Loading

Dia: 3 de Julho, 2007

3 de Julho, 2007 jvasco

O Catolicismo é contrário ao Liberalismo

Na nossa praça existem muitos auto-intitulados «liberais» que são católicos. E existem outros tantos que, não sendo católicos, não vêem qualquer oposição entre o liberalismo e o catolicismo. Não vêem, mas ela existe.

A posição da Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR) face ao Liberalismo é a seguinte: está contra.

Eis alguns documentos em que os Papas se pronunciaram explicitamente contra o Liberalismo:

– a encíclica Mirari Vos de Gregório XVI

– a encíclica Quanta Cura e o Syllabus de Pio IX

– a Carta Apostólica Notre Charge Apostolique de São Pio X

– a encíclica de Leão XIII contra o Americanismo, intitulada Testem Benevolentiae, e a encíclica Mortalium Animos de Pio XI contra o liberalismo religioso expresso no ecumenismo modernista

– a Bula Unam Sanctam contra o princípio liberal de separação entre Igreja e o Estado

Um católico informado e coerente não pode ser liberal.

—————————-[Diário Ateísta/Esquerda Republicana]

3 de Julho, 2007 Ricardo Alves

Pelo cilício e pela obediência, sempre!

Não há como estudarmos o nosso «inimigo» ideológico para melhor o compreendermos (e nesse processo compreendermos também porque nos encontramos no campo oposto). Na sequência do aniversário póstumo do fascistóide Josemaría Escrivá (devidamente assinalado pelo Carlos Esperança), o bispo auxiliar de Lisboa, Carlos Azevedo, produziu uma homilia onde explica com sinceridade o pensamento do fundador do Opus Dei.

Tal como o entendo, o sistema totalitário que o Opus Dei constitui funciona entre dois pólos: humilhação e obediência. Pela humilhação, destroem-se ou controlam-se as vontades, prazeres, instintos e valores éticos que podem afastar a ovelha do rebanho; e assim, castrado e amansado, se prepara o cordeirinho para obedecer, tornando-o um instrumento fiel da organização e dos seus objectivos. A homilia de Carlos Azevedo começa por desdenhar dos evangelistas e do «conteúdo da pregação de Jesus», para logo chegar ao que realmente interessa nas lendas cristãs: «à tua palavra, obedecerei» (o autoritarismo típico das religiões abraâmicas é útil para construir organizações de prosélitos e de soldados). Ao longo da homilia repetem-se depois as exortações a «ser instrumento nas mãos do Pai», e termina-se a prometer até a «glória» aos que «entregam a vida intensamente a ser instrumentos da Obra de Deus». As palavras recorrentes no texto são «vontade», «instrumento», «entrega» e, curiosamente, «liberdade». Mas esta é uma liberdade muito especial: ou é a «libertação» da «lei, do pecado e da morte» (sendo que «pecado» é quase tudo o que vale a pena, e a «libertação da morte» uma banha da cobra) ou então é a «liberdade» de ser instrumento («a vida de filhos tão queridos é impelida, com autêntica liberdade a ser instrumento nas mãos do Pai»). O único agente com «vontade» ao longo de todo o texto é «Deus». A ovelha não tem vontade, e portanto não é realmente livre. A autoridade divina garante a submissão terrestre. É uma leitura esclarecedora.

[Diário Ateísta/Esquerda Republicana]
3 de Julho, 2007 Carlos Esperança

Terrorismo religioso

A galáxia terrorista que dá pelo nome de al-Qaeda não é uma mera associação criminosa com gosto mórbido pela morte, é uma nebulosa de fanáticos que crêem no Paraíso e nas virgens que os aguardam no estado miserável em que chegam.

Não têm uma ideologia, uma lógica ou um objectivo claro, pretendem apenas agradar a um Deus de virtude duvidosa e ao profeta que é cadáver desde o ano 632.

A demência ganhou ímpeto em 11 de Setembro de 2001, nos ataques às Torres Gémeas de Nova Iorque e ao Pentágono, em 11 de Março de 2004, na estação ferroviária de Atocha, em Madrid, nas explosões em estâncias de veraneio, nas embaixadas dos EUA e no Metro de Londres em 7 de Julho de 2005.

Londres, nos últimos dias, voltou a ser alvo de várias tentativas terroristas e a Espanha sofreu ontem sete mortos e seis feridos entre os turistas que visitavam o Iémen, vítimas de um carro bomba conduzido por um facínora beato.

Não vale a pena iludirmo-nos com a bondade do Islão quando os clérigos pregam o ódio e apelam ao martírio. Os países democráticos não se libertam da culpa das cruzadas e da evangelização e tratam o terrorismo religioso com a brandura que não merece.

Um templo onde se prega o ódio é um campo de treino terrorista. Um clérigo que apela à violência é um criminoso que deve ser detido.

Os japoneses que viam Deus no Imperador, imolavam-se em seu nome mas, perdidas as fontes de financiamento e desarticuladas as redes de propaganda deixaram de se dedicar ao suicídio e de se imolarem com aviões e torpedos que dirigiam contra alvos inimigos.

É tempo de conter a ameaça que paira sobre a civilização e a democracia, sem sacrificar o Estado de direito, sem abdicar das liberdades e garantias que são a marca de água da nossa cultura.

Mas não podemos hesitar na luta contra o financiamento e proselitismo ideológico que grassa entre fanáticos de várias religiões. Não são famintos em desespero, são médicos, pilotos e universitários que buscam um passaporte para o Paraíso através dos crimes contra os infiéis.

DA/Ponte Europa