Loading

Dia: 5 de Agosto, 2007

5 de Agosto, 2007 Carlos Esperança

Religião sim, terrorismo não

A rede terrorista Al-Qaeda, por meio de um americano convertido ao islamismo, ameaçou em um vídeo divulgado na internet neste domingo atacar as embaixadas e consulados ocidentais de todo o mundo, particularmente na região do Golfo.

A alegada bondade das religiões e o espírito pacífico do Islão não resistem à letra e ao espírito dos livros sagrados nem ao historial sangrento das guerras religiosas. Não foi à clarividência dos exegetas que ficou a dever-se a interpretação benigna da Bíblia, foi à Reforma, ao Iluminismo e à Revolução Francesa. Onde o poder eclesiástico se consegue impor mantêm-se constrangimentos autoritários de sabor medieval, seja em Timor, nas Filipinas, na Polónia ou na América do Sul.

O proselitismo demente do protestantismo evangélico americano tanto pode conduzir ao assassínio de médicos e enfermeiros de clínicas de aborto como à invasão do Iraque.

O que modera a agressividade dos desvarios da fé é o Estado de direito e a laicidade. No dia em que a religião, qualquer religião, dominar o aparelho de Estado, a democracia vai de férias e instala-se a teocracia. Não se pode esquecer que os Estados modernos foram erguidos contra o poder da Igreja. A Itália só existe porque os patriotas não temeram a excomunhão nem os exércitos papais.

O Islão não teve, infelizmente, a sua reforma. Nas madraças começa a fanatização das crianças e nas mesquitas apela-se ao ódio e à guerra santa, com os crentes de joelhos e virados para Meca.

Não há no Islão lugar para o agnosticismo e a vida, a laicidade e o pescoço, a liberdade de pensamento e o direito de existir. O medo, o constrangimento social e o aviltamento da mulher acompanham a decapitação, as vergastadas públicas e a lapidação que os clérigos imaginam extasiar o Profeta e cumprir a vontade de Deus.

Os países de mais sólidas raízes democráticas são herdeiros do direito romano que tem características civilistas, enquanto o direito helénico é de natureza política e o árabe de raiz teocrática.

As repetidas ameaças da rede terrorista Al-Qaeda são incompatíveis com a benevolência com que a Europa assiste à pregação do ódio nas mesquitas.

Respeitar e defender o direito à religiosidade, à arreligiosidade e, mesmo à anti-religiosidade é igual ao dever de vigiar, deter e fazer julgar pelos tribunais quem incite ao ódio, à violência e à xenofobia. Trata-se de fazer cumprir a lei e as constituições dos países democráticos, a começar pelas religiões que se julgam com direitos especiais.

5 de Agosto, 2007 Hacked By ./Localc0de-07

ICAR e os incêndios – 2

Se folhearmos a Bíblia, livro excelente sobre a moral, o que lá diz deve ser feito ao contrário, o surrealismo andava muito fraco naqueles tempos, vemos alguns exemplos interessantes sobre fogo e incêndios, especialmente os casos de fogo posto, o cristianismo é o arauto da piromania, como dissertar sobre isso faria quilómetros de texto, ficam alguns trechos sublimes sobre a temática do “vamos pegar fogo a esta merda toda” bíblica:

Jesus sobre estas temáticas em João 15:6 “Se alguém não estiver em mim, será lançado fora, como a vara, e secará; e os colhem e lançam no fogo, e ardem.”, e em Lucas 12:49 “Vim lançar fogo na terra; e que mais quero, se já está aceso?”. Demência pirómana!

Em Jeremias 38:23 “Assim que a todas as tuas mulheres e a teus filhos levarão aos caldeus, e nem tu escaparás da sua mão, antes pela mão do rei de Babilónia serás preso, e esta cidade será queimada a fogo.”. Demência pirómana!

Jeremias 21:14 “Eu vos castigarei segundo o fruto das vossas acções, diz o senhor; e acenderei o fogo no seu bosque, que consumirá a tudo o que está em redor dela.”. Deus é incendiário, logo a Agência Ecclesia é hipócrita.

2 Reis 19:18 “E lançaram os seus deuses no fogo; porquanto não eram deuses, mas obra de mãos de homens, madeira e pedra; por isso os destruíram.”. Destruir deuses de pedra com fogo é difícil, para além de pirómanos são estúpidos, a pedra não arde!

Juízes 20:48 “E os homens de Israel voltaram para os filhos de Benjamim, e os feriram ao fio da espada, desde os homens da cidade até aos animais, até a tudo quanto se achava, como também a todas as cidades, quantas acharam, puseram fogo.”. Bárbaros, assassinos, e dementes pirómanos.

Juízes 18:27: “Eles, pois, tomaram o que Mica tinha feito, e o sacerdote que tivera, e chegaram a Laís, a um povo quieto e confiado, e os feriram ao fio da espada, e queimaram a cidade a fogo.”. Objectivo de vida, matar pessoas e pegar fogo às cidades. Serão ecologistas? Não, são pirómanos.

Juízes 15:6 “Então perguntaram os filisteus: Quem fez isto? E responderam: Sansão, o genro do timnita, porque lhe tomou a sua mulher, e a deu a seu companheiro. Então subiram os filisteus, e queimaram a fogo a ela e a seu pai.”. Comprovado que os inquisidores liam a bíblia, para além do Malleus Maleficarum claro.

Deuteronómio 4:24 “Porque o senhor teu deus é um fogo que consome, um deus zeloso.”. Zelo e pegar fogo às coisas não combina, mas afinal sempre se descobriu o culpado dos incêndios. Esta postura da ICAR contra os incêndios é uma enorme blasfémia, deus quer chamas! Padralhada herege…

Números 31:4 “E queimaram a fogo todas as suas cidades com todas as suas habitações e todos os seus acampamentos.”. Fundar um corpo de bombeiros naqueles tempos era sucesso garantido. A não ser que os bárbaros também queimassem a fogo o quartel.

Números 26:10 “E a terra abriu a sua boca, e os tragou com Coré, quando morreu aquele grupo; quando o fogo consumiu duzentos e cinquenta homens, os quais serviram de advertência.”. Mera advertência 250 pessoas queimadas vivas, este ser superior é deveras benevolente.

Números 16:35 “Então saiu fogo do senhor, e consumiu os duzentos e cinquenta homens que ofereciam o incenso.” Mal agradecido este ser superior, infelizmente não é especificado de onde saiu o fogo, se da boca como os dragões normalmente fazem, eles existem e a bíblia comprova, se do ânus, assim sendo terão morrido queimados e sufocados, deus sádico.

Levítico 21:9 “E quando a filha de um sacerdote começar a prostituir-se, profana a seu pai; com fogo será queimada.”. Mais uma vez comprovado que os inquisidores liam a bíblia.

Levítico 20:14 “E, quando um homem tomar uma mulher e a sua mãe, maldade é; a ele e a elas queimarão com fogo, para que não haja maldade no meio de vós.”. Queimar, queimar, queimar! Obsessão compulsiva esquizofrénica.

Levítico 7:17 “E o que ainda ficar da carne do sacrifício ao terceiro dia será queimado no fogo.”. Sacrifício de animal e depois variam de ideais e resolvem usar… Fogo.

Também interessante é a demência do ser superior bíblico, tem uma tara por cheiro a queimado, carne queimada, tipo perfume, durante os churrascos humanos andava ele a snifar os aromas, muito psicótico. Levítico 1:17 “E fendê-la-á junto às suas asas, porém não a partirá; e o sacerdote a queimará em cima do altar sobre a lenha que está no fogo; holocausto é, oferta queimada de cheiro suave ao senhor.”. Levítico 3:5 “E os filhos de Arão queimarão isso sobre o altar, em cima do holocausto, que estará sobre a lenha que está no fogo; oferta queimada é de cheiro suave ao senhor.”.

Demência transcendental? É só dar uma vista de olhos da bíblia. E um grande agradecimento à Agência Ecclesia por nos fornecer o conceito mais puro e límpido da hipocrisia.

Agência Ecclesia: Igreja ajuda na prevenção dos fogos florestais

Também publicado em LiVerdades

5 de Agosto, 2007 Hacked By ./Localc0de-07

ICAR e os incêndios – 1

Hilariante a notícia divulgada pela nossa tão estimada Agência Ecclesia sobre os incêndios, campeões em título durante centenas de anos consecutivos do campeonato mundial do fogo posto amansam as ideias das chamas redentoras e viram bombeiros do prosélito anti-fogo, nada de incêndios agora, embora a competição com a ICAR pelo fogo posto seja um jogo perdido, centenas de anos de queima de lenha e sumptuosas churrascadas Humanas, a verdade é que a ICAR não gosta de concorrência, pior de tudo, incêndios florestais destroem muita lenha e matam poucos hereges.

Os encapuzados irão advertir as pessoas para o perigo dos incêndios, basta ler um livro sobre a Inquisição para o saber, banha da cobra vendida aos magotes e nada melhor que poupar lenha não vá o diabo tecê-las e um dia venha a ser precisa para assados de bruxa temperados com sangue de cristo a martelo. O Ministério da Administração Interna (MAI) esquece-se dos sociólogos e dos psicólogos e lembra-se das sotainas, vejamos o que dizem: “sensibilizar as populações através da ajuda de pessoas que lhes são mais próximas, como é o caso dos prelados e dos sacerdotes.”.

Lenha, fogo e padralhada são a santíssima trindade do maior período de trevas do mundo, esquecendo a demência do grande dilúvio que matou tudo e todos, até os peixes morreram afogados, é para aprenderem a não violar a castidade cristã, e o MAI consegue fornecer-nos uma piada ligeiramente Monty Python, e a ICAR segue o estilo com outra: “A Igreja, aliás, será mesmo um canal privilegiado para a comunicação com algumas camadas da população do nosso país.”. As mais ignorantes e carentes faltou dizer, assistentes sociais e ensino são utópicos nestas lides, polivalência clerical em tudo e em mais alguma coisa, pena é que a teologia seja o factor mais desenvolvido de desinformação.

Humor non-sense anda em desvario pelas conferências episcopais, em 1996 existiu uma nota pastoral que advertia para os aspectos de natureza religiosa envolvidos nos fogos florestais, estão deverão ser certamente interessantíssimos, uma empresa religiosa anti-natureza que apenas gostava das florestas para fazer apanha da lenha, Hitler já preferiu os fornos, também preocupado com o bem-estar das florestas quem sabe.

Também publicado em LiVerdades

5 de Agosto, 2007 Carlos Esperança

O medo e a religião

A religião nasceu do medo do desconhecido e da ignorância da ciência. Os homens criaram Deus à sua imagem e semelhança na infância de tempos cruéis e de práticas mais bárbaras.

Assim, Deus é o reflexo do pior que os homens sonharam, com uma esperança de vida reduzida e a sobrevivência diariamente comprometida. O Deus monoteísta, vingativo e apocalíptico, é uma elaboração a partir do medo e da incapacidade de explicar o mundo.

O homem fez-se escravo do mito e confundiu o criador e a criatura, a danação própria e a perversão divina, a violência atávica e o furor celeste. Depois, à medida que domou os animais ferozes, domesticou Deus e entregou a trela aos clérigos.

O que passa hoje é um exercício parecido com o dos treinadores de cães de guerra. Os padres açulam Deus às canelas dos ímpios e ameaçam com ele os crentes, tal como os polícias de choque fazem com os pastores alemães aos recalcitrantes que se manifestam contra a ordem estabelecida ou os exércitos com os inimigos que se aproximam.

A única diferença, e não é pequena, é que em democracia pode existir legitimidade na repressão, mas em questões de fé só existe a demência cega de quem não concorda com a mudança nem admite que se ponha em causa a tradição.

O crente é a vítima que teme que os padres lhe larguem Deus e lhe ferre o cachaço se não pagar o dízimo, rezar as orações e cumprir os mandamentos. E não basta esfolar os joelhos e arriscar a cólera clerical, se não fizer tudo como Deus manda tem a eternidade como horizonte temporal do sofrimento.

Os ateus, apóstatas e crentes da concorrência têm o cutelo para a degola, a pedra para a lapidação e o chicote para a correcção das imperfeições da fé. Basta que a fé dominante detenha o poder e solte os clérigos. Até as fogueiras voltam se a teocracia romana voltar.

No circo da religião maltratam-se as pessoas por vontade divina, mas por tradição e por desejo dos profetas são as mulheres as vítimas predilectas. Decorrem séculos e Deus mantém-se vivo nas alfurjas das sacristias onde germina o ódio e se conserva o espírito misógino.