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O corpo de Deus

A próxima quinta-feira é feriado nacional. Comemora-se o a Festa do Corpo de Deus, ou seja, os crentes e os outros aproveitam o dia de praia, quiçá uma «ponte», para umas mini-férias, se o tempo ajudar.

Mas que vem a ser isso do corpo de Deus? Algo com esqueleto, músculos e órgãos, um conjunto de aparelhos capazes de desempenhar funções, desde a digestão, sem eructações nem ventosidades estrepitosas, até à reprodução pelo método tradicional?

Ou é uma invenção da Igreja católica para marcar a agenda de trabalho dos cidadãos?

Para a ICAR Deus é um ser incorpóreo, umas vezes, e um duplicado do próprio homem quando lhe convém.

A Igreja é como os animais que marcam o terreno com os dejectos. Umas vezes planta capelas no alto dos montes, outras erige cruzes a esmo e nichos de santos nas esquinas. Confisca a toponímia para divulgar taumaturgos desde as ruas aos hospitais, passando pela divisão administrativa do País.

Quando pode, lá constrói mais uma igreja. Sempre que coloca beatos no aparelho de Estado lá sai um santo para nome de ponte ou para patrono de uma escola.

Com tanta apetência para confiscar em seu proveito o espaço que é de todos, não admira que, cada vez mais, as pessoas se afastem da Igreja e expulsem Deus do seu convívio para poderem respirar.