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Sentença de morte no Afeganistão?

Um afegão que se converteu ao cristianismo está a ser julgado num tribunal de Kabul, e, segundo o juiz que trata o caso, pode ser condenado à morte.

O acusado, Abdul Rahman, foi preso o mês passado após a família o ter denunciado á polícia. Numa entrevista à Associated Press o juiz Ansarullah Mawlavezada declarou hoje que, durante a audiência, Rahman confessou ter-se convertido ao cristianismo há 16 anos quando trabalhava como auxiliar médico com refugiados afegãos no vizinho Paquistão.

No Afeganistão vigora a Sharia que indica que todos os muçulmanos que rejeitem a sua religião devem ser sentenciados à morte.

O juiz, aparentemente incomodado com o caso, especialmente depois de Rahman ter rejeitado a sua oferta de deixar cair o caso se o acusado se reconvertesse ao islamismo, afirmou que «Nós não somos contra alguma religião particular no mundo. Mas, no Afeganistão, este tipo de coisas é contra a lei. É um ataque ao Islão… E o procurador pede a pena de morte.»

Recordo que há uns meses, Ali Mohaqiq Nasab, um intelectual islâmico progressista, foi condenado a dois anos anos de prisão pelo crime de blasfémia. Com base na acusação de clérigos locais que dois artigos que publicara na revista de que era editor eram anti-islâmicos e um insulto ao Islão. Os blasfemos, anti-islâmicos e insultuosos artigos que tanto indignaram os piedosos clérigos islâmicos questionavam o castigo atribuído a mulheres adúlteras, 100 chicotadas, e a legitimidade do apedrejamento até à morte de apóstatas…

O Diário Ateísta apela a todos, crentes e não crentes, para manifestarem a sua indignação junto às autoridades competentes não só pelo julgamento, inadmissível no século XXI, mas especialmente pelo apedrejamento até à morte que será a prevísivel sentença deste anacrónico julgamento se a opinião pública internacional não se fizer ouvir.