de Avis; não julgo à luz dos critérios de hoje as decisões de D. Nuno, na Idade Média.

Custa-me ver o herói, que inflamou gerações, acabar como santo. Enquanto a Espanha impava de fé jamais o Vaticano se atreveu a fazer-lhe a ofensa de canonizar o algoz de castelhanos e a humilhação imposta, apesar do empenhamento do salazarismo e do seu braço pio – o episcopado católico -, em elevá-lo aos altares.

Mas, à medida que a fé se liquefaz numa Espanha rica, culta e poderosa, a canonização do guerreiro português é uma gota de água no mar de santidade ibérica onde um milhar de beatos foi dispensado de milagres em troca do martírio. Não se adivinha qualquer protesto do Governo espanhol, pouco dado a milagres, nem do clero, mais inquieto com o fim do ensino obrigatório da disciplina de Religião católica nas escolas públicas.

O direito canónico dispensa de milagres os bem-aventurados que sejam reconhecidos como santos, pelo povo, há mais de duzentos anos. Não se vê para que se exige um milagre, sempre sujeito ao crivo da dúvida e à galhofa dos incrédulos.

Sei que as minhas tias-avós, casadas em Espanha, ameaçavam os filhos com D. Nuno quando recusavam a sopa e os resultados épicos da ameaça ainda hoje são recordados pelos últimos sobreviventes. Como duvidar de tanta santidade?

É certo que não matou mouros nem judeus e eram católicos os que mais cedo chegaram ao Paraíso nas batalhas dos Atoleiros e de Aljubarrota mas adivinha-se o que faria se os andaluzes, que ainda eram moiros, lhe tivessem saído ao caminho, vindos de Granada.