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Dia: 21 de Junho, 2007

21 de Junho, 2007 Ricardo Alves

Abandonar o Islão

É hoje apresentado em Londres o Conselho dos Ex-Muçulmanos da Grã-Bretanha. A nova organização, liderada pela iraniana Maryam Namazie, apoiará todos aqueles que abandonem publicamente o Islão, e soma-se ao Conselho Central dos Ex-Muçulmanos da Alemanha, lançado em Março passado, e a movimentos de apóstatas do Islão na Escandinávia. Está prevista para Setembro a fundação de uma organização de apóstatas do Islão na Holanda. Todas estas organizações criticam implacavelmente os políticos e os media que escolhem como interlocutores, nas comunidades imigrantes, os dignitários religiosos. Tal como acontece com os outros europeus, a maioria dos cidadãos de origem muçulmana não se sentem representados por fundamentalistas religiosos. Como se pode ler no início do manifesto dos apóstatas de Londres:
  • «Nós, descrentes, ateus, e Ex-Muçulmanos, estamos a fundar e a juntar-nos ao Conselho dos Ex-Muçulmanos da Grã-Bretanha para insistir que ninguém seja estereotipado como um Muçulmano com direitos culturalmente relativos, e para que não se considere que somos representados por organizações islâmicas retrógradas e pelos “líderes da comunidade muçulmana”.
  • Aqueles de entre nós que se têm apresentado publicamente com os seus nomes e fotografias representam muitos outros que não podem ou não querem fazê-lo por causa das ameaças encaradas pelos que são considerados “apóstatas” – algo punido pela morte nos países sob a lei islâmica. Fazendo-o, estamos a quebrar o tabu de renunciar ao Islão e também a tomar uma posição pela razão, por direitos e valores universais, e pelo laicismo.
  • Embora ter ou não ter religião seja um assunto privado, a crescente intervenção e devastação causada pela religião e em particular pelo Islão na sociedade contemporânea suscitou a nossa declaração pública de renúncia. Nós representamos a maioria na Europa e um vasto movimento laico e humanista de protesto em países como o Irão
Recorde-se que, na religião islâmica, a apostasia é castigada com a pena de morte. Neste dia de tristeza para Alá e Maomé, o Diário Ateísta saúda todos os apóstatas.
21 de Junho, 2007 jvasco

Ateísmo na Blogosfera

  1. «Temos que partir daquilo em que concordamos. Por exemplo, que Odin não é um deus de verdade. Não é irrefutável, não é dogma, não é algo que eu não pretenda demonstrar ou não possa justificar. Mas é uma opinião que partilho com o Bernardo e com muitos outros crentes. É um bom ponto de partida para um diálogo porque não precisamos perder tempo a discuti-lo. Outra premissa útil é que uma longa tradição religiosa considerou Odin um deus de verdade. Não é axioma, mas é outra premissa aceitável. E destas premissas deduz-se que a tradição religiosa não justifica a crença num deus.

    Partindo de premissas aceites por todos e seguindo um raciocínio que todos considerem válido garante-se que todos irão concordar com a conclusão, seja qual for a sua opinião inicial. Assumindo que estão honestamente interessados no diálogo. Quem admite que A é verdade e que A implica B mas mantém a sua fé que B é falso não quer dialogar. E se cada um se limita a proferir os dogmas que considera irrefutáveis ninguém se entende. Como exemplo, aponto mil e quinhentos anos de animado diálogo entre o Cristianismo, o Judaísmo e o Islão.»(«Diálogo difícil, parte 1.», no Que Treta!)

  2. «Os mitos de destruição escatológica, que se traduzem na crença num apocalipse seguido de um julgamento final para alguns, são característicos de religiões sortidas, dos Maias aos Hindus. A ideia de que uma força maior efectivará a vingança das provações dos «justos», que aqueles que vemos como os nossos opressores sofrerão horrores inimagináveis, nem que seja no fim dos tempos, tem um apelo evidente para muitos.»Apocalipse Now», no De Rerum Natura)
  3. «Tal como acontecia na ocasião, também agora os sunitas e os shiitas continuam a lutar no Médio Oriente, os muçulmanos e os hindus na Caxemira, os budistas e os hindus no Sri Lanka, e os muçulmanos e os judeus em Israel.
    Mas duas coisas acontecem agora nesta nossa época pós-moderna e pós-Guerra Fria: a religião, frequentemente disfarçada de pressupostos ou fundamentos étnicos regressou à arena política; e as religiões continuam sem saber como conviver em paz umas com as outras.»
    Será que é realmente possível aprendermos a gostar das pessoas que não são como nós?», no Random Precision)