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Os homens nascem ateus

Os homens nascem ateus mas há bandos de avençados do divino à espera de lactentes para os iniciarem nos rituais cabalísticos que os tornam pertença da religião professada e não mais os abandonam.

O parto é profano mas não tarda que a criança se transforme em neófito, aspergido pela água benta e submetido a um ritual litúrgico com a conivência dos progenitores. Depois desse ritual outros vêm numa sequência que mantém as vítimas presas aos carcereiros.

O baptismo é o averbamento místico na Conservatória do Registo Religioso do Deus que tem o registo predial do local de nascimento.

Assim, em Portugal o Deus é normalmente o do Papa, seja qual for o Papa e tenha ele o entendimento que tiver do Deus que na altura for mais apelativo à perpetuação da fé.

As crianças nascem ímpias mas não tardam a mudar a fralda com conteúdo cristão.

É este proselitismo que faz dos inocentes, crentes, e, destes, prosélitos ensinados a odiar os que não amam o Deus deles e não se conformam com os seus dogmas.

No negócio da fé há uma geografia cujas fronteiras todos os fanáticos querem alterar como, outrora, nas aldeias se mudavam os marcos às propriedades.

É preciso amansar os ímpetos prosélitos dos que não se contentam em transmitir os seus dogmas aos sócios e usam o terrorismo para os imporem aos crentes de outras religiões e aos descrentes de todas elas.

O remédio encontra-se no aprofundamento da laicidade do Estado.