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O que faria Jesus Cristo

No meu último artigo, dirigi aos católicos a pergunta «o que faria Jesus Cristo perante o nazismo?». Recordo, a propósito, que ser católico é uma questão de obediência, antes de ser uma questão de fé. Um verdadeiro católico, quando confrontado com uma questão teológica, interroga em primeiro lugar um representante da hierarquia da sua igreja, e só depois a sua consciência. Como a hierarquia católica não ordenou que se resistisse ao nazismo, Ratzinger, ao entrar na Juventude Hitleriana e ao fechar os olhos perante os escravos judeus que eram maltratados a seu lado, estava a ser um bom católico.

Evidentemente, há cristãos não católicos. E esses poderão dar respostas divergentes à questão em apreço. Mas não acredito que encontrem no personagem principal do Novo Testamento critérios taxativos para discernir quando um Governo é injusto e a partir de que ponto merece oposição. Entre a colaboração entusiástica com um Estado que perseguia os «pérfidos judeus», e a resistência pacífica a um regime distante do «amor universal», parece-me que haveria passagens bíblicas que serviriam para tudo, de um extremo ao outro. Com uma excepção: nenhuma passagem bíblica ou acto eclesial poderia ser evocado para a resistência activa e, se necessário, violenta. E só essa poderia ter derrubado o regime nazi.