O Opus Dei como organização totalitária
Imagina, caro leitor, que pertences a uma organização que te proíbe teres relações sexuais e te obriga a contar qualquer fantasia sexual que tenhas; que controla os teus contactos com a tua família e abre a tua correspondência; que escolhe os livros que lês e os filmes que não podes ver; que te dá um programa diário intensivo de rituais religiosos, mas deixa-te sair para trabalhar e recrutar novos membros; que te retira o teu salário e o administra por ti; que te encoraja a agredires-te com um chicote e a usar um cinto com picos de ferro; que te faz viver numa casa onde apenas estão permanentemente outros como tu, do mesmo sexo que tu, e que só é visitada por outros que aspiram, dizem-te, a ser como tu. Imagina que te convencem de que unicamente através desta organização alcançarás a maior das honras possíveis (que é «ser santo», dizem eles), e que sabes que se saíres todos cortarão relações contigo, e te deixarão de falar se te cruzares com eles na rua. É esta, muito resumidamente, a vida de um membro numerário do Opus Dei, uma organização autoritária e totalitária que tem apoiado ditaduras de extrema direita na América Latina, que se prepara para lançar um candidato à Presidência do Brasil, e que cada vez tem mais influência dentro da ICAR, em parte devido ao seu poder na alta finança.
Os pais de família, principalmente os católicos, têm o direito de saber o que espera os seus filhos se estes se deixarem seduzir pelos «cursos» e «retiros» organizados pela Obra. Como diz um ex-numerário: «tiram tudo da gente: o salário, a família, a alma (…) no final você é um nada, fica destruído». É portanto imprescindível ler os depoimentos daqueles que abandonaram a organização (que já foi considerada uma seita pelo parlamento belga), e hoje têm a coragem de falar da organização perversa e totalitária que deixaram para trás. Recomendo os testemunhos seguintes: Opus Livre, Opus Libros e Opus Dei Awareness Network.
Se algum dia esta organização dominar totalmente a nossa sociedade, não teremos outra liberdade senão a de ir em rebanho à missa e ajoelhar abjectamente.