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O azedume dos crentes

O Diário Ateísta é um espaço predominantemente ateu onde os crentes podem vir dar testemunho da sua fé e agredir os ateus. Claro que não nos seria permitido frequentar em liberdade os actos litúrgicos das diversas religiões e contestar os rituais esotéricos, o cantochão e as ladainhas. Nem, ao menos, comentar os pios textos de acção de graças que eventualmente escrevam na blogosfera.

No Islão, com um Deus ainda mais arcaico e pusilânime, os dementes da fé gostam de se imolar com bombas à cintura, degolar infiéis, lapidar adúlteras e decepar membros. Têm um Deus que não é uma besta perfeita porque a perfeição é inatingível.

No judaísmo, apesar da secularização rápida dos descendentes dos que acreditaram em Jeová, há uns exemplares que exibem trancinhas com horror à água e ao sabão e que sofrem de pirose gástrica sempre que alguém desrespeita o velho que encontrou Moisés no Sinai.

No cristianismo, à míngua de fogueiras, caídas em desuso, prisões e torturas, usam a ameaça do Inferno para evitar a fuga dos que restam apegados ao dogma e tentarem irritar os ateus para agradarem ao padre da paróquia e à sogra.

Não compreendem os teodependentes que o direito que lhes assiste de difamar os ateus é o mesmo que exigimos para desmascarar o negócio da fé que dura há quase dois mil anos, que prosperou com Constantino cujos crimes lhe foram relevados e ainda lhe canonizaram a mãe.

Os crentes usam pseudónimos, salvo raras excepções, julgam verdadeiro o Deus que adoram e insultam os ateus às escâncaras. São bem o fruto do cruzamento da estupidez dos evangelhos com a boçalidade do clero que os instruiu.

O que amofina os devotos não é tanto a descrença dos ateus, é a emancipação imparável dos códigos morais que o clero quer ver obedecidos.