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O protocolo do Estado

O CDS, na sua beata subserviência à ICAR, é bem a imagem de um partido de joelhos e mãos postas, pior, um partido de rastos.

Ignorando o carácter laico do Estado e a lei da liberdade religiosa, mais preocupado com a salvação da alma do que com a dignidade do Estado, o CDS pretende infiltrar nos actos públicos o patriarca Policarpo, equiparado a ministro.

Esquece o devoto partido que o cardeal já é ministro, mas… do culto, e a separação Estado/Igreja não consente promiscuidade entre as duas entidades.

Aliás, se um cardeal fosse equiparado a ministro, seria justo equiparar um Ayatollah a primeiro-ministro e os bispo, mullahs e rabinos a secretários de Estado.

Para os padres ficaria a equiparação a presidentes da Junta enquanto os cónegos e os monsenhores precederiam os vereadores municipais.

Ao sacristão ficaria reservado um lugar equiparado a contínuo enquanto os catequistas iriam de braço dado com os escriturários fazer número nas recepções oficiais.

Isto não seria um protocolo de Estado digno de um país civilizado mas ficava a meio caminho entre os desejos do CDS (e não só) e as teocracias que florescem no islão.